Proteste com dados 3: taxa de desemprego
Umas das bandeiras mais fortes do governo do PT é o fim do desemprego no Brasil. Lula pegou o país com uma taxa de 11,3% de desemprego e entregou-o com uma taxa de 5,3%. Diante disto, me pergunto: qual era o comportamento da taxa ao longo do tempo e se há alguma diferença na variação média mensal na taxa entre os 3 governos (FHC, LULA e DILMA). Infelizmente a série histórica da taxa começa em março de 2002, último ano do governo FHC, o que dificulta comparações mais adequadas sob o ponto de vista estatístico, mas mesmo assim, os gráficos sugerem visões interessantes.
Figura 1: evolução da taxa de desemprego – março 2002 até maio 2013.
A figura 1 é mostra que a taxa de desemprego vem caindo desde que começou a ser medida, dando a entender que sua queda pode ter ocorrido em função de mudanças ocorridas antes de 2002. Para uma análise mais profunda seria necessário coletarmos o indicador por um período maior de tempo, porém, como dito antes, a série começou em 03/2002.
Ainda da análise da figura 1 pode-se observar uma estabilização da taxa em torno e 6%, o que pode-se intuir que o Brasil está quase no pleno emprego.
Figura 2: variação mensal na taxa de desemprego.
Figura 3: variação mensal na taxa de desemprego por governos.
Pelas figuras 2 e 3 é possível enxergar a variação mensal na taxa de desemprego e observar algumas causas especiais, como em janeiro de 2009. Nesta ocasião ocorreu o maior crescimento mensal da taxa de desemprego 21%. Olhando as notícias da época isto foi atribuído à junção do fim dos empregos temporários de final de ano aliado ao impacto da crise do subprime. Para deixar a análise menos poluída é interessante lançarmos mão de um gráfico Xbarra e analisarmos a média anual da taxa de variação do desemprego. Este gráfico, disponível na figura 4 e 5, mostra a evolução da taxa média anual.
Figura 4: evolução da média anual da variação mensal na taxa de desemprego – 03/2002 até 05/2013.
Figura 5: Figura 4: evolução da média anual da variação mensal na taxa de desemprego – 01/2003 até 12/2012.
Pela diferença do período, a figura 4 não filtrou a sazonalidade na análise do indicador completamente, pois o número de períodos do ano de 2002 e de 2013 foi diferente dos demais anos. Para uma análise mais fiel possível, buscou-se eliminar 2002 e 2013 para avaliar o comportamento da variação da taxa.
Avaliando a figura 5, um pensamento vem à mente: a variação do desemprego é um ótimo termômetro de ânimo da população. Ao procurar as manchetes no Google sobre a avaliação dos piores anos, teremos 2003, 2006 e 2009 como vilões e 2012 como um ano de estagnação. Será que esta percepção é real? Veremos isto nos próximos posts correlacionando à variação do emprego com indicadores de PIB, ociosidade na indústria e com os índices de confiança. E a pergunta: como esta a taxa de desemprego? Houve diferença entre os desempenhos dos governos citados no início? Teve algum melhor que o outro? Faça a sua análise e concorra a uma vaga no curso de criatividade.