Existem vários tipos de gráficos que ajudam a enxergar os dados de uma outra maneira.
Ou seja, não como um amontoado de números, mas sim como informações que nos permitem ter insights e tomar decisões com maior confiança.
Os gráficos sempre estiveram presentes e foram importantes na administração de empresas e na gestão da produção.
O contexto tecnológico atual, porém, traz algumas novidades.
A primeira é que, com o big data, a quantidade de dados disponíveis para análise e tomada de decisões cresceu a níveis estratosféricos.
Isso porque, com a informática, computação em nuvem e digitalização dos processos, tornou-se mais fácil medir, coletar, armazenar e processar informações.
Essa é uma realidade que nos leva a outra novidade: áreas e atividades que antes não tinham muitos dados para serem analisados, hoje têm de sobra.
Na publicidade, por exemplo, dependia-se de pesquisas quantitativas e qualitativas que eram feitas entrevistando consumidores. Algo que demandava tempo e dinheiro.
Hoje, uma empresa pode vender seus produtos online e ter acesso a diversas informações de seus clientes sem muito esforço.
E o que os tipos de gráfico têm a ver com isso? Que não adianta nada ter acesso a todos esses dados e não ser capaz de interpretar o que eles têm a dizer, transformando-os em ações estratégicas.
Essa análise começa escolhendo, entre os diversos tipos de gráficos, aquele que melhor ajuda a visualizar a realidade que os números estão tentando mostrar.
Neste artigo, você vai conhecer as características e aplicações preferenciais de alguns dos principais tipos de gráficos que existem.
O que são e para que servem os gráficos?
Gráficos são modelos visuais utilizados para representar dados, de modo que determinado padrão, fenômeno, tendência, progressão ou comparação fique mais evidente e fácil de entender.
Por exemplo, imagine que um lojista tem em mãos uma tabela com as receitas das vendas dos últimos dois anos, separadas por mês.
Se ele quisesse saber em quais períodos do ano estão os picos de vendas e qual a dimensão da diferença para os demais meses, teria que observar os números mês a mês em sua tabela.
Com um gráfico, a tarefa fica muito mais fácil.
Usando um gráfico de linha, com uma variável vertical referente à receita e uma variável horizontal referente aos meses dos dois últimos anos, o lojista enxergará os padrões logo de cara, ao bater o olho.
Com esse tipo de informação, ele poderá perceber, por exemplo, que no Dia das Mães há um aumento discreto nas vendas, o que pode motivar o planejamento de ações especiais para aproveitar melhor essa data.
Claro que essa conclusão poderia ser tomada com base na tabela também, onde há um grau maior de detalhamento.
Mas o gráfico ajuda a enxergar com mais facilidade o padrão.
E esse foi um exemplo bastante simples.
Há casos em que os números são bem mais complexos e, em determinados tipos de gráficos, é preciso fazer cálculos para construí-los.
É algo que pode ser feito com o Excel ou outras ferramentas para criação de gráficos, sobre as quais falaremos mais à frente.
Com ou sem essas ferramentas, o certo é que alguns dos tipos de gráficos mais complexos envolvem estatística, matemática financeira e outros conhecimentos avançados.
Quanto mais amplo for o conhecimento do profissional nessas áreas, melhor ele poderá explorar os diferentes tipos de gráficos para gerar insights estratégicos para a sua empresa.
História dos Gráficos
Embora os gráficos já fossem velhos conhecidos dos matemáticos, os tipos de gráficos modernos e mais utilizados hoje, como o de barra, de linha e de pizza, foram inventados entre 1786 e 1801 pelo economista escocês William Playfair.
Acredita-se que suas criações tenham sido motivadas pelo crescimento do número de dados econômicos e demográficos coletados pelos governos.
Os gráficos de Playfair atenderam, portanto, à demanda por ferramentas que ajudassem a analisar e interpretar estes dados, transformando-os em ações.
Hoje, além do ambiente corporativo, encontramos gráficos o tempo todo nos jornais, televisão e internet, para ilustrar índices econômicos e outras informações noticiosas.
Mas nem sempre os gráficos tiveram essa popularidade.
O site Priceonomics fez uma constatação interessante: embora as páginas do New York Times estivessem repletas de números desde suas primeiras edições, em 1851, durante o primeiro século do jornal, a utilização de gráficos era rara.
As criações de Playfair eram vistas em publicações governamentais, em estudos científicos e trabalhos acadêmicos.
Uma das explicações apontava que os leitores não estavam familiarizados com esse tipo de recurso e que, portanto, não eram capazes de compreendê-lo.
Na pesquisa feita por Dan Kopf, do Priceonomics, foi a partir de 1933 que os gráficos de visualização de dados se tornaram um recurso permanente nas páginas do New York Times.
Eles já tinham aparecido antes, mas de forma esporádica.
Desde a edição de 4 de julho daquele ano, os gráficos passaram a aparecer em quase todas as edições na página de transações da bolsa de valores.
Quais São os Tipos de Gráficos que Auxiliam na Tomada de Decisão
Existem diversos tipos de gráficos porque há diferentes conjuntos de informações a serem representadas visualmente.
Alguns dados podem ser exibidos em mais de um tipo de gráfico, então, cabe a você analisar as opções e decidir qual é melhor naquele contexto.
Para ajudar, separamos, abaixo, alguns dos modelos mais usados por empresas, universidades, órgãos públicos e jornalistas.
Enfim, são as principais maneiras de representar dados graficamente.
Confira!
Gráfico em Barra
É um gráfico composto por dois eixos (vertical e horizontal, cada um com uma variável) e barras de diferentes tamanhos indicando um dado quantitativo relativo a uma das variáveis.
As barras podem ser horizontais ou verticais, e pode haver cores diferentes (com uma legenda explicando) para comparar grupos diferentes de dados sobre os quais operam as mesmas variáveis.
Gráfico em Pizza
O gráfico do tipo pizza foi um dos tantos modelos inventados por William Playfar.
É usado para indicar os percentuais de diferentes dados (fatias de diferentes tamanhos) em relação ao todo (pizza inteira).
Gráfico em Linha
É semelhante ao gráfico com barras, mas em vez de uma barra é usada uma linha, e a variável horizontal geralmente é uma linha do tempo.
Pode conter diferentes linhas, com cores distintas, para comparação.
Gráfico de Áreas
Tem a mesma lógica do gráfico em linha, mas as cores são preenchidas formando formas geométricas, dando um efeito visual um pouco mais impactante na hora de comparar dados distintos.
Gráfico em Rede
É um gráfico muito interessante para analisar um objeto que tem diversas categorias em intensidades distintas.
Há quatro ou mais variáveis e forma-se uma forma geométrica em que as pontas dos valores mais altos é mais comprida.
Gráfico de Bolha
As bolhas são círculos de diferentes tamanhos, cada uma representando um objeto analisado.
O mesmo gráfico pode conter várias bolhas, e há dois eixos com variáveis.
Os dados a serem visualizados estão no tamanho da bolha e no posicionamento horizontal e vertical em que ela se encontra.
Gráficos Conhecidos (Famosos)
Agora, vamos conferir alguns gráficos conhecidos por terem aplicações específicas em determinados contextos.
Histograma
O histograma é semelhante ao gráfico com barras verticais.
A diferença é que não há espaços entre as barras.
É muito utilizado na área estatística.
Gráfico de Pareto
O gráfico de Pareto, ou diagrama de Pareto, é muito usado na metodologia Lean Six Sigma, para identificar os principais problemas enfrentados em determinado processo.
O eixo vertical representa a frequência dos defeitos e o horizontal as causas.
Gráfico de CUSUM
Muito usado em projetos de melhoria, o gráfico de CUSUM é um gráfico de controle de soma cumulativa, que ajuda a detectar pequenas variações em um histórico de dados.
Gráficos e Ciência de Dados
A ciência de dados é uma área cada vez mais valorizada no mercado de trabalho atual, que consiste na utilização de tecnologia, conhecimento matemático e modelos gráficos para capturar e processar informações.
No contexto corporativo, o cientista de dados atua com o objetivo de gerar valor para a empresa onde atua.
É claro que o profissional dessa área tem uma relação muito próxima com os gráficos.
Só que eles são a expressão final de seu trabalho, que é bem mais complexo do que pegar uma base de dados e transformá-los em uma representação visual.
Para começar, ele precisa ter um bom entendimento dos desafios e objetivos estratégicos da companhia.
Este é um pré-requisito para que ele saiba identificar sobre quais tipos de dados vale a pena se debruçar e tentar encontrar padrões e insights.
Depois, o trabalho envolve o mapeamento, previsões, segmentação e classificação de dados que servirão de insumo para montar os gráficos.
Só, então, que os gráficos entram em cena.
O cientista de dados deve conhecer vários tipos de gráficos, as possíveis aplicações, vantagens e desvantagens de cada um deles.
A escolha será de acordo com a finalidade das informações selecionadas e do público ao qual o gráfico será apresentado.
Um gráfico que vai ser publicado em um jornal, por exemplo, não pode ser tão complexo quanto aquele que é apresentado em uma reunião para executivos com profundo conhecimento de técnicas administrativas.
Ferramentas para Criação de Gráficos
Antes da era da informática, era preciso usar compasso, papel quadriculado e ser muito bom de geometria, além de não errar os cálculos e proporções.
Como não havia programas de computador com modelos prontos, em que só precisam ser inseridos os dados numéricos, era preciso saber desenhar os vários tipos de gráficos à mão.
Hoje, felizmente, está muito mais fácil. Há uma série de soluções que permitem construir gráficos bastante elaborados no computador ou celular.
Confira algumas das principais ferramentas para essa finalidade.
Excel
O mais famoso programa de planilhas possui uma ferramenta de produção de gráficos que dá conta do recado na maioria das vezes.
O bom é que o mesmo arquivo pode ser utilizado para armazenar os dados brutos e produzir os gráficos.
Google Public Data Explorer
Esta não é exatamente uma ferramenta de criação de gráficos, mas pode ajudar bastante na tarefa, pois trata-se de uma plataforma com diversos dados de organizações do mundo inteiro, como o Banco Mundial, Eurostat e OCDE.
Hohli
É uma plataforma que, apesar de simples, minimalista e bastante intuitiva, oferece ao usuário uma grande variedade de gráficos.
É perfeito para quem quer se ater ao essencial, que são os números e sua representação visual.
ChartGo
É uma ferramenta online para construir gráficos de forma rápida e eficiente.
Você pode começar um gráfico do zero, a partir de configurações básicas e informando a pasta dos dados, ou usar modelos já existentes em uma galeria de exemplos.
Infogr.am
Essa é uma ferramenta para quem não quer criar apenas um gráfico simples, mas sim um infográfico com belo design.
É muito útil para quem trabalha no meio da comunicação, porque se trata de um ótimo recurso para complementar reportagens e destacar informações para o leitor/cliente.
Venngage
Assim como o Infogr.am, o Venngage é uma ferramenta para produzir infográficos.
Há modelos prontos muito bonitos e criativos, divididos em categorias.
O legal é que os templates são altamente customizados, para que o produto final nunca deixe de ser original.
Como os Dashboards Auxiliam a Utilização dos Gráficos
Algumas das ferramentas que apresentamos a você no tópico anterior permitem montar gráficos em apresentações com um lindo design.
Quando os gráficos são usados no contexto analítico e estratégico interno de uma empresa, porém, a beleza fica em segundo plano – o que importa é a clareza e a eficiência.
Há organizações que monitoram uma infinidade de métricas e indicadores em tempo real, e o dashboard é a plataforma que reúne essas informações.
É fundamental para descomplicar o acesso e monitoramento desses dados.
É comum que esses painéis exibam não apenas os números referentes às métricas e indicadores que estão sendo acompanhados, mas também gráficos que ilustram a evolução da performance, pontos críticos, padrões, etc.
Como estamos falando de um arcabouço complexo de números, que mudam com frequência, a atualização desses gráficos deve ser automática, no ritmo em que os dados são coletados.
Dependendo do grau de sofisticação e personalização que se quer, é necessário um esforço de programação para desenvolver o dashboard perfeito.
Ou então pode-se utilizar soluções como o próprio Excel, o Microsoft Power BI, IBM Watson, Cyfe, Tableau, Minitab, Google Data Studio, entre outros.
Seja qual for a solução escolhida, é importante escolher com cuidado quais os dados que serão selecionados para constar no painel e quais os tipos de gráficos mais adequados para permitir a compreensão rápida dessas informações.
Gráficos e Gestão Lean Six Sigma
Você já deve ter entendido que os gráficos são ferramentas extremamente úteis para promover a evolução e otimização de processos em uma empresa.
Justamente por isso, eles são muito usados na metodologia Lean Six Sigma, que implementa uma cultura de melhoria contínua na organização.
Como o nome já entrega, trata-se de um conjunto de práticas, técnicas, métodos e ferramentas de duas outras metodologias: Lean Manufacturing e Six Sigma.
O Lean é um sistema operacional que tem a redução de desperdícios como principal objetivo. Os oito desperdícios a que se deve ficar atento são:
Processamento excessivo
Produção excessiva
Estoque excessivo
Transporte dispensável (de pessoas, materiais e informações)
Movimentação desnecessária
Defeitos
Espera (pessoas e equipamentos ociosos)
Habilidades (capacidades de colaboradores pouco aproveitadas).
Implementando ações para reduzir esses desperdícios, a empresa se torna mais eficiente, produtiva e lucrativa.
Já a metodologia Six Sigma tem como intuito principal reduzir a variabilidade nos processos de uma empresa, promovendo a busca contínua pela perfeição através da diminuição do desvio padrão.
As duas metodologias são complementares, e a Lean Six Sigma busca aproveitar o que há de melhor em cada uma delas para tornar a produção cada vez mais eficiente.
Como em quaisquer práticas modernas de gestão, é preciso monitorar uma grande quantidade de dados para embasar as ações de melhoria.
É por isso que é desejável para o profissional que pretende liderar projetos Lean Six Sigma conhecer vários tipos de gráficos, porque eles facilitam a aplicação das ferramentas da metodologia.
Conclusão
Não tem como fugir: para onde quer que você olhe, vai sempre se deparar com um mar de dados.
No mundo do big data, é melhor se adaptar do que negar a importância da coleta, armazenamento e processamento de dados.
Especialmente para quem quer ter uma carreira profissional de destaque.
Qualquer que seja o setor da sua empresa, ela sempre vai precisar de especialistas em análise de dados para qualificar a tomada de decisão.
Conhecer e saber montar diversos tipos de gráficos não é tudo, mas é uma parte bastante importante desse trabalho.
Usar o gráfico certo em uma apresentação mostrada para um cliente (interno ou externo) pode ser o detalhe que faltava para causar o impacto desejado e convencê-lo de que suas ideias estão corretas.
E mesmo no dia a dia corrido do chão de fábrica os gráficos também são úteis, para facilitar o controle de qualidade da produção.
Neste artigo, você conheceu alguns dos principais tipos de gráficos e aprendeu sobre a importância desses recursos para a gestão de projetos e negócios.
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