SMED é a sigla para a expressão “Single Minute Exchange of Die” ou, na tradução para o português, “troca rápida de ferramenta”.
Efetivamente, a SMED é uma técnica Lean utilizada para diminuir o tempo de instalação e configuração de um equipamento ou linha de produção. Por meio dela, quando as máquinas são ligadas, há maior agilidade no processo de inicialização, reduzindo o desperdício de tempo e dando mais velocidade ao trabalho.
O objetivo é que esse período de estruturação dos dispositivos não ultrapasse os 02 dígitos de minutos, ou seja, que fique abaixo de 10 minutos. A SMED pode ser utilizada, praticamente, em qualquer operação ou processo e está ligada a um pensamento de melhoria constante, que reflete em eficácia e rentabilidade para os negócios.
Quer saber mais sobre o que é SMED e como aplicar essa técnica? Então continue a leitura do artigo!
Como surgiu a SMED?
A metodologia SMED foi desenvolvida pelo engenheiro industrial japonês Shingeo Shingo entre as décadas de 1975 a 1985. O seu objetivo inicial foi melhorar as configurações (setup) das máquinas. Nessa época, com a ferramenta, Shingo conseguiu reduzir o tempo médio de organização dos seus trabalhos em 2,5%, numa melhoria de 40 vezes.
Como inserir a SMED na sua empresa?
Como já dissemos nas linhas acima, a SMED pode ser implantada em qualquer segmento de negócios, de empresas a hospitais. Um dos exemplos do dinamismo dessa técnica é o seu uso na Fórmula 1.
Você, alguma vez, já deve ter se perguntado como acontecem os reparos e a troca de pneus no box na hora em que os carros param, não é mesmo? Os trabalhos são feitos em uma velocidade assustadora, já que um segundo a mais ou a menos, ali, pode decidir a derrota ou a vitória do corredor. E toda essa agilidade só é possível por causa das técnicas SMED, que garantem otimização nas práticas, e de muito treinamento, é claro!
Agora que você já conhece o que é SMED, precisa também entender que, para inserir toda essa potência nas ações, é necessário seguir alguns princípios básicos. Entre eles:
- detectar atividades de configuração interna e externa;
- estudar o funcionamento e as finalidades de cada atividade;
- buscar alternativas de baixo custo;
- reduzir o tempo das configurações.
Bastante coisa, né? Mas não se preocupe que, para ajudá-lo na implantação do SMED, há um passo a passo composto por seis etapas. E é bom que você já saiba que, apesar de diferentes, elas são interligadas para gerar maior eficácia nos resultados. Vamos ver quais são?
Etapa 0: como iniciar a SMED?
É certo que, apesar de a SMED ser benéfica a praticamente todos os setores de uma corporação, a técnica não será empregada toda de uma vez, já que isso exige tempo e treinamento.
É preciso, então, que os líderes analisem quais são as áreas que prioritariamente demandam esse tipo de ferramenta e o impacto que ela vai gerar na redução do período de inatividade das máquinas.
Para isso, o ideal é que haja um entendimento de quais processos têm maior duração de desperdício na hora da configuração e de quais atividades devem ser planejadas para a melhoria desse processo. Muitas vezes, essa compreensão é garantida por meio da coleta e da análise de dados sobre a performance da fabricação e sobre o período em que os equipamentos ficam parados.
Etapa 1: por qual máquina começo a SMED?
Nessa etapa, você leva em consideração algumas das situações abaixo:
- duração das configurações: demoram o bastante para exigir uma melhoria;
- variação: há grande alternância entre os tempos de setup;
- oportunidades: existe oportunidade para fazer a melhoria com frequência;
- familiaridade: os funcionários conhecem bem o equipamento;
- restrição: o equipamento se tornou uma dificuldade para a empresa, sendo necessária sua melhoria para trazer mais competitividade ao negócio.
Para o maior êxito da escolha, é bom conversar também com os funcionários para conhecer a opinião deles e estabelecer um acordo sobre os benefícios coletivos desse ajuste na máquina.
Etapa 2: como diagnostico os elementos da SMED?
Nessa etapa, é adequado manter um trabalho em conjunto para observar todos os elementos do setup. Para isso, indica-se que o setup seja todo feito e gravado em vídeo, a fim de que possa ser assistido depois e melhorado o desempenho a partir de uma anotação ordenada do que e de como fazer.
Nesses apontamentos, é útil inserir a descrição do trabalho feito e o tempo que cada elemento demanda para ser configurado.
Etapa 3: como dissocio as configurações externas e internas?
Há ajustes que podem ser feitos com as máquinas ainda em movimento. Entre eles, estão a escolha dos funcionários mais aptos para o desempenho de uma determinada função, a organização, o conserto e a aproximação das peças e ferramentas do equipamento.
Com isso, cria-se um ambiente externo mais propício às ações que só poderão ser executadas quando as máquinas estiverem paradas. Parece uma coisa simples, mas esse comportamento pode contribuir para diminuir, de 30% a 50%, o tempo de conversão.
Etapa 4: como converto a configuração interna em externa?
Até aqui, você aplicou etapas que fazem parte de um estágio que podemos chamar de inicial. Agora, você passará para o estágio 2 do processo.
Nele, você deve levar em consideração as novas configurações internas estabelecidas nas etapas anteriores e encontrar alternativas para fazer a transição do setup interno para o externo.
Etapa 5: como asseguro um método de desempenho?
Esse é o terceiro estágio da SMED e é quando todas as operações de configurações internas e externas já estão bastante melhoradas. Nele, a proposta é rever todos os recursos citados anteriormente para garantir que o procedimento seja, de fato, assimilado e colocado em prática pelos operadores.
Agora que você já sabe o que é SMED e como aplicá-la na sua empresa, não perca tempo e utilize logo essa técnica a fim de aprimorar a gestão de processos e garantir mais produtividade e flexibilidade no ambiente de trabalho e menos desperdício de tempo! A hora certa é esta! Então parta para a ação e boa sorte!
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