A Engenharia de Petróleo pode ser uma carreira bem remunerada e cheia de desafios estimulantes.
Ainda que o petróleo seja um recurso finito, no Brasil ele está longe de se esgotar.
Do contrário, não haveria a estimativa de aumento da participação dessa commodity na economia, como aponta um levantamento da Fundação Getúlio Vargas.
Portanto, pelo menos até 2030, o mercado de trabalho na indústria petrolífera seguirá aquecido.
A exemplo de outros ramos da Engenharia, na de petróleo existe uma forte demanda por profissionais qualificados.
Quem se forma como engenheiro nessa área terá certamente um amplo horizonte em termos de oportunidades de emprego.
Embora seja uma carreira atraente, o segmento de engenharia petrolífera não é para todos.
Para decidir com critério e conhecimento de causa, você precisa se informar sobre os aspectos mais importantes a respeito dessa profissão.
É sobre isso que vamos falar neste artigo.
Avance na leitura e prepare-se para tomar uma decisão que poderá mudar sua vida.
O que é Engenharia de Petróleo?
Engenharia de Petróleo é a ramificação da Engenharia que se dedica às atividades de extração, refino, processamento e distribuição de petróleo das reservas naturais.
É dividida em atividades de upstream, que envolvem a exploração direta de hidrocarbonetos, e downstream, referente aos processos de distribuição e refino.
O petróleo é parte significativa da matriz energética mundial, sendo a fonte não renovável de energia mais difundida.
Isso faz do segmento petrolífero um dos mais estratégicos para o fortalecimento da economia dos países, especialmente os que contam com reservas em abundância.
Na economia brasileira, o petróleo tem um papel central, impactando não apenas o próprio setor, como todo o contexto macroeconômico.
Afinal, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), se as projeções são otimistas para a economia brasileira neste ano, é graças ao aumento do preço desse insumo no mercado internacional.
Não é por acaso que o petróleo é chamado de “ouro negro”, já que representa uma fonte de divisas fundamental.
Para os países do Oriente Médio, por exemplo, ele é a única fonte de recursos, viabilizando verdadeiros “milagres” de crescimento em regiões extremamente pobres em outros recursos naturais.
Como é o curso de Engenharia de Petróleo?
A exemplo de outros cursos na área de Engenharia, na de Petróleo, o futuro especialista começa sempre pelas disciplinas básicas, comuns a todos os segmentos.
Geralmente, a partir do terceiro período começam as aulas com as disciplinas específicas do curso.
Também como nas demais áreas, o curso todo pode ser concluído em 5 anos, o que totaliza 10 períodos letivos.
O longo período de tempo a ser investido aumenta a responsabilidade na hora da escolha, afinal, é preciso se informar bem para que, ao longo do curso, não haja arrependimentos.
Além disso, é preciso considerar todo o investimento que se faz em uma graduação extensa como essa.
Mesmo quem estuda em universidades públicas tem gastos com transporte, alimentação, material escolar e de trabalho e, em alguns casos, com alojamento e moradia.
Grade curricular: matérias da Engenharia de Petróleo
O programa do curso de Engenharia do Petróleo é bastante extenso.
Ao longo dos 10 períodos, os alunos têm contato com diversas matérias relacionadas ao campo das exatas, entre as quais estão:
- Álgebra Linear
- Cálculo
- Desenho Técnico Mecânico
- Estatística
- Física
- Geometria Analítica
- Introdução à Engenharia de Petróleo
- Linguagem de Programação
- Química Geral
- Química Orgânica.
Passada esta fase, o aluno avança para o período de especialização propriamente dito, no qual deverá aprender a dominar as técnicas e ferramentas específicas da profissão.
Cada instituição de ensino tem sua própria grade curricular, com certas disciplinas sendo mais ou menos recorrentes.
Veja algumas delas:
- Avaliação de Formações
- Avaliação Econômica de Projetos
- Ciência dos Materiais Aplicada à Engenharia de Petróleo
- Direito do Petróleo
- Engenharia de Poço
- Engenharia de Reservatórios
- Escoamento em Tubulações
- Estudo Geológico de Campo
- Fluidos de Perfuração e Completação
- Geofísica
- Geologia do Petróleo
- Geologia do Petróleo
- Geomecânica
- Gerenciamento de Riscos Ambientais
- Impacto Ambiental da Indústria de Petróleo e Gás
- Instrumentação e medição de petróleo
- Introdução à Engenharia do Petróleo
- Logística integrada
- Máquinas de Fluxo
- Mecânica dos Fluidos
- Métodos de Elevação
- Processos de Separação e Refino
- Projeto em Engenharia de Petróleo
- Resistência dos Materiais
- Saúde e Segurança no Trabalho
- Simulação de Reservatórios
- Sistemas de Controle e Automação
- Sistemas de Produção Offshore.
O que faz um profissional de Engenharia de Petróleo?
Ser um engenheiro de petróleo é uma tremenda responsabilidade.
Cabe a esse especialista fazer análises de viabilidade para a exploração de reservas, levando em conta fatores geomorfológicos, logística e capacidade produtiva, entre outros.
Uma vez que a plataforma de extração seja instalada, o engenheiro cuidará das rotinas de produção, bem como do escoamento do óleo extraído.
Também deve zelar pela segurança das pessoas e instalações, antecipando riscos e colaborando com equipes multidisciplinares para definir medidas de prevenção.
Os riscos ambientais, sempre presentes, também devem ser avaliados, cabendo ao profissional da área calcular os impactos de eventuais vazamentos e o que fazer para contê-los.
Você também poderá se especializar ainda mais, trabalhando em segmentos da indústria do petróleo como logística ou prestando consultoria.
Atuando na distribuição e transporte de petróleo e derivados, você será responsável pela parte de planejamento e execução das estratégias visando reduzir os custos de transporte e armazenamento.
Já na consultoria, poderá intervir em projetos, sugerindo melhorias tanto na parte de extração quanto nas operações de downstream.
Onde trabalhar com Engenharia de Petróleo?
Logística e consultoria são apenas dois dos muitos segmentos em que um engenheiro de petróleo pode atuar.
Isso abre um leque de possibilidades bastante amplo, com incontáveis empresas onde você poderá ser admitido, exercendo as mais variadas funções.
Evidentemente, a primeira a ser lembrada é a mais importante do segmento petrolífero do Brasil, a Petrobras.
Apesar de ser realmente a maior, não significa que em outras empresas ligadas ao setor não haja oportunidades.
As produtoras e distribuidoras de combustíveis, por exemplo, estão o tempo todo recrutando especialistas em Engenharia de Petróleo para seus quadros.
Isso sem contar as diversas subsidiárias da própria Petrobras, das quais dependem as atividades de downstream.
Não podemos ignorar que, além da indústria do petróleo, há também a do gás natural, que é extraído junto com os hidrocarbonetos.
Essa é mais uma área em que o engenheiro pode trabalhar, na qual segmentos como os de distribuição e logística costumam apresentar demandas mais altas por profissionais.
Como é o mercado de trabalho da Engenharia de Petróleo?
Os números apontam para um mercado em expansão para os próximos anos, o que faz da indústria petrolífera uma das mais atrativas.
Neste ano, por exemplo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) revisou as estimativas para o Brasil, aumentando a previsão em 200 mil barris por dia.
Isso automaticamente aumenta a demanda por profissionais qualificados, que deverão ser recrutados para trabalhar em campos novos, como o de Itapu/Florim.
Descoberto em 2013 e localizado na bacia de Santos, sua produção deverá começar ainda em 2023, tendo já prevista capacidade de produção de 130 mil barris por dia até 2025, segundo a OPEP.
Com as previsões otimistas confirmadas, o mercado de trabalho já se movimenta e a expectativa é de que 50 mil novos postos de trabalho sejam gerados.
Segundo estimativas da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), o segmento de petróleo e gás deve investir R$ 102 bilhões nos próximos três anos.
Qual o salário médio de um engenheiro de petróleo?
Todas essas previsões levam o mercado de trabalho na indústria petrolífera a se aquecer ainda mais.
Em um cenário como esse, as empresas passam a competir pelos melhores profissionais, pagando salários para lá de atrativos.
Vejamos o que dizem alguns dos sites que monitoram os salários praticados no mercado.
No Vagas.com, a média informada é de R$ 8.478,00, com salário inicial de R$ 7.806,00, podendo chegar a R$ 12.927,00.
Já no Glassdoor, a média praticamente dobra, chegando a R$ 16.094, com empresas pagando salários acima dos R$ 20 mil.
Lembre-se das previsões para o setor, que deve continuar em crescimento pelo menos até 2030.
Sendo assim, os salários deverão continuar nesses patamares e subindo por, no mínimo, uma década.
Vale destacar que, além dos empregos, você pode também empreender na área de petróleo e gás, abrindo sua própria consultoria, por exemplo.
Afinal, em uma área carente de profissionais gabaritados, as chances de um negócio ser bem sucedido são ainda maiores.
Onde estudar Engenharia de Petróleo?
Claro que, para se destacar em um mercado que clama por gente qualificada, é fundamental se formar em uma instituição de ensino à altura.
Nesse quesito, a oferta de universidades é ampla, com faculdades públicas e privadas em diversas regiões do Brasil.
Entre as principais instituições públicas, destacam-se:
- Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf)
- Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
- Universidade Federal do Ceará (UFC)
- Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
- Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Já entre as universidades privadas, os cursos mais conhecidos são das seguintes instituições:
- PUC-Rio
- Universidade Católica de Santos (UNISANTOS)
- Universidade Estácio de Sá (UNESA)
- Universidade Paulista (UNIP).
Ou, se tiver planos ainda mais ambiciosos para sua carreira, pode buscar uma vaga entre as 10 melhores faculdades de Engenharia de Petróleo do mundo, segundo o ranking da World Scholar Hub:
- Universidade Nacional de Cingapura (NUS) – Cingapura
- Universidade do Texas – Austin, EUA
- Universidade de Stanford – Stanford, EUA
- Universidade Técnica da Dinamarca – Kongens Lyngby, Dinamarca
- Texas A&M University – Galveston, EUA
- Imperial College London – Londres, Reino Unido
- Universidade de Adelaide – Adelaide, Austrália
- Universidade de Alberta – Edmonton, Canadá
- Heriot-Watt University – Edimburgo, Reino Unido
- Universidade de Petróleo e Minerais Rei Fahd – Dhahran, Arábia Saudita.
Curso EAD de Engenharia de Petróleo
O ensino a distância já supera o presencial em número de matrículas no Brasil, representando hoje mais da metade dos alunos inscritos nos cursos de graduação.
Essa é também uma opção para quem pretende cursar Engenharia de Petróleo, apesar de serem poucas as instituições de ensino do país oferecendo formação nessa modalidade.
Destacam-se o curso da Estácio de Sá de Engenharia de Petróleo | Digital (EAD) e o da Universidade Paulista (UNIP), embora nesta última o curso esteja momentaneamente indisponível.
Considerando a oferta escassa de cursos a distância e as poucas vagas, talvez seja mais indicado planejar-se para fazer um curso presencial.
Como vantagem, você terá toda uma convivência com os colegas de curso e professores, o que ajuda sempre a fazer networking e promissores contatos profissionais.
Opções de pós-graduação para profissionais da Engenharia de Petróleo
Para aqueles que já atuam na indústria petrolífera ou em segmentos de apoio, voos ainda mais altos podem ser alçados por quem tem uma pós-graduação.
Você pode buscar uma pós-graduação simples, a fim de ampliar seus conhecimentos, um mestrado em engenharia de petróleo, se tiver planos de dar aulas, ou um MBA, caso sua ideia seja comandar uma empresa.
Veja abaixo os principais cursos do Brasil nessas três vertentes:
- Pós-Graduação em Engenharia e Exploração de Petróleo (UENF)
- Pós-Graduação em Engenharia de Petróleo e Gás Natural (UFF)
- Especialização em Engenharia de Poços de Petróleo e Gás (INBEC)
- Pós-Graduação em Engenharia de Petróleo e Gás Natural (UCL)
- Pós-Graduação a Distância em Engenharia de Petróleo e Gás (UNYLEYA)
- Mestrado em Engenharia de Petróleo (USP)
- MBA em Gestão no Setor de Óleo e Gás (FGV).
Conclusão
Quem decide pela carreira de engenheiro de petróleo faz uma escolha das mais acertadas.
Esse é um mercado que não para de crescer e que, nos próximos anos, continuará pagando bons salários.
Porém, para competir nesse cenário, você não pode ficar apenas na graduação.
Uma forma de se destacar é investir em formação que faça você ser visto como diferenciado pelas empresas.
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