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Rotatividade: Por que você deve se preocupar?

Se as empresas que registram altas taxas de rotatividade soubessem o quão importante é manter esse indicador sob controle, passariam a tratá-lo como assunto estratégico.

Uma evidência disso está na pesquisa 2020 Retention Report (em inglês), da Work Institute, segundo a qual a rotatividade custa às empresas americanas US$ 630 bilhões por ano.

Nesse quesito, o Brasil também se destaca negativamente, sendo considerado o país campeão na taxa de rotatividade.

Segundo uma pesquisa publicada pela Catho, desde 2010, o aumento nesse índice foi de 82%, enquanto no resto do mundo foi de apenas 38%.

Tendo em conta a multiplicidade de fatores que causam a rotatividade, o melhor a fazer é monitorá-la de perto.

Vamos mostrar como fazer isso neste texto.

Leia atentamente e veja como mitigar os impactos da rotatividade.

o que é a rotatividade?

O que é a Rotatividade ou Turnover?

A rotatividade de pessoal – ou turnover, em inglês – é o termo que descreve as mudanças no quadro de funcionários.

Sempre que existe uma demissão, desligamento e processo seletivo, estamos falando sobre esse processo.

É claro que mudanças no quadro de funcionários são completamente naturais e fazem parte da rotina de qualquer organização.

No entanto, é importante que o RH se mantenha atento para que os níveis de rotatividade não passem de um limite razoável.

Isso porque toda demissão e contratação tem um custo para a empresa com o pagamento dos encargos trabalhistas, os custos do processo seletivo, treinamento do novo profissional, entre outros gastos.

Para além do aspecto financeiro, existe ainda um dispendimento de tempo para a equipe responsável por anunciar a vaga, testar, entrevistar e treinar os contratados.

Outro ponto importante que vale mencionar aqui é que, em geral, altos níveis de rotatividade indicam um problema de gestão mais profundo.

Toda organização precisa almejar um ambiente de trabalho agradável e recompensador para seus funcionários.

Assim, eles permanecem por mais tempo e trabalham mais motivados pois entendem que o empregador se importa com sua satisfação.

O que é índice de rotatividade?

O índice de rotatividade (também conhecido como turnover) mede a proporção de colaboradores que deixaram a empresa em um certo período em relação aos que permaneceram.

Ele representa numericamente se a empresa é de fato um bom lugar para se trabalhar.

Afinal, ninguém quer sair de um lugar que trata bem as pessoas, a menos que haja um bom motivo.

Dessa forma, é fundamental observar de perto a sua progressão, a fim de tomar as medidas de controle que se façam necessárias.

Como calcular o índice de rotatividade?

O primeiro passo para calcular o turnover é estipular um período para avaliação.

Digamos que você queira saber qual foi a taxa relativa ao ano passado.

Em seguida, some a quantidade de pessoas contratadas e a de pessoas demitidas, dividindo o resultado por 2.

Pegue esse resultado e divida pelo número de empregados da empresa ou do setor, multiplicando-o por 100.

Considere uma empresa com 200 funcionários que tenha contratado 20 funcionários neste ano, tendo demitido 7.

Nesse caso:

  • Turnover = (admissões + demissões / 2) / nº total de colaboradores
  • Turnover = 20 + 7/2 = 13,5/200 = 0,0675 x 100.

Logo, nessa empresa, a taxa de rotatividade será de 6%.

Por que evitar uma alta rotatividade de funcionários?

A rotatividade é um mal a ser combatido, se levarmos em conta os diversos prejuízos que causa no curto e no longo prazo.

Como vimos, ela custa muito caro para as empresas e, conjunturalmente, é um problema para o próprio desenvolvimento da economia de um país.

Entenda na sequência os danos que ela gera, tanto no aspecto material quanto no imaterial.

Custos com processos demissionais e seletivos

Quando a empresa demite ou perde um funcionário, não importa o motivo, obriga-se a contratar uma nova pessoa para cumprir suas funções, se não houver quem possa desempenhá-las.

Isso gera um passivo com processos seletivos que, em algumas empresas, é feito de forma terceirizada.

Além disso, o novo colaborador precisará passar por um período de onboarding, até que esteja minimamente apto para render o que se espera.

Deterioração do clima organizacional

O turnover deixa “sequelas” nos que saem, mas também nos que ficam.

Quanto mais frequentemente a empresa demite pessoas, maior a insegurança para quem continua.

Dúvidas sobre o futuro passam a tomar conta do clima da empresa, interferindo na performance dos colaboradores, diminuindo sua motivação.

Os talentos não ficam na empresa

Como mostra uma pesquisa da McKinsey (em inglês), os melhores profissionais preferem trabalhar nas empresas que têm um ambiente mais descontraído.

Assim, a rotatividade é um verdadeiro repelente de talentos, já que ela contribui para a piora do clima organizacional, deixando-o indiscutivelmente mais tenso.

Portanto, se você quer que os bons fiquem na sua empresa, comece a pensar o quanto antes em maneiras de reduzir o turnover.

A empresa não atrai talentos

Se a empresa não é atrativa para quem está nela, provavelmente não será para quem não está.

Ou, em certos casos, ela passará a atrair apenas pessoas em busca de um salário, o que, como se sabe, não é suficiente para reter os bons profissionais.

Cria-se um ciclo vicioso, em que a empresa pouco atrativa não retém talentos, que, ao migrarem, dificultam ainda mais a atração de pessoas capacitadas.

A imagem fica arranhada

Uma empresa que não é capaz de oferecer para seus empregados as melhores condições fica com a imagem arranhada internamente.

Mesmo que ela invista em endomarketing e comunicação interna, a percepção dos colaboradores sobre o ambiente não será positiva quando não há ações concretas nesse sentido.

Com o tempo, essa imagem ruim no âmbito interno extravasa, fazendo com que a marca fique “queimada” no mercado.

Dificuldade em cumprir metas estratégicas

Sem pessoas comprometidas e qualificadas, é virtualmente impossível para uma empresa cumprir com os seus objetivos.

Um negócio pode até ser organizado no nível da alta gestão e, nos escalões gerenciais e operacionais, ser opressivo e limitar as chances de crescimento.

Assim, não importa quão bem definidas sejam as metas, sem um projeto de longo prazo e pessoas capazes de seguir nele, elas jamais serão alcançadas satisfatoriamente.

Falhas operacionais constantes

Outra consequência esperada da rotatividade é a recorrência das falhas, erros e acidentes de trabalho.

Faz sentido, já que a predominância de pessoas menos experientes em empresas com turnover elevado tende a ser maior.

Para a indústria e empresas dos ramos de saúde e construção civil, isso representa uma séria ameaça, em razão dos riscos de acidentes.

Riscos de negócio maiores

Falando em riscos, quando se trabalha com uma mão de obra pouco qualificada e engajada, eles passam a ser maiores.

Além dos acidentes, existem os riscos associados aos investimentos, que se perdem em meio ao caos administrativo e os riscos estratégicos, quando a empresa vê sua reputação abalada no mercado.

tipos de rotatividade

Tipos de Rotatividade

Entender o conceito de turnover e suas possíveis causas nem sempre é suficiente para garantir análises assertivas em sua gestão de pessoas.

A verdade é que existem diferentes tipos de rotatividade.

É preciso capaz de reconhecer cada um deles para saber a melhor forma de agir em cada caso – saiba mais:

Voluntário

Chamamos de voluntário aquele turnover causado majoritariamente por pedidos de demissão que partem dos trabalhadores.

Estatisticamente, esse tipo de desligamento acontece mais entre jovens que desejam se reposicionar em busca de maior satisfação ou salários maiores.

Por conta dessa característica, vale a pena revisar o plano de cargos e salários para entender se a remuneração e os benefícios oferecidos são compatíveis com o mercado.

Ainda, pode ser que a raiz do descontentamento seja o clima organizacional ruim – pesquisas podem ser aplicadas para entender melhor esse cenário.

Involuntária

Na rotatividade de pessoal involuntária, a decisão de demitir parte da empresa e não dos funcionários.

Em alguns casos, o alto número de desligamentos pode ser sintoma de algum problema na gestão financeira que exige corte de gastos.

Pode ser também que as demissões constantes tenham surgido por demanda dos líderes que identificam nos contratados um desempenho abaixo do esperado.

Se for essa a motivação, pode ser que o problema esteja no desenho das vagas e/ou na assertividade dos processos de recrutamento.

Funcional

Temos ainda um terceiro tipo de rotatividade ao qual atribuímos o nome de turnover funcional.

Nesses casos, a empresa continuamente verifica um desempenho baixo de um de seus colaboradores.

Mas, antes que possa tomar providências, o RH recebe o pedido de demissão por parte do funcionário. 

Assim, a empresa acaba não tendo que lidar com a baixa performance.

Disfuncional

Por último, temos os casos onde existe uma rotatividade disfuncional no quadro da empresa.

Nesse cenário, o funcionário apresenta alta performance e é considerado bastante competente pela gestão.

Ainda assim, ele opta por desligar-se da organização por algum motivo.

Quando há esse tipo de turnover, é provável que os benefícios ou condições de trabalho (clima organizacional) atuais não sejam suficientes para garantir a retenção dos talentos.

Principais causas para Rotatividade

São diversos os motivos que ocasionam uma alta rotatividade de pessoal em sua organização.

Conforme vimos anteriormente, os fatores que levam uma empresa a ter muito turnover geralmente apontam para as causas e os problemas que sua rotina de produção carrega.

Cada cenário tem razões específicas, por isso, vale a pena investigar junto ao RH quais são os dados relevantes que estão influenciando no alto número de desligamentos.

Quando o turnover é voluntário, tudo indica que existe um problema na gestão de pessoas que faz com que os funcionários fiquem pouco tempo na empresa.

Mas, quando os desligamentos são involuntários, pode ser que exista um problema na seleção dos contratados ou na descrição das vagas.

Ou ainda, as expectativas não estejam compatíveis com o que é passado para os candidatos no momento da entrevista.

Na dúvida sobre como agir, investigue todas causas a fundo.

Como reduzir a taxa de Rotatividade?

A essa altura você pode estar se perguntando o que pode fazer para reduzir a taxa de rotatividade em sua organização.

A boa notícia é que não é difícil corrigir o problema quando entendemos as raízes da questão.

Confira a seguir algumas dicas prática para ter menos turnover.

Cargos e salários

É preciso ser sincero, qualquer relação de trabalho gira em torno da troca de uma remuneração ao profissional pelo serviço prestado a empresa.

Na prática, isso significa que garantir um bom planejamento de cargos e salários é essencial para reter funcionários.

Do lado da contratante, isso também garante um desenho mais estratégico das vagas, o que influencia diretamente na qualidade do trabalho.

Plano de carreira

Se do lado da empresa nós temos o planejamento de cargos e salário, do lado dos funcionários existe o plano de carreira.

Em um cenário ideal, ele serve como guia para o profissional saber exatamente qual será sua jornada de crescimento dentro da empresa.

A construção cuidadosa de um plano de carreira é uma forma que a empresa tem para demonstrar que pretende garantir um desenvolvimento contínuo daquele profissional.

Fit cultural

Na hora de contratar, não basta olhar apenas para os aspectos técnicos da vaga e os benefícios que vêm atrelados ao cargo.

Para além de questões contratuais, é preciso que haja compatibilidade entre o contratado e sua contratante.

O fit cultural é o conceito que define a importância de contratar profissionais que vão se encaixar bem à cultural organizacional existente.

Cursos e treinamentos

Parte importante do trabalho da gestão de pessoas é garantir o desenvolvimento adequado do profissional contratado pela empresa.

Para isso acontecer, vale a pena investir em cursos e treinamentos relevantes para cada área.

O objetivo é garantir um ambiente frutífero para que o colaborador possa crescer junto da organização.

Avaliações de desempenho

As avaliações de desempenho são temidas por muitos, mas, podem ser uma ferramenta e tanto para o trabalhador.

É importante reservar esses momentos para que ele possa pontuar aquilo que ele valoriza e o que atrapalha em sua rotina de trabalho.

Para a empresa, essa é uma ótima oportunidade de se certificar que seus métodos de gestão apresentam os resultados desejados e atribuir metas.

Qualidade de vida

Hoje em dia, muitas empresas investem em criar um ambiente de trabalho descontraído e informal apenas para mascarar a imensa demanda de trabalho exigida de seus profissionais.

O cuidado com a qualidade de vida dos trabalhadores deve ser genuíno e não apenas performativo.

Garantir ambientes agradáveis e salários dignos não pode ser o diferencial de sua empresa, mas, o mínimo para que o colaborador tenha qualidade de vida.

Em última instância, lembre-se que não existe maior incentivo à produtividade do que um funcionário descansado e bem-remunerado.

Comunicação interna

Nenhuma das suas estratégias para gestão de pessoal terá resultados satisfatórios se a organização não tiver bons canais de comunicação.

A troca de informações precisa ser clara e honesta sempre que possível.

Assim, todos têm noção de que a empresa está aberta para resolver os problemas antes de optar pelo desligamento.

Dicas de benefícios que diminuem a rotatividade

As pessoas não sentem vontade de continuar em uma empresa por “amor à camisa”.

Para que a rotatividade diminua, é fundamental que a alta gestão faça a sua parte, tornando-a um bom lugar para trabalhar.

Um caminho para isso é a concessão de benefícios, entre os quais destacam-se:

  • Plano de saúde familiar
  • Plano odontológico
  • Lazer e entretenimento
  • Cursos e formação.

Para este último benefício, sua empresa pode contar com a Escola EDTI como parceira para oferecer os melhores programas in company.

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Conclusão

A alta rotatividade de pessoal pode afetar qualquer tipo de negócio e, por isso, é importante ficar atento.

Para evitar esse problema, é importante manter o foco na estratégia e agir preventivamente.

Cada tipo de turnover aponta para causas diferentes e nos indica qual caminho mais assertivo.

Com nossas dicas, temos certeza que você conseguirá identificar as raízes da sua rotatividade e melhorar os resultados.

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2 comentários em “Rotatividade: Por que você deve se preocupar?”

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