Contar com gestores que se encaixam nos mais variados tipos de liderança é uma vantagem competitiva e tanto.
Afinal, de acordo com a pesquisa Deloitte’s 2021 Global Human Capital Trends (em inglês) a capacidade de liderar em múltiplos cenários é uma qualidade a se destacar daqui para frente.
Faz bastante sentido, se lembrarmos que estamos em um ambiente “volátil, incerto, complexo e ambíguo”, como diz a teoria do mundo VUCA.
Cada tipo de liderança apresenta qualidades que as tornam mais indicadas para contextos mais específicos, enquanto outras são mais “genéricas”, adaptando-se bem a quase todo tipo de cenário.
Você vai conhecer cada uma delas neste artigo, em que vamos apresentar as principais formas de exercer a liderança, seus prós e contras no contexto corporativo.
Quais são os tipos de liderança?
Uma empresa em expansão precisa de líderes com perfis diferentes de uma que esteja em crise.
Escolher o tipo de liderança certa para o momento certo faz toda a diferença, com impactos diretos nos resultados.
Se não fosse assim, 65% das pessoas não prefeririam um bom líder em vez de aumento salarial, como aponta uma pesquisa publicada pela Forbes (em inglês).
Como escolher então o líder certo?
O que cada um desses perfis tem para agregar e em quais situações eles podem ou não ser indicados?
É o que vamos ver a seguir.
Técnica
Em áreas altamente especializadas, a liderança técnica é talvez a única capaz de dar respostas aos desafios, em razão da altíssima exigência por conhecimento e preparo.
Assim, esse é um dos tipos de liderança mais desafiadores, que demandam não apenas habilidades técnicas, mas também uma boa didática para transmitir o que se sabe.
Em áreas como TI e engenharia, a liderança técnica é praticamente obrigatória para cargos de gestão e de supervisão.
São líderes que se caracterizam pela pegada mais pragmática, baseando suas decisões em dados, cálculos e avaliações técnicas.
Por isso, são recomendados para empresas com um modelo de operações consolidado e não para negócios em reestruturação ou que tenham algum tipo de carência em seus quadros profissionais.
Liberal
Frequentemente chamada de “laissez-faire” (deixar fazer), a liderança liberal tem como modus operandi a delegação de tarefas.
Os líderes que adotam esse estilo confiam em seus colaboradores para realizar o trabalho.
Eles não microgerenciam ou se preocupam demais em dar feedback ou orientação, a não ser que sejam solicitados.
Em vez disso, os líderes liberais permitem que os funcionários utilizem sua criatividade, recursos e experiência, interferindo o mínimo em suas rotinas.
Essa pode ser uma estratégia de liderança bem-sucedida se os membros da equipe forem competentes e assumirem a responsabilidade por seu trabalho.
No entanto, a liderança liberal também pode gerar um sentimento de liberdade excessiva ou de falta de preocupação com os resultados.
Dessa forma, é um estilo a ser adotado em equipes com profissionais mais amadurecidos e que sejam capazes de se autogerir.
Democrática
Um líder democrático toma decisões partindo quase sempre da opinião e feedback de sua equipe, envolvendo a todos no processo de tomada de decisão.
É um estilo que, assim como o liberal, casa melhor com equipes de profissionais mais maduros e que estejam acostumados a trabalhar com mais autonomia.
No longo prazo, contudo, essa é uma liderança que pode se deteriorar em razão da perda da autoridade.
Em certos casos, ela pode também gerar alguma confusão, já que, como todos têm voz, todos se sentem no direito de interferir.
De qualquer forma, a liderança democrática mostra resultados positivos, especialmente nos seguintes casos:
- Novos projetos que requeiram constantes reuniões e brainstorming
- Resolver problemas complexos, já que coloca mais cabeças para pensar
- Empresas com equipes mais coesas ou pequenas, como startups e “techs”
- Negócios em que o modelo de gestão horizontal seja mais aplicável.
Autocrática
Líderes autocráticos (ou autoritários) baseiam-se em uma abordagem “siga-me”.
Eles traçam um curso, instando as pessoas ao seu redor a segui-lo.
Líderes que exibem traços autocráticos tendem a motivar as pessoas ao seu redor, pelo menos em uma fase inicial.
A liderança autocrática se caracteriza pelo pragmatismo, com alguma tendência para o microgerenciamento.
Dessa forma, líderes autocráticos podem despertar sentimentos negativos, nem sempre sendo bem interpretados em suas decisões.
Por isso, esse é um tipo de liderança de curto prazo, com resultados melhores em contextos de crise, em razão do potencial desgaste nos relacionamentos e esgotamento das equipes.
Estratégica
Os líderes estratégicos normalmente são alocados em setores chave de uma empresa, de modo a detectar oportunidades de crescimento.
Por isso, essa forma de liderança requer visão, competitividade e alta capacidade de adaptação.
Líderes estratégicos têm a habilidade rara de alinhar interesses executivos aos dos colaboradores menos graduados.
Eles são hábeis em desenvolver planos de crescimento, traduzindo isso em ações operacionais para as pessoas na linha de frente.
Não causa surpresa que esse estilo de liderança seja tão desejado, já que é a partir do pensamento estratégico que a teoria pode passar à prática com sucesso.
Situacional
Os líderes situacionais mudam seu estilo de gestão para atender às necessidades da equipe conforme as circunstâncias.
Esse estilo de liderança é proativo e pauta-se no princípio de que a mudança é a única constante no mundo dos negócios.
É uma abordagem que pode motivar os funcionários, estimulando-os a tomar novos rumos sempre que necessário.
Dessa forma, é um estilo que normalmente funciona bem em startups ou empresas que exigem mudanças frequentes.
Esse tipo de líder também é hábil em analisar as mudanças do mercado e pode tomar decisões mais rapidamente.
Visionária
O foco da liderança visionária são os objetivos de longo prazo, implementando ações que podem se traduzir em resultados duradouros.
Para isso, esse tipo de líder foca na colaboração, assim como no desenvolvimento da inteligência emocional e no trabalho em equipe.
Os líderes visionários devem ser capacitados para criar planos claros o bastante para que os colaboradores executem.
São em geral comunicadores persuasivos, o que os ajuda a energizar as equipes em tarefas e “missões” de alta complexidade.
Eles podem prever o surgimento de possíveis obstáculos, traçando planos de ação para dar às pessoas sob sua responsabilidade maior confiança em momentos de incerteza.
Por outro lado, líderes visionários podem acabar ignorando questões do dia a dia para se concentrar em ideias de longo prazo, já que esse é o seu foco principal.
Motivadora
Assim como os visionários, os líderes motivacionais têm uma visão que, ao ser compartilhada, inspira as pessoas a se juntarem a eles para trabalhar na mesma direção.
Eles sabem que compartilhar uma visão clara é parte importante do exercício da liderança, de maneira que os outros queiram alcançar um só objetivo.
Normalmente, líderes motivacionais são automotivados.
Eles entendem a importância do aperfeiçoamento contínuo, buscando ativamente novas ideias e soluções.
Caracterizam-se também pelo alto grau de comprometimento, não apenas com seus projetos, mas principalmente com a evolução das pessoas.
Lideram pelo exemplo, pois sabem que ver o líder trabalhando é a maior inspiração e motivação que um liderado pode ter.
Transacional
Também chamada de liderança gerencial, o estilo transacional se baseia no comando a partir de recompensas.
Esse estilo de liderança assume que os indivíduos precisam ser motivados com recompensas para fazer seu trabalho.
Nesse sistema, um líder define metas ou tarefas para a equipe, esclarecendo como suas equipes serão recompensadas (ou punidas) pelo trabalho.
As recompensas podem ser de vários formatos, mas geralmente envolvem compensações financeiras.
É estilo de liderança na base do “toma lá, dá cá”, mais focado em seguir as rotinas e procedimentos do que em fazer mudanças profundas.
Servidora
A liderança servidora coloca as necessidades dos outros em primeiro lugar.
Ela promove o fortalecimento dos relacionamentos, de modo que as pessoas desenvolvam todo o seu potencial.
Como líder, é necessário conhecer as pessoas com quem se está trabalhando e focar no desenvolvimento de suas habilidades e em entender seus objetivos pessoais.
Esses objetivos podem ser alcançados mais facilmente com uma liderança ética em suas decisões, baseada no que é melhor para todos ou para a maioria.
Por isso, é comum que essa abordagem promova um ambiente onde a criatividade e a proatividade prosperem, já que empodera as pessoas.
Transformadora
Há líderes com uma capacidade natural para assumir o controle e criar uma visão comum a todos.
Eles promovem um sentimento de unidade, desenvolvem laços, energizam e incutem paixão em tudo que fazem.
Essas são características inequívocas de um líder transformador.
Trata-se de um estilo de liderança que enfatiza a mudança para a melhor, por meio do trabalho em equipe e no exemplo.
Os líderes que adotam essa abordagem trabalham para inspirar seus seguidores a alcançar mais do que imaginaram ser possível, explorando todo seu potencial.
Assim, esse tipo de liderança pode ser altamente eficaz em organizações que buscam fazer mudanças ou transformações significativas.
Coach
Um líder “coach” se concentra em identificar e fortalecer os pontos fortes de cada membro da equipe, desenvolvendo estratégias que promovam o trabalho em grupo.
Esse estilo se assemelha à liderança estratégica e democrática, mas com ênfase no sucesso individual dos funcionários.
Uma gestão com esse estilo de liderança pode ajudar os funcionários a melhorar seus pontos fortes por meio de novas tarefas, feedbacks construtivos e orientação.
Coaches apoiam ativamente o desenvolvimento de habilidades porque sabem que o sucesso de todos depende da performance individual.
Assim, eles ajudam a atingir metas ambiciosas, criando uma forte cultura colaborativa e contribuindo para a visão de longo prazo.
Qual o melhor tipo de liderança?
Em meio a tantos tipos de liderança, a tarefa de decidir pelo perfil adequado parece desafiadora por si só.
Na verdade, uma avaliação mais atenta mostra que não é bem assim.
O mais importante é conhecer as características de cada tipo de líder, o que você acabou de fazer lendo até aqui.
A partir disso, e considerando os diferentes perfis de liderança, resta decidir com base nas necessidades da empresa, do projeto ou das pessoas em questão.
Dicas de livros sobre tipos de liderança
Liderar é também uma arte, e não faltam livros inspiradores com ótimas dicas para formar bons líderes.
Veja alguns deles:
- A Essência do Líder, Warren Bennis
- A Arte da Guerra”, Sun Tzu
- As 21 leis irrefutáveis da liderança, John Maxwell
- Pai Rico, Pai Pobre, Robert T. Kiyosaki
- Pipeline de Liderança, Ram Charan, Stephen Drotter e James Noel
- Como fazer amigos e influenciar pessoas, Dale Carnegie
- Novos Caminhos, Novas Escolhas, Abilio Diniz
- 7 Hábitos das pessoas altamente eficazes, Stephen Covey
- Inteligência Emocional, Daniel Goleman.
Qual a importância de formar bons líderes?
Uma empresa que não renova suas lideranças arrisca-se a ver os resultados despencarem.
Líderes não são apenas chefes, mas os responsáveis por levar aos colaboradores a visão e os valores de uma empresa.
Sem lideranças, esse processo se perde e, com isso, a própria identidade da marca.
Isso para não falar dos problemas operacionais e técnicos decorrentes da falta de lideranças.
Por isso, formar líderes é o ingrediente básico de um negócio de sucesso.
Como desenvolver lideranças nas empresas?
Não se desenvolvem líderes de verdade de um dia para o outro.
Esse é um trabalho constante, que demanda um esforço contínuo por parte da alta gestão, que deve adotar medidas como:
- Investir em programas de desenvolvimento
- Identificar talentos promissores
- Abrir oportunidades de liderança
- Estimular a aprendizagem contínua
- Feedback e orientação
- Incentivar a autogestão.
Como desenvolver um líder Lean?
A Escola EDTI ajuda sua empresa a formar líderes preparados para dar conta dos maiores desafios.
O curso de Liderança Lean habilita profissionais que trabalham com equipes, ocupando cargos de liderança ou não, a utilizar conceitos de liderança e gestão de pessoas, metas e processos Lean.
Conte com essa força e tenha à frente dos seus negócios pessoas capazes de conduzi-lo a patamares mais altos!
Conclusão
Empresas que sabem como selecionar os tipos de liderança em seus quadros se colocam muito à frente.
Como vimos, os bons profissionais podem até abrir mão de um salário mais alto, mas não de um líder competente.
A EDTI apoia as empresas na missão de formar líderes, com seus cursos EAD e treinamentos in company.
Bons líderes sabem como implementar a Gestão por Resultados, que você aprende neste e-book gratuito!