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Scamper: quando e como usar esta técnica em seus projetos

A técnica Scamper pode ajudar a desenvolver novas ideias e soluções para produtos e serviços.

Mais do que pensar fora da caixa e ter insights, é preciso colocá-los em ordem para que possam realmente ser aproveitados.

Essa é uma alternativa não só para empresas, mas também para escolas, cursos e até na graduação ou pós-graduação.

Se houver a necessidade de uma ideia nova (e útil), “scampeá-la” pode ser a melhor escolha.

Entenda como é a dinâmica da técnica e de que maneira ela pode ser usada no dia a dia para ajudar em seus processos criativos!

O que é Scamper?

Scamper é uma técnica criativa que ajuda a gerar ideias e soluções inovadoras, criada por Alex Faickney Osborn, em 1953 

O nome é um acrônimo para Substituir, Combinar, Adaptar, Modificar, Propor outros usos, Eliminar e Reorganizar. 

Esses são passos ou perguntas direcionadas que estimulam a análise crítica e a reimaginação de produtos, processos ou conceitos. 

Muito usada em brainstorming, outra técnica criada por Osborn, essa metodologia incentiva a pensar “fora da caixa”, permitindo aprimorar ou reinventar algo já existente. 

Reuniões desse tipo, embora tenham como objetivo levantar ideias e soluções, podem se tornar confusas sem um direcionamento. 

Todas as opiniões são registradas, não importa se em um primeiro momento a ideia não pareça boa ou viável.

O que se propõe com o Scamper é algo mais ou menos como um roteiro para que um brainstorming não perca o foco, algo muito comum de acontecer quando se busca soluções em grupo.

Por exemplo, ao aplicar Scamper a um produto, você pode perguntar: “E se substituíssemos um material? Ou combinássemos com outra funcionalidade?”. 

Portanto, é uma ferramenta prática em design, negócios e educação.

Em 1971, a técnica Scamper foi aperfeiçoada por Bob Eberle para auxiliar nos processos pedagógicos para jovens no Ensino Médio nos Estados Unidos.

Para que é usado o Scamper?

A finalidade principal do Scamper é orientar profissionais e estudantes que precisam desenvolver novas ideias.

Sua finalidade é servir como um guia, pelo qual o processo criativo pode ser dirigido para atender a interesses mais específicos.

Além de evitar a perda do foco, como pode acontecer em brainstormings em grupo, a técnica de Scamper ajuda a evitar o temido “branco”.

Portanto, ela serve tanto para ordenar o pensamento como para ativá-lo no momento em que mais precisamos.

Em certos segmentos, o processo criativo e de coleta de ideias pode se tornar bastante caótico se não for bem orientado.

Agências de marketing, produtores de conteúdo, instituições de ensino e até o comércio são algumas das áreas nas quais nem sempre se consegue chegar em um consenso facilmente.

Na indústria, isso também pode acontecer, mas por se tratar de uma atividade mais “quantificável”, custa menos manter o foco nas reuniões de negócios.

De qualquer forma, o Scamper funciona bem para todos os segmentos, ainda que seja mais indicado para aqueles em que se lida mais com subjetividades.

Tomemos como exemplo uma agência de publicidade cuja equipe criativa precisa decidir que cores utilizar em uma campanha.

Por mais que existam teorias sobre isso, no final, a decisão pode ser bastante discricionária, ou seja, independente de critérios mais técnicos.

Nesse caso, o Scamper pode servir como um balizador, de modo que não se perca muito tempo tentando encontrar justificativas para se decidir ou que o processo decisório não vire pano de fundo para conflitos de interesses.

Como funciona a técnica do Scamper?

A proposta de Eberle ao desenvolver a técnica criada por Osborn foi tornar o processo criativo mais gerenciável e menos sujeito a insights repentinos.

Para isso, ele organizou as etapas consideradas indispensáveis para viabilizar ideias ou soluções que demandam inventividade e pensamento criativo.

Dessa forma, tudo o que você vai precisar é seguir o passo a passo sugerido, em que cada letra da palavra Scamper leva a um degrau mais alto no processo de criação.

Confira na sequência o que cada uma das letras significa.

Substituir

O primeiro passo para a aplicação do Scamper é pensar em maneiras de substituir materiais, processos e técnicas.

Se uma empresa fabrica certo produto, ela pode começar pensando que tipo de insumo pode dar lugar a outros.

Caso estejamos falando da prestação de serviços, o que está em jogo pode ser uma técnica de produção que reduza custos ou maximize o tempo.

O mais importante nesta etapa é que sejam levantadas todas as possibilidades de mudar a composição de um produto ou serviço, independentemente da sua viabilidade ou não.

Consideremos uma empresa que produz garrafas plásticas para água mineral. 

Ao aplicar o Scamper, na etapa de substituição, a equipe decide explorar alternativas ao plástico tradicional utilizado na fabricação. 

Eles podem substituir o plástico derivado de petróleo por materiais biodegradáveis, como o plástico feito de amido de milho, ou até mesmo adotar o uso de embalagens de papel impermeabilizado.

Essa substituição não apenas contribuiria para a sustentabilidade ambiental, mas também poderia atrair um público preocupado com questões ecológicas, fortalecendo a imagem da marca. 

A análise desse novo material poderia ainda levar à identificação de vantagens competitivas, como a redução de taxas de descarte ou incentivos fiscais para produtos mais sustentáveis.

Essa reflexão inicial abriria portas para mais inovações ao longo das outras etapas do Scamper, como combinar (Combine) o uso do material biodegradável com novos formatos de embalagem, adaptando (Adapt) o design para torná-lo mais funcional e atrativo ao consumidor final.

Combinar

Em uma segunda etapa, o processo avança para as possibilidades de combinação, desde que elas possam agregar ao produto ou serviço em análise.

A indústria de alimentos faz muito isso, quando cria produtos mesclados com outros para dar origem a novos sabores que, em certos casos, faz com que novos nichos de mercado apareçam.

Um exemplo disso é a goma de mascar Bubbaloo, que passou a ter como recheio não apenas caldas de frutas, mas sabores inusitados, como Coca-Cola.

Algumas marcas de laticínios também fazem isso ao criar iogurtes combinados com outros produtos, como sorvetes e biscoitos, entre outras possibilidades.

Adaptar

Já na fase de adaptação, o que se busca é validar as ideias e soluções apresentadas.

Nesse caso, as substituições e combinações propostas são submetidas ao crivo dos especialistas envolvidos, de maneira a verificar se são viáveis.

Isso porque, em muitos casos, uma ideia de substituição pode ser boa, mas faltam elementos ou recursos para que ela seja feita com sucesso.

Assim, uma adaptação pode ser necessária, de maneira que as boas ideias sejam aproveitadas, levando em consideração eventuais limitações de tempo, espaço e de orçamento.

Na fase de adaptação do Scamper, as ideias propostas são avaliadas para garantir sua viabilidade prática, considerando limitações como tempo, orçamento e recursos. 

As substituições e combinações podem demandar ajustes para que sejam implementadas com sucesso.

Uma padaria, por exemplo, poderia substituir farinha de trigo por farinha de amêndoas para criar um pão mais saudável. 

Após identificar problemas de textura e custo, a receita poderia ser adaptada, misturando farinhas e ajustando o assamento, resultando em um produto viável e mais atrativo para o mercado.

Modificar

Ainda que modificar possa parecer sinônimo de substituir ou de combinar, na técnica de Scamper o termo é seguido mais ao pé da letra.

Isso porque, ao aplicar uma modificação, o que se busca é nada mais do que manter as características de um produto, serviço ou função.

O que se muda, no caso, são elementos como tamanho, cores e cheiros, de maneira que possa ser criada uma nova solução a partir de algo que já existe.

Um bom exemplo disso é o que faz a indústria automotiva, que cria veículos de carga a partir da carroceria de carros de passeio.

Como a antiga pick-up Fiat Fiorino e a station wagon Caravan, entre outros modelos.

Procurar outros usos

Você sabia que a Super Bonder, originalmente, era para ser um material usado na fabricação de miras de plástico em armas de fogo?

Ou que o Viagra foi pensado primeiramente como um medicamento contra angina?

Descobertas como essas revelam que sempre existe a possibilidade de explorar novos usos para produtos e serviços já existentes ou que uma solução pode na verdade ser destinada a outros usos.

Essa é a ideia nesta etapa mais avançada do Scamper.

👉Entenda o que é ciclo PDCA e como aplicar corretamente em seus projetos!

Eliminar

Agora que você já pensou em todas as possíveis formas de criar novas soluções, é hora de “aparar as arestas”.

Nessa etapa, o que se busca é retirar os excessos, deixando na nova criação apenas funções e características que de fato agreguem valor, o que pode também reduzir custos.

Assim fez a Apple durante o desenvolvimento do iPhone. 

Inicialmente, os engenheiros consideraram incluir várias funções adicionais, como um teclado físico deslizante, mas decidiram focar no design minimalista e funcional. 

Ao eliminar elementos como o teclado e botões extras, e apostar na tela sensível ao toque como principal interface, a empresa simplificou o produto, reduzindo complexidade e custos de produção.

Essa decisão não apenas otimizou o design, mas também criou um padrão inovador que revolucionou o mercado de smartphones. 

Reorganizar

Finalmente, na última fase do Scamper, o objetivo é rever os próprios processos produtivos, de maneira que eles possam ser reorganizados.

Em certas situações, a simples troca em uma sequência de etapas pode gerar resultados surpreendentes, superando as expectativas.

A Toyota faz isso muito bem, ao empregar o sistema Just in Time (JIT)

Seus processos produtivos são sempre revisados e a sequência de fabricação reorganizada sistematicamente para produzir apenas o necessário, no momento certo, evitando o excesso de estoque.

É assim que a maior montadora do mundo consegue reduzir desperdícios, aumentar a eficiência e produzir veículos com preços competitivos e qualidade imbatível.

Quais os benefícios do Scamper?

Criatividade é um ativo que, como tal, precisa de direção para ser bem aproveitado.

A técnica Scamper é bastante útil nesse aspecto, servindo para aparar arestas quando não está muito claro o que fazer.

Isso traz benefícios e vantagens únicas, algumas das quais vamos conhecer a seguir.

Estímulo à criatividade

Diferentemente do que se possa imaginar, criatividade não é algo que depende da liberdade sem limites.

Na verdade, o processo criativo, quando bem ordenado, pode gerar resultados muito mais consistentes.

É isso que o Scamper agrega quando aplicado para aumentar o foco e o direcionamento das ideias.

Fomento à inovação

A capacidade de inovação é uma condição obrigatória para que uma empresa se mantenha competitiva e relevante no seu mercado.

Por outro lado, inovar traz riscos que, para serem mitigados, dependem de análises criteriosas.

Essas análises podem se valer do Scamper para serem feitas e gerar insights, reduzindo o risco associado à inovação.

Redução de custos

Uma das etapas do Scamper consiste em, como vimos, “enxugar” o excesso.

Esse processo é particularmente importante para que um produto possa ser desenvolvido continuamente, pela máxima redução dos seus custos de produção.

Melhoria da eficiência

Toda atividade que é feita com direcionamento é mais eficiente.

Nesse quesito, a técnica Scamper cai como uma luva, contribuindo decisivamente para melhorar a eficiência dos processos e o resultado final do desenvolvimento de uma solução.

Desafios e limitações do Scamper

A técnica Scamper não é indicada, por exemplo, em situações que demandam inovações totalmente originais, já que sua abordagem foca na adaptação e melhoria de ideias existentes. 

Além disso, para equipes sem experiência, sua aplicação pode levar bastante tempo na prática, o que em certos casos seria contraproducente.

O Scamper também exige um pensamento estruturado e colaborativo, o que pode ser desafiador em ambientes com baixa criatividade ou resistência à mudança. 

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Outras técnicas e metodologias criativas

Assim como outras ferramentas, o Scamper proporciona resultados ainda melhores quando utilizado com outras soluções.

É o que geralmente acontece quando se aplicam métodos como Brainwriting e Design Thinking, que complementam o Scamper ao incentivar a criatividade, cada um à sua maneira.

O Brainwriting é útil nesse caso para desenvolver ideias silenciosamente e sem interrupções. 

Já o Design Thinking foca em entender profundamente as necessidades do usuário, combinando empatia, prototipagem e testes, por meio de uma abordagem mais holística e centrada no ser humano para inovação e resolução de problemas criativos.

Conclusão

A técnica Scamper é de grande utilidade quando se faz necessário reinventar processos, produtos ou desenvolver novas maneiras de prestar um serviço.

Ela é indicada para todas as empresas que precisam investir em inovação ou para estudantes que precisam de novas ideias para orientar seus estudos.

Falando em estudos, a EDTI oferece cursos que vão ajudar você a desenvolver todo seu potencial, com formação Green Belt e Black Belt.

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