O SCM, ou Supply Chain Management, é uma ferramenta importante para dar mais eficiência e organização no processo de movimentação de um produto, desde sua origem até o destino final.
Afinal, a fabricação de produtos físicos também depende de processos integrados e digitalizados.
Por que, então, não aproveitar a tecnologia e interligar sistemas, para que a logística se torne mais rápida?
Esses e outros temas relativos à cadeia de suprimentos serão abordados neste conteúdo.
Nele, você vai entender o que o SCM tem a ver com as operações logísticas e como fazer a gestão do cliente.
Acompanhe!
O que é SCM (Supply Chain Management)?
SCM é um conjunto de soluções usadas para gerenciar os fluxos de bens, serviços, informações e finanças de uma cadeia produtiva, desde a produção até a entrega ao cliente final.
Como vimos, essa é a sigla para Supply Chain Management, que quer dizer Gestão da Cadeia de Suprimentos.
Veja bem: o SCM não diz respeito apenas à logística do vendedor final. Ele começa com o fluxo de matéria-prima para que o produto comece a ser feito.
Quanto mais complexa é a cadeia de um determinado mercado, maior é a necessidade de ter um SCM eficaz.
Há indústrias que adquirem suas matérias-primas em determinados países e que vendem o produto final para outros, por exemplo.
Nesse caso, além das dificuldades impostas pelo transporte dos insumos, há uma alta complexidade burocrática e tributária.
Isso sem falar na necessidade de alinhar um fluxo de comunicação com as empresas fornecedoras.
Trata-se de um cenário no qual o Supply Chain Management é uma exigência.
Objetivos do SCM, ou Gestão da Cadeia de Suprimentos
O objetivo das práticas de Gestão da Cadeia de Suprimentos é reduzir o tempo de ciclo e inventários, otimizando a logística e oferecendo um serviço mais competitivo.
Com o fluxo da cadeia otimizado, os processos-chave são integrados e a empresa consegue entregar um produto de qualidade a partir de um custo de produção baixo.
Na ponta, quem se beneficia é o cliente, mas também a própria empresa, que se destaca da concorrência por conseguir oferecer seu produto a um preço menor.
Isso só é possível se a finalidade prioritária do SCM for cumprida.
Isto é, se houver sinergia entre as partes envolvidas na cadeia produtiva, com fluxos ágeis e eficientes.
Quais os benefícios do SCM (Supply Chain Management)?
Como aponta um relatório da Mordor, até 2100, o mercado de logística deverá sofrer uma redução no valor gerado de US$ 50 milhões em razão de mudanças na força de trabalho.
O documento também informa que os custos com combustíveis deverão aumentar, como resultados dos esforços globais de descarbonização e em mudanças no fornecimento.
Esse contexto aumenta ainda mais a importância da SCM, ainda mais se considerarmos as vantagens competitivas que ela agrega.
Confira a seguir.
Mais agilidade operacional
Não chega a ser uma novidade que, no Brasil, a preferência pelo modal rodoviário encarece o transporte e torna a distribuição mais demorada.
Empresas que cuidam da SCM estão um passo à frente nesse aspecto, por desenvolverem uma nova visão para a gestão das suas operações logísticas.
Nelas, as decisões são orientadas por dados, incluindo as que envolvem a escolha de rotas, modais e a própria gestão de frota.
O resultado é uma capacidade maior de responder aos desafios de transporte em menos tempo, agilizando as operações como um todo.
Precisão na redução de custos
Uma matéria no portal Valor Econômico traz a dura verdade sobre os custos logísticos no Brasil, os maiores do mundo, considerando os impactos nos lucros das empresas.
Em um cenário hostil como esse, a empresa que não cuida da gestão da sua logística estará flertando com o prejuízo.
Do contrário, as que investem na Supply Chain Management não só reduzem os custos, como o fazem exatamente onde podem e devem fazer.
Favorece a inovação
Toda iniciativa inovadora requer um esforço logístico proporcional.
Se a empresa decidir mudar a fórmula de um produto, por exemplo, é bem provável que ela tenha que mudar fornecedores.
Quem faz o dever de casa, cuidando da SCM, ganha uma visão mais ampla nesse aspecto para orientar seus projetos.
Melhora a gestão dos estoques
Ponto sempre crítico nas operações logísticas, a gestão do estoque também se beneficia quando a empresa conta com uma SCM implementada.
Como se trata de um modelo de gestão estratégico, ele acaba por englobar a supply chain como um todo, incluindo as operações nesse setor.
Como funciona o SCM na prática?
A Gestão da Cadeia de Suprimentos funciona como um centro de controle, no qual todas as operações logísticas são monitoradas.
Esse controle acontece em tempo real, por meio da gestão de frotas e de estoque.
E também de forma contínua, pela avaliação dos resultados por meio de KPIs estratégicos pós-operação.
A automação desempenha um papel fundamental nesse sentido, por meio de sistemas ERP que integram as diferentes fases da Supply Chain.
Como fazer Supply Chain Management (SCM)?
Em primeiro lugar, é preciso compreender que o SCM vai além da gestão dos processos logísticos de uma organização.
Ele envolve não somente o planejamento do transporte de materiais e produtos, mas também a seleção de fornecedores, o fluxo diário de materiais para o trabalho administrativo e a manutenção de canais de comunicação efetivos com todas as partes envolvidas.
Para fazer a Gestão da Cadeia de Suprimentos, é preciso recrutar e capacitar profissionais com os conhecimentos sobre os melhores métodos de SCM.
Deve haver também investimentos em tecnologia, com softwares e hardwares que permitam a automação de determinados processos e descompliquem a organização dos fluxos.
Nos tópicos seguintes, você vai conhecer vários conceitos importantes para proceder com a aplicação do Supply Chain Management em seu negócio.
Demand Planning ou Ciclo de Planejamento da Demanda (S&OP)
O Demand Planning, ou Ciclo de Planejamento da Demanda, é um método que utiliza a análise de dados para embasar decisões relativas ao ritmo de produção e níveis de estoque.
Para isso, são examinadas informações sobre histórico e média de vendas, pedidos de clientes, transporte de produtos e insumos e indicadores do mercado.
Tudo para fazer a previsão mais próxima possível e ter produção e estoques eficientes, além de evitar desperdícios.
O planejamento da demanda está diretamente relacionado com o processo chamado S&OP, que quer dizer Sales & Operations Planning.
O S&OP ocorre em ciclos mensais, compostos pelas seguintes etapas:
- Informações comerciais são levantadas
- Esses dados são analisados e, eventualmente, consulta-se fornecedores e área de produção
- É feita uma reunião operacional preliminar, reunindo gestores da produção e do comercial, para alinhar os números
- O próximo passo é a reunião executiva para aprovação do plano mensal
- Os números são divulgados oficialmente, podendo impactar as ações de venda e de produção.
Ciclos de curto prazo
A Gestão da Cadeia de Suprimentos envolve processos e decisões de categorias temporais diferentes e que, portanto, devem ser tratadas de acordo com suas singularidades.
As decisões do ciclo de curto prazo são aquelas do dia a dia, que fazem parte das atribuições rotineiras dos gestores, supervisores e encarregados, responsáveis por manter os fluxos em andamento.
Ciclos de médio prazo
No caso dos processos e decisões relativos ao ciclo de médio prazo, estão as previsões semanais de demanda e planejamentos de requisição de insumos e materiais, de produção e de distribuição e transporte.
São as definições que vão orientar os profissionais responsáveis por executar as atividades do ciclo de curto prazo.
Ciclos de longo prazo
As decisões e atividades do ciclo de longo prazo são atribuídas aos profissionais que ocupam as hierarquias mais altas da empresa, como os diretores.
Essa categoria inclui definições estratégicas referentes a parceiros comerciais, localização, investimentos, modelos de produção, política de estoque e planejamento de transporte.
As decisões tomadas acabam por se tornar diretrizes para as ações de médio e curto prazo, já que devem estar alinhadas com os objetivos estratégicos da companhia.
Importações
A compra ou venda de produtos ou insumos para o exterior, seja para outra empresa ou para o consumidor final, é cada vez mais comum no mercado da indústria e também de serviços.
Isso vale até mesmo para empresas de pequeno porte.
Só que estamos falando de processos complexos, que envolvem trâmites aduaneiros, legislação tributária de distintos países e, claro, questões práticas relativas ao transporte dos bens.
Por isso, o SCM considera o planejamento de todos esses fatores para diminuir a complexidade, reduzir os custos e aumentar a agilidade nos processos de importação.
Relação com as fábricas e produção
Como já foi dito antes, o sistema de Supply Chain Management é integral, compreende todos os fluxos de bens, finanças, informações e serviços da cadeia de suprimentos de uma empresa.
É um esforço macro, que engloba toda a cadeia produtiva, composta pelos fornecedores de matéria-prima e fábricas responsáveis pela manufatura do produto em questão.
O sistema de gestão deve controlar os prazos, quantidades e requisitos de produção.
Todos esses dados precisam estar integrados com os demais fluxos da cadeia de suprimentos.
Indicadores
Como estamos falando de um sistema de gestão de uma área de muita importância para a empresa, não pode deixar de haver indicadores para o controle dos processos e dos fluxos.
Um indicador é um número calculado por duas ou mais métricas, que serve para analisar o panorama de determinado processo e embasar as decisões dos gestores.
O responsável pelo planejamento precisa definir indicadores alinhados com os objetivos estratégicos da organização.
Para isso, é necessário definir quais métricas precisam ser medidas, quais os benchmarks (referências) serão adotados, bem como as metas e as ações que devem ser tomadas com relação aos resultados das medições.
Distribuição Física no Supply Chain Management (SCM)
O grande desafio do Supply Chain Management é fazer a teoria ser aplicada na prática, com um sistema de distribuição física funcionando conforme o previsto no planejamento.
Pouco adiantam os métodos de racionalização de transporte e eliminação de desperdícios se as definições não forem seguidas.
Mas também seria contraproducente ter uma boa estrutura de distribuição sem o correto planejamento de armazenamento, transporte e distribuição.
A distribuição física é uma das áreas dentro do escopo do SCM, sendo fundamental para aumentar a competitividade e para agregar valor à experiência do cliente.
Warehousing ou Armazenamento
Os warehouses, depósitos ou centros de armazenamento e distribuição, são locais onde são guardados matéria-prima e/ou bens acabados ou semiacabados.
O depósito funciona como um entreposto, que redireciona o fluxo do material ou do produto.
Embora representem um custo adicional, facilitam a gestão da cadeia de suprimentos.
Por exemplo, se a empresa compra matérias-primas de diversos fornecedores, elas podem ser consolidadas no warehouse antes de serem transportadas para a fábrica.
Organizar esses fluxos até o depósito e do depósito para o próximo destino é uma das funções do SCM.
Planejamento do transporte
Os gestores responsáveis pelo SCM precisam encontrar o equilíbrio entre agilidade e custo baixo no transporte de materiais e mercadorias.
Na logística das empresas, o transporte costuma ser o custo mais alto.
Quando o preço final não é competitivo, portanto, muitas vezes, o transporte custoso está entre os motivos.
Claro que a infraestrutura pública do país onde as mercadorias são transportadas (boas estradas, ferrovias e portos) conta bastante.
Mas há maneiras de otimizar o transporte quaisquer que sejam as condições.
Isso se faz utilizando soluções tecnológicas feitas para monitorar, controlar e planejar com mais inteligência as rotas e modelos de transporte.
Gestão de custos e orçamento
A distribuição física da Gestão da Cadeia de Suprimentos não visa apenas garantir que os bens cheguem a seus destinos no menor tempo possível.
É também, como acabamos de ressaltar, uma maneira de fazê-lo com agilidade, sem que isso impacte no preço cobrado do cliente, seja ele uma empresa ou uma pessoa física.
Os dados sobre as operações financeiras e todos os custos envolvidos no transporte precisam estar bem organizados e acessíveis – tudo para que o gestor possa encontrar com facilidade oportunidades de reduzir as despesas.
Assim, pode-se oferecer um preço final melhor para aumentar as vendas ou manter o preço e aumentar a margem de lucro.
Monitoramento e KPIs do transporte
As soluções tecnológicas servem para monitorar métricas e gerar gráficos e indicadores relevantes para a tomada de decisão relativa ao transporte de bens.
Por exemplo, um caminhão equipado com GPS pode enviar informações automaticamente para um sistema de gestão da frota.
Tendo em mãos dados sobre a distância percorrida, o tempo gasto ao percorrê-la e o custo gerado com combustível, entre outros, é possível gerar insights sobre a eficiência no deslocamento.
O resultado encontrado pode motivar a busca por outras rotas, outros veículos, treinamento de colaboradores, mudança nos processos e o que mais for identificado como necessário para melhorar os indicadores.
Sem os KPIs (Indicador-Chave de Desempenho), as decisões dependeriam do feeling, dificultando a identificação de qual aspecto do deslocamento está gerando desperdício.
Gestão do cliente na cadeia de suprimentos
O sucesso nas atividades de otimização de transporte deve se refletir na satisfação do cliente.
Afinal, o produto só chega até ele com um esforço conjunto de várias áreas e com diversos processos funcionando adequadamente.
Mas é preciso dar uma atenção especial às etapas finais do processo e também acompanhar os feedbacks dos clientes para saber se as suas expectativas estão sendo atendidas.
Order-to-Delivery – do Pedido à entrega
O processo order-to-delivery (ODP), ou pedido até entrega, é o principal meio pelo qual os clientes se comunicam com os vendedores.
Trata-se de um processo-chave para indústrias, no qual é preciso demonstrar eficiência para alcançar bons níveis de satisfação.
Com o avanço da tecnologia da informação, tem se tornado mais fácil otimizar esse processo para adquirir vantagens competitivas.
Assim, as comunicações e a gestão das ferramentas de controle entre as partes que têm relações comerciais são feitas digitalmente.
Controle operacional
O controle operacional serve para garantir que as atividades práticas de transporte do produto estejam dentro do que foi planejado.
Os gestores responsáveis pelo controle operacional precisam trabalhar para manter os indicadores dentro da meta, fazendo a gestão de curto prazo dos recursos humanos e materiais que devem ser mobilizados para as entregas ocorrerem.
Estratégia de relacionamento com o cliente
Além de cumprir as expectativas operacionais dos clientes, é preciso se esforçar para manter um fluxo de comunicação de qualidade.
Estabelecer e implementar com sucesso uma estratégia de relacionamento com o cliente ajuda a fidelizá-lo.
Os esforços para fidelizar um cliente demandam custos menores do que aqueles empenhados para conquistar clientes novos.
Gastar tempo e outros recursos em estratégias e processos de relacionamento, portanto, é um investimento que acaba se pagando.
Monitoramento e KPIs da satisfação do cliente
Assim como há KPIs operacionais para saber se os fluxos de bens, finanças, informações e serviços ocorre dentro do planejado, também há indicadores que revelam se, no final, o cliente está reconhecendo o bom trabalho que está sendo feito.
É importante reconhecer a percepção dos clientes sobre a qualidade do serviço para entender em qual caminho é possível melhorar para aumentar os números de fidelização, engajamento e, claro, atrair novos clientes.
Como o Lean e a melhoria contínua são importantes no Supply Chain Management (SCM)
O SCM envolve uma enorme quantidade de processos, integrados sob um único guarda-chuva para que seja mais fácil pensar em estratégias de otimização que tornem o trabalho mais eficiente e menos custoso.
A melhor maneira de alcançar esse tipo de resultado é aplicando os preceitos da filosofia Lean, materializados na metodologia Lean Manufacturing.
Inspirado no Sistema Toyota de Produção, o Lean Manufacturing é um conjunto de ferramentas que tem o objetivo de eliminar os oito desperdícios que podem haver em uma empresa:
- Transporte excessivo
- Estoque excessivo
- Movimentação excessiva
- Espera
- Superprodução
- Processamento excessivo
- Defeitos
- Desperdício de habilidades.
O trabalho de implementação da filosofia Lean é diferente de uma consultoria externa, que fica na empresa por um determinado período, dá seu diagnóstico, propõe soluções e encerra um ciclo.
Trata-se de uma mudança cultural que é fomentada em toda a organização, orientada para a melhoria contínua, na qual os processos são constantemente revisados para a eliminação dos desperdícios.
O resultado é uma empresa com processos muito mais ágeis e diminuição nos custos de produção. Tudo isso sem afetar em nada a qualidade do produto.
O Lean Manufacturing, portanto, é perfeito para quem busca otimizar os fluxos mapeados na Gestão da Cadeia de Suprimentos, ou SCM.
Conheça outros métodos de otimização da produção e da logística
Considerada a evolução do Lean Manufacturing, a metodologia Lean Six Sigma tem a gestão da qualidade como princípio, ao lado do combate ao desperdício.
Você pode ser um profissional dessa área, qualificando-se nos cursos EAD da Escola EDTI.
Tenha um diploma reconhecido pelas grandes empresas do mercado e chancelado pela The Council for Six Sigma Certification!
Conclusão
A Gestão da Cadeia de Suprimentos é um conjunto de processos relacionados com o gerenciamento de uma rede interligada.
Nessa rede, estão fluxos de mercadorias, matérias-primas, informações, finanças, pessoas e outros ativos.
Trata-se de uma área estratégica, especialmente para as grandes empresas que atuam no mercado internacional.
Para ter os melhores resultados, é preciso contar com profissionais capacitados para atuarem no gerenciamento dos processos englobados pelo SCM.
É aqui que você entra, formando-se como líder Green Belt e Black Belt na EDTI.
Conheça também o programa EDTI Pass e implemente a cultura de melhoria contínua na sua empresa!