Entendendo a variabilidade natural de um processo

Afinal, o que é variabilidade natural e por que ela importa?

Você já parou para pensar em como a variabilidade acontece no seu dia a dia? Vamos a um exemplo simples: sabe aquelas balanças perto da entrada de farmácias? Algumas pessoas, como eu, não resistem em subir para conferir o peso. E algo sempre chama a atenção: raramente o valor apresentado é o mesmo da última vez.

Isso ocorre por causa da variabilidade natural do peso, que pode mudar de acordo com vários fatores, como ter acabado de fazer uma refeição, estado de saúde ou até mesmo as roupas usadas no momento da pesagem.

O que é variabilidade natural?

A variabilidade natural refere-se a pequenas flutuações que ocorrem dentro de um processo estável. Usando ainda o exemplo do peso, essas variações são consideradas normais se a pessoa mantém hábitos equilibrados de alimentação e atividade física, sem ganhos ou perdas significativas de peso ao longo do tempo.

O conceito também se aplica a negócios e processos industriais. Em uma empresa, o faturamento mensal, os custos com fornecedores e o volume de vendas podem apresentar variações naturais. Essas diferenças não significam necessariamente uma crise ou sucesso repentino; muitas vezes, refletem apenas a dinâmica natural do mercado.

Como identificar se um processo está estável?

Quando um processo é estável, os valores observados tendem a se concentrar em torno de uma média. No caso do peso, uma pessoa que pesa 80 kg pode ver seu peso variar entre 79 kg e 81 kg ao longo de diferentes dias, sem que isso indique um ganho real de peso.

Para visualizar essa estabilidade, gráficos de controle são ferramentas úteis. Eles ajudam a identificar padrões e distinguir variações naturais de problemas reais.tando o exemplo da balança, dado que meu peso está estável, é normal ocorrerem pequenas variações em torno de um valor. Por exemplo, uma pessoa que pesa 80 kg pode observar seu peso variar para 79 kg em um dia e 81 em outro. Mas daí vem a pergunta: até que ponto essa variação é normal? E como identifico que um processo está estável? Para isso é preciso ter dados sobre o processo e colocá-los em um gráfico de tendência, como mostramos neste vídeo utilizando o software Minitab. Nesse vídeo você verá como construir diferentes tipos de gráfico de controle e como identificar se o processo está estável ou não.

Exemplo prático

Imagine que uma pessoa monitora seu peso ao longo de três semanas. Os dados coletados mostram uma variação entre 79 kg e 81 kg, com uma média de 79,7 kg. Embora haja flutuações, o processo permanece estável.

Agora, suponha que em um determinado dia o peso registrado foi de 81 kg, o maior valor do período. Uma análise precipitada poderia levar a crer que houve um ganho de peso, quando na verdade pode ter sido apenas o resultado de uma pesagem logo após uma refeição ou com roupas mais pesadas.

Por outro lado, se o peso começasse a oscilar constantemente acima de 81 kg, isso poderia indicar uma mudança no padrão, exigindo uma análise mais detalhada para entender a causa.

A importância de compreender a variabilidade

Nem toda variação precisa ser explicada ou corrigida. As causas naturais fazem parte do comportamento esperado de um processo. Entretanto, é fundamental identificar fatores externos que possam estar aumentando a variabilidade de forma prejudicial, pois isso pode comprometer a estabilidade e a previsibilidade dos resultados.

Conclusão

Entender e respeitar a variabilidade natural ajuda a tomar decisões mais conscientes, tanto na vida pessoal quanto nos negócios. Saber distinguir o que é um desvio normal do que exige intervenção permite reduzir preocupações desnecessárias e manter o foco no que realmente importa.

E como dominar a variabilidade?

A redução da variabilidade e o controle da variabilidade devido a causas especiais constituem o principal objetivo da metodologia Seis Sigma ensinada nos cursos de Green Belt e Black Belt da Escola EDTI. Se você tiver mais interesse sobre o assunto variabilidade, confira também o post do prof. Ademir Petenate, sócio da Escola EDTI e professor da Unicamp, sobre estatística e variabilidade.