Conhecer a relação entre VSM e Lean é o primeiro passo para um projeto de melhoria bem sucedido, conforme os princípios Kaizen e de produção enxuta.
Para as empresas que têm esse objetivo, um dos desafios que se apresentam logo de imediato é encontrar um fluxo de produção adequado para suprir uma demanda específica.
É mais ou menos como em uma viagem, quando precisamos de um mapa para nos orientar e revelar o percurso.
Nos projetos Lean, esse mapa não é geográfico, mas sim dos processos pelos quais uma empresa agrega valor às suas soluções.
O VSM é utilizado nessa fase, em que o conhecimento sobre os fluxos de valor ainda é pouco ou inexistente.
Entenda como aplicá-lo neste conteúdo e habilite-se a gerir projetos de melhoria.
Qual é a relação entre VSM e Lean?
Como metodologia, o Lean Manufacturing dispõe de uma ampla gama de ferramentas para dar sequência aos seus propósitos.
Uma delas é o Value Stream Mapping, cuja finalidade principal é identificar e registrar todos os inputs e outputs de um processo.
Veja a seguir o que isso significa e entenda melhor qual a relação entre esses termos.
O que é VSM (Value Stream Mapping)?
Value Stream Mapping, ou Mapeamento do Fluxo de Valor, é um recurso visual usado para o registro de processos produtivos.
Ele pode ser usado para reconhecer todas as etapas que compõem o fluxo que termina em produtos ou serviços a serem destinados ao consumidor.
Graficamente, ele é muito parecido com um fluxograma, no qual diferentes símbolos geométricos são usados para identificar os diferentes tipos de entradas e saídas.
Lembre-se que fluxo de valor é a cadeia de ocorrências envolvida na fabricação de um produto ou realização de um serviço.
Portanto, quanto mais a fundo a empresa mergulha para conhecê-lo, mais competente ela será em identificar os pontos em que pode melhorar.
Isso é fundamental em projetos de melhoria visando à produção enxuta, que tem como objetivo principal eliminar desperdícios e vícios.
O que é Lean?
Lean Manufacturing é o método usado por empresas do mundo todo para otimizar a produção.
Seu foco, como vimos, é a redução dos desperdícios até que eles sejam completamente eliminados.
Foi assim que a Toyota se reergueu das cinzas, depois de ter suas operações paralisadas por causa da Segunda Guerra Mundial.
Ainda que pareça, a metodologia Lean não faz milagre – ela apenas preconiza o fim dos desperdícios, assim como a produção puxada pela demanda.
Para atingir esses objetivos, contudo, a empresa deve antes fazer o seu “dever de casa” mapeando os seus processos para identificar eventuais pontos deficitários.
Nesse caso, o VSM seria como o estetoscópio, o termômetro ou o aparelho de ultrassonografia, ou seja, a ferramenta usada para o diagnóstico.
É como se o desperdício fosse uma doença e Lean fosse o tratamento.
Benefícios de usar o VSM e a filosofia Lean
O exemplo da Toyota, que levantou-se dos escombros para se tornar uma das maiores montadoras do mundo, já dá uma ideia dos impactos da metodologia Lean.
Isso porque o método enxuto requer um elevado grau de precisão para surtir o efeito desejado.
O Mapeamento do Fluxo de Valor é uma das ferramentas essenciais nesse sentido, já que é por ele que a empresa pode saber onde está errando.
Ele identifica não só os fluxos de informações e de materiais como também o lead time, o tempo associado à execução de cada etapa de um processo.
Por isso, a vantagem principal em utilizá-lo é poder contar com um recurso visual imprescindível para dar continuidade nas ações corretivas ou projetos de melhoria.
O VSM não é a solução definitiva, mas deixa a empresa em condições de aprimorar seus processos, a começar pela redução do tempo gasto.
VSM em projetos Lean Six Sigma
Como vimos, os projetos orientados pela metodologia Lean têm como um de seus objetivos o ajuste da produção à demanda.
Para isso, é necessário saber onde a empresa agrega valor aos produtos e serviços entregues.
Só assim ela se habilita a satisfazer seus clientes e a evitar os 7 desperdícios que as empresas costumam cometer.
O VSM entra na parte em que é preciso identificar os fluxos produtivos para saber em que um processo como um todo pode melhorar.
Imagine, por exemplo, que em um processo de fabricação de um alimento, foi identificado um lead time que poderia ser reduzido se a empresa adotasse um novo equipamento.
É esse tipo de diagnóstico que o VSM ajuda a fazer, de modo que se saiba com precisão milimétrica onde um processo é falho e o que fazer para melhorá-lo.
Como fazer um VSM?
A elaboração de um VSM até pode ser feita por gestores leigos, mas ela é bem mais precisa quando se conta com especialistas em Lean Six Sigma.
Veja abaixo como fazer um mapa básico, considerando apenas suas características essenciais.
Defina o valor
Comece especificando o valor do produto ou serviço a partir do olhar do cliente.
Tudo que não agregar valor para o consumidor deve ser descartado e tratado como desperdício.
Monte o VSM
Agora é hora de fazer o VSM propriamente dito, analisando as etapas do processo produtivo em questão.
Aplique-o desde a obtenção da matéria-prima até a chegada às mãos do consumidor final.
Use símbolos diferentes para sinalizar entradas, saídas, condicionantes e outros elementos associados ao processo.
Desenvolva um fluxo
Sabendo quais são os excessos e o que agrega valor, crie um um fluxo contínuo, de modo a agilizar a produção e, em consequência, o tempo de produção e os seus custos.
Implemente a produção puxada pela demanda
Com todas as etapas do VSM concluídas, a empresa estará em condições de implementar o Just-In-Time, ou seja, a produção orientada pela demanda.
Conclusão
VSM e Lean são elementos fundamentais para toda empresa que busca melhorar.
Para que sejam bem utilizados, é necessário contar com profissionais qualificados, principalmente na metodologia Lean Six Sigma.
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