O conceito lifelong learning pode ser a melhor resposta para um futuro que se mostra cada vez mais incerto profissionalmente.
Segundo o relatório Future Of Jobs (em inglês), do Fórum Econômico Mundial, 65% das crianças no ensino fundamental hoje entrarão em um mercado de trabalho totalmente novo.
Essa volatilidade crescente fará com que, até 2030, o desemprego no mundo aumente de 4,9% para 20%.
Logo, quem não se adaptar, deve enfrentar algumas dificuldades.
Com as ferramentas certas, porém, não é preciso ter medo do futuro.
É possível se manter competitivo no mercado de trabalho, apesar de todas as mudanças.
Avance na leitura deste texto e saiba como se adaptar a esse cenário dinâmico!
O que é lifelong learning?
Como conceito, lifelong learning (ou LLL) é uma visão que vem se desenvolvendo desde os anos 1970, ganhando mais relevância no contexto da Transformação Digital.
A verdade é que a escola dos filhos da geração millennial (nascidos nas décadas de 1980 e começo de 1990) precisa dar respostas a questões que, quando eles eram crianças, sequer seriam consideradas.
Até mesmo os mais velhos da geração Z (nascidos a partir de 1995) já sentem mudanças importantes em relação ao que viveram na infância.
Nessa marcha contínua, os desafios mudam o tempo todo, em um ritmo cada vez mais acelerado.
Para acompanhar esse processo, é preciso se colocar em uma posição de “eterno aprendiz”.
É isso que propõe o lifelong learning, o aprendizado ao longo da vida.
Quem se beneficia do lifelong learning?
Como destaca o artigo “Embracing a culture of lifelong learning: the science of lifelong learning” (em inglês), a formação não depende só da escola.
Além das competências formais, há uma série de outras habilidades e dons inatos, as chamadas soft skills, que podem se mostrar até mais importantes que diplomas.
Tome como exemplo o seu círculo de amigos e familiares.
É bastante provável que exista uma ou várias pessoas que trabalham em áreas para as quais não estudaram formalmente.
Embora nem sempre isso aconteça de forma natural, serve para evidenciar que, na vida e no trabalho, o mais importante é a capacidade de se adaptar às circunstâncias.
Esse é o principal benefício do LLL para quem o adota.
É uma forma de se manter atualizado e pronto para os novos desafios que não param de surgir.
Para as empresas, contar com profissionais com essa capacidade é um grande diferencial em razão da maior versatilidade, resiliência e, por que não dizer, jogo de cintura.
Por que ser um lifelong learner?
Motivos não faltam para abraçar o LLL como uma filosofia de vida.
O principal deles é o ritmo alucinante com que o mercado de trabalho vem se transformando.
Se no passado era comum ver uma profissão ser passada de pai para filho e até para neto, hoje essa é uma ideia cada vez mais romântica e distante.
O que se observa com o avanço da digitalização e da tecnologia em rede é a redução progressiva da “vida útil” de certas atividades.
Se antes uma profissão levava 100 anos para desaparecer, hoje ela pode levar 10 ou ainda menos.
Portanto, ser um LLL é, acima de tudo, uma questão de sobrevivência.
Há ainda outras boas razões para você pensar desde já em aplicar esse conceito na sua vida e carreira.
Confira a seguir!
Aguça a criatividade
Como sugere o estudo “Lifelong learning; why do we need it?” (em inglês), o ensino formal não invalida o aproveitamento de ideias e soluções criadas pelos alunos, até mesmo em carreiras como a de Medicina.
Na verdade, o que as empresas esperam hoje de seus profissionais é exatamente uma estrutura de pensamento “fora da caixa”.
Para isso, é necessário desenvolver um caminho próprio de aprendizagem, de maneira independente ao que é praticado na maioria das escolas.
Abre caminhos para novas habilidades
De certa forma, um lifelong learner é um autodidata.
Ele não espera que alguém venha mostrar como se faz algo ou acredita apenas nas instituições de ensino para desenvolver novas competências.
Movido por um interesse crescente em saber mais, ele tem a consciência de que sempre se pode aprender algo novo ou aprimorar suas habilidades.
Aliás, o apego excessivo à educação formal pode ser até um entrave para a carreira.
É como diz uma frase atribuída a Albert Einstein: “A única coisa que interfere com meu aprendizado é a minha educação”.
Cria condições para aproveitar oportunidades
Depois da Segunda Guerra Mundial, o Japão era um país debaixo de escombros.
Nesse cenário, ninguém poderia pensar em oportunidades de crescimento, pelo menos não nas maneiras às quais eles estavam acostumados.
Ou seja, não havia solução pensando “dentro da caixa”.
Foi em meio às ruínas que grandes nomes como Taiichi Ohno, Shigeo Shingo e Kaoru Ishikawa ensinaram aos japoneses e ao mundo que não há crise invencível, ao criarem as bases do modelo toyotista de produção.
Se eles conseguiram um feito tão notável com pouquíssimos recursos, imagine o que se pode fazer quando as condições são favoráveis?
Ajuda a desmistificar a tecnologia
O movimento ludista consistiu na revolta dos antigos trabalhadores da indústria de tecelagem na Inglaterra contra as primeiras máquinas de tear.
Para eles, a evolução da tecnologia era a culpada pela perda de seus empregos.
Movidos por esse sentimento, promoviam piquetes para destruir os equipamentos industriais.
Fenômeno parecido ainda é verificado nos dias de hoje, quando alguns segmentos e profissões se sentem ameaçados pela chegada de novas tecnologias.
Ser um LLL é importante para se adaptar às mudanças provocadas pela transformação digital, uma postura decisiva para manter a empregabilidade.
Quais são os quatro pilares do lifelong learning?
Mais do que uma filosofia, LLL é um conceito estruturado pelo Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ), órgão ligado à UNESCO.
De acordo com a entidade, ele se apoia em quatro pilares:
Aprender a aprender
Mente aberta é fundamental para ser um lifelong learner.
Isso implica adotar uma postura sempre disposta a aprender, independentemente de onde venha a lição.
Sendo assim, um LLL autêntico é capaz de extrair conhecimento não só do que é passado nas salas de aula como também de todas as pessoas com quem tenha contato, tanto as experientes quanto as mais jovens.
Aprender a fazer
De acordo com a metodologia 70:20:10, 70% do que sabemos nasce da nossa própria experiência.
Os cursos continuam sendo muito importantes, mas não devem ser a única fonte de aprendizado, até porque só na prática real os conhecimentos transmitidos neles podem ser aplicados.
Aprender a conviver
Já os 20% se referem ao aprendizado que adquirimos pelo contato com outras pessoas.
É uma parcela importante e que depende de como nos comportamos e interagimos com amigos e colegas de trabalho ao longo da vida.
Então, quanto mais cercados de pessoas capazes de ensinar, mais hábeis e capacitados tendemos a ser.
Aprender a ser
O lifelong learning pode ser uma teoria, mas o seu valor se revela mesmo é na prática.
Ninguém se torna autodidata falando ou escrevendo sobre o assunto.
É preciso sobretudo desenvolver um impulso para aprender de dentro para fora.
A escola pode estimular isso?
Sem dúvida.
Mas a maior parte do trabalho cabe sempre ao aluno, o principal responsável pelo seu desenvolvimento.
Como aplicar o conceito lifelong learning
O LLL se aproxima de outro conceito bastante difundido no meio empresarial, o de melhoria contínua.
Isso porque, embora não exista uma receita para aplicá-lo, o caminho para desenvolver o aprendizado para toda a vida tem muito a ver com o que se faz no Kaizen.
Veja a seguir como começar a aplicá-lo na prática em sua vida e nos negócios.
Avalie seus próprios interesses
Quais assuntos chamam a sua atenção desde sempre?
O que você tem um interesse natural em aprender?
Responder a essas questões é fundamental para desenvolver uma postura LLL.
Mude seu mindset
Lifelong learning não é apenas um termo da moda.
O que se busca por esse conceito é uma mudança profunda de atitude perante o aprendizado, que deve ser adotado como um verdadeiro estilo de vida.
Habitue-se a planejar
Não há aprendizagem quando se abre mão da organização.
Um LLL de verdade sabe que, antes de qualquer jornada de crescimento, é preciso antes definir metas, além de antecipar os riscos da jornada e os meios para atingi-las.
Celebre seus progressos
Atingir metas é apenas o primeiro passo de uma nova jornada no processo ininterrupto de autodesenvolvimento.
Portanto, nada mais justo do que marcar a passagem de um ciclo celebrando as conquistas.
Adote novas metas
Por se tratar de um estilo de vida contínuo, é natural que um lifelong learner esteja sempre se propondo a superar novas metas.
Pode parecer exagero, mas há quem diga que desafiar-se constantemente é tão prazeroso e estimulante que chega a se tornar quase um vício.
Conclusão
Decidir por ser um LLL é uma daquelas mudanças que geram impactos profundos e positivos.
Ao longo dessa jornada, é fundamental contar com pessoas e instituições capazes de nos elevar enquanto alunos.
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