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Entendendo a variabilidade natural de um processo

Você já parou para pensar em como a variabilidade ocorre em diferentes situações do dia a dia? Tem gente, por exemplo, que passa por uma farmácia e sempre gosta de verificar o peso nas balanças que ficam próximo à entrada, quase como um hábito. Eu sou uma dessas pessoas e observo que o valor apresentado na balança dificilmente é o mesmo da última vez que me pesei. Isso acontece devido à variabilidade natural do meu peso, o qual está relacionado, por exemplo, ao fato de eu ter acabado de fazer uma refeição ou não, se estive doente ou se estou com roupas pesadas.

A variabilidade natural descrita acima, porém, só é verdadeira se o meu peso se encontra em um estado estável, ou seja, se mantenho a alimentação e as atividades físicas de maneira equilibrada de modo que eu não ganhe nem perca peso ao longo do tempo. Esse tipo de situação pode ser visto em outros exemplos, como faturamento mensal, gastos com fornecedores e número de produtos vendidos, no caso de uma empresa. Nesse sentido, o ponto chave de compreender a variabilidade natural de um processo é entender que os valores podem e serão diferentes no decorrer do tempo. Observar um peso maior na balança não indica obrigatoriamente que você engordou, assim como um faturamento menor que o mês anterior não necessariamente implica que sua empresa está entrando em crise. Essas situações podem ser comuns devido à variabilidade natural do processo.

Aproveitando o exemplo da balança, dado que meu peso está estável, é normal ocorrerem pequenas variações em torno de um valor. Por exemplo, uma pessoa que pesa 80 kg pode observar seu peso variar para 79 kg em um dia e 81 em outro. Mas daí vem a pergunta: até que ponto essa variação é normal? E como identifico que um processo está estável? Para isso é preciso ter dados sobre o processo e colocá-los em um gráfico de tendência, como mostramos neste vídeo utilizando o software Minitab. Nesse vídeo você verá como construir diferentes tipos de gráfico de controle e como identificar se o processo está estável ou não.

Um exemplo de variabilidade natural

Após verificar graficamente que o processo está estável, observamos que os valores se concentram em torno de uma média. No exemplo da balança, se o sujeito pesa 80 kg, toda vez que ele subir para verificar seu peso irá notar que o valor sempre oscila em torno de 80 kg. Observe o gráfico de tendência do peso do sujeito ao longo de três semanas, mostrado na figura a seguir.

Gráfico de tendência - variabilidade peso

Os limites de controle do gráfico podem ser calculados automaticamente no Minitab, no vídeo que mencionamos anteriormente. Veja como os valores se concentram ao redor da média, 79.738 kg. Devido à variabilidade natural do peso ao longo dos dias e à estabilidade do processo, nesse caso uma alimentação balanceada com atividades físicas, os valores ao longo de três semanas variam entre 81 e 79 kg.

Observe também que, no dia 5, o sujeito apresenta o maior peso registrado nas três semanas. Se a pessoa for muito preocupada com isso pode pensar que engordou 1 kg e não que esse peso extra possa ser resultado de uma medição logo após o almoço ou quando o indivíduo estava com roupas pesadas. Logo em seguida, seu peso cai três dias consecutivos sem a pessoa mudar sua rotina, mas isso não quer dizer necessariamente que ela queimou as gordurinhas extras.

A moral dessa história é que devemos compreender que nossos processos estão sujeitos à variabilidade. Algumas causas são naturais, as quais não devemos nos preocupar em tentar explicar, e outras são devido a fatores que podemos ter controle ou não. O desafio é identificar esses fatores externos que atrapalham o processo aumentando sua variabilidade e até mesmo interferindo em sua estabilidade.

E como dominar a variabilidade?

A redução da variabilidade e o controle da variabilidade devido a causas especiais constituem o principal objetivo da metodologia Seis Sigma ensinada nos cursos de Green Belt e Black Belt da Escola EDTI. Se você tiver mais interesse sobre o assunto variabilidade, confira também o post do prof. Ademir Petenate, sócio da Escola EDTI e professor da Unicamp, sobre estatística e variabilidade.

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2 comentários em “Entendendo a variabilidade natural de um processo”

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