Você sabe o que quer dizer Six Sigma e suas siglas? Existem diversos termos que os profissionais que trabalham com essa metodologia devem conhecer.
Eles dão nome a conceitos, métodos, técnicas e ferramentas utilizadas na metodologia Six Sigma, também conhecida como Seis Sigma.
A metodologia utiliza esse conjunto de recursos para chegar no objetivo final de promover a melhoria contínua nos processos de uma empresa, diminuindo a variação e defeitos e aumentando a qualidade na entrega final.
Quem possui esse tipo de conhecimento é capaz de agregar valor ao seu empregador, mas o ideal é que a mentalidade proposta no Six Sigma seja adotada como um todo, promovendo uma verdadeira mudança cultural na organização.
Mas esse é assunto para outro artigo. Aqui, vamos apresentar as principais siglas usadas no Six Sigma e seus significados.
Boa leitura!
Lean Six Sigma (LSS)
Entre as metodologias de gestão da qualidade e melhoria contínua, uma das mais completas é a Lean Six Sigma (LSS).
Isso porque ela junta o que há de melhor no já citado Six Sigma com outra metodologia mundialmente reconhecida e adotada em indústrias de vários segmentos: o Lean Manufacturing.
Trata-se de um modelo desenvolvido por engenheiros da Toyota, nos anos que seguiram após o fim da Segunda Guerra Mundial, conflito no qual o Japão integrou a parte derrotada.
Como a economia do país estava devastada, a Toyota experimentou um sistema de produção com estoque baixo, fluxo de caixa curto e máxima eficiência, sem abrir mão da qualidade no produto final.
Foi essa fórmula que permitiu à empresa crescer mesmo em um contexto econômico difícil.
Com o passar dos anos, o Japão tornou-se uma das principais economias do mundo, e a Toyota uma das principais fabricantes de automóveis.
Em 1990, os autores James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel Roos lançaram o livro A Máquina que Mudou o Mundo, no qual descrevem a filosofia de produção da empresa japonesa e cunham o termo Lean Manufacturing para desenvolver seus processos.
Hoje, a filosofia Lean é conhecida principalmente pelo combate aos desperdícios – aquilo que é supérfluo e não agrega valor para o cliente – nos processos produtivos.
Já a metodologia Six Sigma, na qual se utilizam as siglas sobre as quais falaremos aqui, surgiu nos anos 1980, na Motorola.
O engenheiro Bill Smith criou o modelo que preza pela busca contínua pela perfeição, através do combate ao desvio padrão, que é o grau de variação de um conjunto de itens em relação à média.
Em uma produção industrial, quanto menor a variação nos outputs (saídas), maior a qualidade do processo e menor o número de falhas e defeitos.
Nos anos seguintes à criação do sistema, a General Electric passou a adotá-lo.
Em pouco tempo, o Six Sigma e suas siglas passariam a ser utilizados no mundo todo, como um padrão global de melhoria nos processos.
Roteiros
Para que uma indústria seja eficiente, ela deve contar com um bom roteiro de produção, um documento no qual a sequência de atividades a serem executadas no sistema produtivo é detalhada.
Ele serve para padronizar os processos, o que colabora para uma qualidade média superior nos itens produzidos.
Além disso, reduz o desvio padrão, pois tudo é feito sempre da mesma maneira.
Justamente por esse motivo, os roteiros são parte fundamental no Six Sigma.
Gestores e operadores seguem o roteiro de produção e não precisam perder tempo, porque nele já consta como o trabalho deve ser feito.
Por fim, o roteiro produtivo ainda facilita o mapeamento dos custos de produção, tornando a gestão financeira da empresa mais eficiente também.
Há alguns métodos de gestão de projetos que também são chamados de roteiros, que guiam as etapas pelas quais o desenvolvimento de um novo produto, serviço ou processo deve passar.
A seguir, apresentamos algumas siglas referentes a roteiros usados no Six Sigma, aplicados principalmente a projetos de melhoria.
DMAIC
DMAIC é um anagrama formado a partir de cinco palavras, que representam cinco etapas de um projeto:
Definir (o que queremos com ele?)
Medir (coletar números sobre o desempenho atual)
Analisar (avaliar os dados da etapa anterior)
Implementar (testar as mudanças propostas)
Controlar (cuidar para que a mudança seja incorporada no dia a dia da empresa).
PDCA
O ciclo PDCA é uma ferramenta de gestão usada no controle de processos para a solução de problemas e promoção da melhoria contínua.
A sigla dessa técnica usada no Six Sigma é formada pelas palavras que representam quatro passos:
Plan (planejar)
Do (fazer)
Check (verificar)
Act (agir).
PDSA
O ciclo PDSA segue a mesma linha do PDCA.
Ele é uma atualização promovida por William Edward Deming, um dos famosos gurus da qualidade, que criou o PDCA, baseado no Ciclo de Shewhart.
A diferença entre os dois métodos é muito simples: em vez de check (checar), a terceira etapa é study (estudar), pois o antigo termo levava a uma interpretação passiva dos dados.
Já o verbo estudar dá a entender que os resultados precisam ser transformados em novo conhecimento para gerar aprendizado verdadeiro sobre os erros e acertos cometidos.
SDCA
SDCA é outra sigla bastante usada no Six Sigma.
Mais uma vez, estamos falando sobre um ciclo. Ele pode ser considerado complementar ao PDCA e PDSA, com foco na melhoria nos resultados do negócio.
As palavras que formam a sigla são:
Standard (padronização de processos)
Do (execução)
Check (verificar o cumprimento dos padrões estabelecidos)
Act (agir corretivamente quando necessário).
Causas de Variação
Conforme explicamos antes, o combate à variação nos processos produtivos tem papel central na metodologia Six Sigma.
Ao identificar a variação, é preciso estudar a sua causa, que pode ser classificada em um dos dois grupos sobre os quais falaremos nos tópicos seguintes (eles não compõem siglas, mas são termos importantes no universo do Six Sigma).
Causas comuns de variação
São causas ordinárias, comuns no dia a dia de uma indústria. Acontecem aleatoriamente e por fatores que até se pode prever, mas não evitar completamente.
Portanto, a variação gerada por causas ordinárias costuma ser tolerada e suas consequências estão dentro de um limite de controle – o que não impede o gestor de buscar maneiras de diminuí-la.
Causa especial de variação
Já as causas de variação especiais estão fora dos limites de controle, alteram os parâmetros do processo e o desvio padrão, além de não estarem previstas.
Como as causas especiais tornam o processo instável, devem ser rapidamente identificadas e corrigidas.
Limite inferior de controle (LIC)
Os limites de controle são referências utilizadas para identificar as variações dos processos.
LIC é a sigla usada no Six Sigma para se referir ao limite inferior, ou seja, o menor número tolerado.
Abaixo desse valor, considera-se que a variação está fora do nível de controle.
Limite superior de controle (LSC)
Já o limite superior de controle (LSC) é o balizador na direção oposta à média.
Se a métrica ultrapassar esse valor, também representa uma variação acima do limite de controle.
Limite inferior de especificação (LIE)
O limite de especificação (LE), por sua vez, é a referência específica para o processo ou setor em questão, que pode ser definida informalmente pelo mercado ou em normas de órgãos reguladores.
Esse limite também é classificado em diferentes categorias, sendo uma delas a LIE, ou limite inferior de especificação.
Assim como o LIC, é a referência mais baixa tolerada para que o processo seja considerado dentro do nível de controle.
Limite superior de especificação (LSE)
Já o LSE você já deve imaginar do que se trata, não?
É a sigla Six Sigma para o limite superior de especificação, ou seja, o número mais alto tolerado dentro do nível de controle.
Voz do Cliente (VOC)
As metodologias de qualidade existem com o propósito final de aumentar a satisfação do cliente com o produto ou serviço que ele consome da empresa.
Para chegar mais perto desse objetivo, o Six Sigma utiliza uma ferramenta chamada Voice of The Customer (VOC), ou Voz do Cliente.
Ela ajuda a entender quais as necessidades do cliente, transformando-as em requisitos críticos para projetos e processos da organização.
CP
CP é a sigla Six Sigma para Índice de Capabilidade do Processo.
Capabilidade, por sua vez, é a qualidade do processo ser capaz de entregar aquilo que o cliente quer.
Sendo assim, o CP é uma ferramenta utilizada para quantificar essa qualidade, a partir da dispersão da especificação e da dispersão do processo.
CPK
Assim como o CP, o CPK é um índice utilizado para medir a capabilidade de um processo.
A diferença é que o CP mede a capacidade potencial do processo, enquanto o CPK é usado para mostrar o desempenho real que ele entrega, medindo sua capacidade de permanecer exato e também preciso.
DPU
DPU quer dizer defeito por unidade.
Para calculá-lo, é preciso dividir o número de defeitos encontrados nos produtos pelo número total de unidades produzidas.
Por exemplo, se uma empresa de brinquedos infantis produziu 200 bonecas e 32 possuem defeito, o DPU é de 0,16.
DPO
Já DPO é a sigla para defeitos por oportunidade, sendo que uma oportunidade é cada possível defeito que pode haver em um processo.
Por exemplo, se um funcionário precisa preencher um formulário, pode-se considerar três oportunidades: deixar de marcar uma resposta, marcar mais de uma resposta para a mesma pergunta ou fazer um comentário no local errado.
Nesse caso, cada vez que o funcionário tiver de preencher esse formulário, são três oportunidades.
Se ele preencheu 50 formulários, divide-se o número de erros que ele cometeu por 150 (50 vezes 3 oportunidades em cada) para chegar ao DPO.
DPMO
Já a sigla Six Sigma DPMO significa defeito por milhão de oportunidades.
Nada mais é que o indicador de quantos defeitos foram encontrados em cada milhão de oportunidades nos processos monitorados.
Característica crítica para qualidade (CTQ)
CTQ quer dizer crítico por qualidade.
Nos projetos Six Sigma, fala-se em árvore CTQ, ferramenta que serve para mapear as características críticas para a percepção de qualidade do produto, na visão do cliente.
Otimização de Fluxo de Processo
Conforme explicamos no início do artigo, o Six Sigma possui muitas ferramentas usadas para organizar os processos produtivos de uma organização.
A seguir, apresentamos algumas siglas Six Sigma referentes a métodos que tornam o fluxo de trabalho mais eficiente, com menos defeitos e desperdícios.
Diagrama ECRS
ECRS é uma técnica composta por quatro passos que levam a uma análise cuidadosa de possíveis falhas nos processos produtivos, como custos elevados, resultados insatisfatórios, desperdício de materiais, entre outras.
A sigla é formada com a junção das iniciais das seguintes palavras:
Eliminar
Combinar
Reorganizar
Simplificar.
Desse modo, a ECRS ajuda a diagnosticar as causas básicas das falhas, a fim de promover ações de melhoria.
Não Agrega Valor (NAV)
NAV é a sigla utilizada na metodologia Six Sigma para caracterizar atividades que não agregam valor ao produto – sendo que estamos falando de um valor reconhecido pelo cliente, de modo que ele se disponha a remunerar a empresa por ela.
As atividades NAV são a oposição das AV, ou seja, aquelas que agregam valor.
Esse mapeamento é importante para que a empresa nunca deixe de monitorar a competitividade de seus produtos e serviços.
Análise de Risco
A análise de risco é uma etapa muito importante em projetos Six Sigma.
O processo ajuda a identificar e controlar possíveis problemas, estabelecendo planos para minimizá-los, caso eles ocorram.
Para isso, primeiro, é preciso identificar quais são esses riscos, com informações detalhadas.
Quando a análise é bem feita, a empresa pode investir com muito mais confiança e segurança.
FMEA
FMEA é uma sigla a partir do inglês Failure Mode and Effect Analysis, que quer dizer Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos.
É um método usado nos projetos Lean Six Sigma para estudar as causas e efeitos das falhas encontradas nos processos de uma organização.
Ele envolve o monitoramento da classificações de gravidade (G), ocorrência (O) e detecção (D), a partir das quais se calcula o Nível de Priorização de Risco (NPR).
Diagrama de afinidades (DA)
Diagrama de Afinidades, também conhecido pela sigla DA, é um método aplicado em processos Six Sigma para resumir dados qualitativos.
Ele categoriza ou agrupa os itens disponíveis, usando como critério a afinidade, ou seja, as relações comuns entre eles.
O objetivo da ferramenta é organizar grandes quantidades de dados qualitativos, para ajudar o profissional a encontrar temas comuns, estimulando projetos de inovação dentro da empresa.
Estatística
Para coletar e transformar alguns dos índices e métricas usados no Six Sigma em ações de melhoria, é preciso conhecer um pouco de estatística.
A seguir, apresentamos algumas siglas relacionadas com este campo do conhecimento.
ANOVA
ANOVA é um acrônimo usado para representar a análise de variância.
Serve para comparar médias e identificar se há uma diferença significativa entre elas.
Desvio padrão (DP)
Desvio padrão é uma medida estatística que representa o grau de variação de um conjunto de itens em relação à média.
Por exemplo, sacas de produtos agrícolas não têm exatamente o mesmo peso.
Se o desvio padrão é alto, porém, isso quer dizer que há muitas sacas com peso bastante distante do ideal, o que não é bom.
MSA (Análise do Sistema de Medição)
MSA vem do inglês Measurement Systems Analysis, que quer dizer análise do sistema de medição.
É um método estatístico que ajuda a identificar variações originadas pelo sistema de medição, que ocasionam a perda de qualidade do produto.
EDTI
O último termo que temos a apresentar para você, na realidade, não se trata de nenhuma sigla referente a processos Six Sigma.
EDTI é o nome da escola que é referência no Brasil em cursos de certificação na metodologia Lean Six Sigma.
Ela foi criada pelos professores Ademir Petenate e Marcelo Petenate, aproveitando a experiência obtida por Ademir após anos de trabalho não apenas na consultoria a diversas indústrias, mas também na formação de programas de certificação na Unicamp.
Na EDTI, é possível se matricular nos cursos Green Belt e Black Belt, para liderar projetos e orientar colaboradores em projetos Lean Six Sigma.
Nessas formações, você aprenderá em profundidade todas as siglas, métodos, técnicas e ferramentas de que falamos ao longo deste texto, e ainda poderá trocar ideias e experiências com profissionais de diversas áreas.
Conclusão
Quem se depara com o universo de siglas utilizadas na metodologia Six Sigma pode se assustar.
Para quem nunca trabalhou com essas ferramentas, parece difícil, e realmente é preciso se dedicar bastante para aprender todo esse conteúdo.
Quando esse processo de aprendizado começa, porém, o profissional percebe que é tudo muito lógico.
É fácil compreender a importância de cada método para o processo de agregar valor continuamente aos produtos e serviços desenvolvidos pela organização.
Dessa maneira, a jornada de qualificação para trabalhar – e, futuramente, implementar – em projetos Six Sigma é bem mais simples e natural do que se costuma pensar.
Se você quiser continuar aprendendo sobre as técnicas do Six Sigma e seus benefícios para a indústria, navegue pelos conteúdos de nosso blog.
Mas caso a sua intenção seja se aprofundar de verdade no assunto, aí o recomendado é experimentar nossos cursos presenciais e EAD.
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