O termo guru remete aos papéis de guia, mentor, orientador ou, até mesmo, conselheiro. Nesse sentido, os gurus da qualidade foram estudiosos que apresentaram contribuições significativas para esse campo do conhecimento.
Se antes as discussões ligadas à administração de empresas estavam focadas em estruturas organizacionais e produtividade, tais pesquisadores foram grandes responsáveis por trazer a qualidade para o centro desse debate. Assim, foi possível uma verdadeira revolução nos sistemas produtivos no mundo.
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Entretanto, é bem verdade que essa mudança de paradigma não ocorreu do dia para a noite. Afinal, o próprio conceito de qualidade e as ferramentas utilizadas para implementá-la nas empresas passaram por evoluções ao longo do tempo.
Acompanhe, em seguida, as principais contribuições que os chamados gurus da qualidade deram para a gestão de empresas.
Walter Shewhart
Walter Andrew Shewhart (1891-1967) foi um físico, engenheiro e estatístico nascido nos Estados Unidos. Ele é considerado um dos fundadores do movimento de melhoria da qualidade, ao lado de Deming e Juran.
Shewhart também é bastante conhecido por ter idealizado o Controle Estatístico de Qualidade (CEQ) ou Controle Estatístico de Processo (CEP). Tal sistema foi um avanço para a indústria, já que antes dele predominava a inspeção produto a produto, a qual era incompatível com a fabricação em larga escala.
Com o controle estatístico, porém, Shewhart passou a estudar a variabilidade dos processos. Nesse caso, ele utilizava amostras da produção.
Embora Deming tenha difundido o hoje famoso Ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Act), esse sistema foi uma criação de Shewhart. Outra contribuição do estatístico para a melhoria de processos foram as chamadas “Cartas de Controle”.
Armand V. Feigenbaum
Armand Vallin Feigenbaum (1922-2014), nascido nos Estados Unidos e com doutorado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), é tido como um dos idealizadores da qualidade total. A propósito, ele é autor do livro Total Quality Control. Feigenbaum trabalhou por muitos anos na General Eletric (GE).
Não é à toa que ele figura entre os gurus da qualidade. Feigenbaum propôs que essa área se tornasse estratégica nas empresas. Para ele, todos os envolvidos nos processos produtivos deveriam agir para buscar a melhoria, o que demandaria a descentralização das decisões, por meio do Empowerment.
Nesse sentido, a qualidade passaria a ser um objetivo de toda a organização. É bem verdade que, na visão de Feigenbaum, o conceito de qualidade deveria estar ligado à satisfação dos clientes.
W. Edwards Deming
Estatístico nascido nos Estados Unidos, William Edwards Deming (1900-1993) ganhou bastante notoriedade na área de gestão da qualidade, em especial, devido ao trabalho desenvolvido na reconstrução do Japão após a Segunda Guerra Mundial.
Deming disseminou o Ciclo PDCA (Planejar, Fazer, Controlar e Agir), pelo qual as organizações devem desenvolver melhorias nos processos produtivos. Deming também utilizou a estatística para analisar e evitar a variabilidade das atividades nas empresas.
Ele ainda ficou conhecido por ter proposto os chamados 14 princípios ou pontos de Deming, entre os quais se encontram: a busca pelo aprimoramento constante de produtos e serviços, o fim da inspeção em massa, a implantação do treinamento, a eliminação do medo na organização, o combate às causas dos erros etc.
Para Deming, a busca pela qualidade deve ser vista como uma filosofia de gestão, a qual deve permear toda a atuação da empresa.
Joseph M. Juran
O romeno Joseph Moses Juran (1904-2008) é mais um dos nomes que figura na lista dos gurus da qualidade. Formado em Engenharia Elétrica nos Estados Unidos, ele atuou inicialmente na Western Electrical Company na área de gestão da qualidade.
Assim como Deming, Juran teve grande contribuição para a reconstrução do Japão após a Segunda Guerra Mundial. Esse engenheiro também ficou conhecido por aplicar o Princípio de Pareto à gestão da qualidade, em que 80% de defeitos e falhas seriam provenientes de 20% das causas.
Juran entendia que a qualidade deveria estar ligada aos seguintes fatores: planejamento, melhoria e controle. Para ele, a concepção e a fabricação de um produto precisam atender às necessidades dos clientes.
Philip B. Crosby
Philip Bayard Crosby (1926-2001), nascido nos Estados Unidos e engenheiro por formação, também teve notória contribuição para a área de gestão da qualidade.
Ele ficou conhecido por pregar o chamado “zero defeito” e ainda pela proposta de se fazer certo já na primeira vez. Nesse contexto, Crosby entendia que a prevenção deveria ser uma tática adotada pelas empresas.
Para ele, todas as pessoas da organização precisam estar comprometidas em cumprir os requisitos dos produtos, sem cometer falhas. Dessa forma, a busca pela qualidade teria que ser uma filosofia de trabalho, logo, uma ideia mais abrangente do que a simples inspeção de mercadorias.
Tal guru da qualidade resumiu uma estratégia de trabalho nessa área por meio dos seis C’s, que são: compreensão, compromisso, competência, comunicação, correção e continuação. Crosby também foi o autor do livro Quality is Free.
Kaoru Ishikawa
O japonês Kaoru Ishikawa (1915-1989) é mais um nome com grande relevância na área da gestão da qualidade. Entre as notáveis contribuições dele para esse campo do conhecimento, estão o Diagrama de Causa e Efeito (também conhecido como Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe) e os Círculos de Qualidade.
No primeiro caso, trata-se de uma ferramenta para se descobrir as origens reais de um problema. Já o segundo consiste na reunião de membros de uma equipe de trabalho, para melhorar determinados aspectos do setor em que atuam.
Como você pode notar, vários são os nomes que contribuíram para o desenvolvimento da gestão da qualidade no mundo, seja em termos de aperfeiçoamento desse conceito, seja em criação de ferramentas para melhorar os processos produtivos.
Ao se analisar a história da indústria, principalmente na segunda metade do século 20, é possível perceber o quanto foram importantes os trabalhos dos chamados gurus da qualidade.
Com eles, as empresas passaram a produzir com eficiência, mas sem perder de vista a conformidade das mercadorias com os projetos básicos e a satisfação dos clientes.
Com o tempo e a globalização, as ideias desses especialistas se propagaram para os mais diversos países, de modo a influenciar a atuação de inúmeras empresas.
Hoje em dia, chega a ser difícil imaginar uma organização que não utilize as ferramentas desenvolvidas por esses pesquisadores.
E você, gostaria de destacar algum ponto a respeito dos gurus da qualidade? Deixe, então, seu comentário aqui no blog. Participe!
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