Proteste com dados 5: Dívida-PIB
No post de hoje vamos voltar a uma discussão da série proteste com dados. Lembram que eu comentei que a dívida estava crescendo e que os governos não tinham mais limite para os seus gastos? Bem, fui questionado que a dívida deveria ser avaliada em relação a um indicador de receita, o PIB. Como será que está o comportamento da relação dívida mobiliária federal com o PIB mensal? Será que os dois estão crescendo a mesma velocidade ou será que a divida aumenta mais rápido? Vamos aos gráficos.
Figura 1: evolução mensal da relação dívida PIB. (Fonte: IPEADATA)
Pelo gráfico fica claro que a relação dívida PIB cresceu muito durante o governo FHC, indo de 1 até quase 6, ou seja, a dívida neste período cresceu 6 vezes mais que o PIB, e no final, reduziu-se até 4,5. Ao assumir o governo, o presidente Lula manteve a relação dívida PIB variando neste patamar, indo de 4,5 até 6, reduzindo a variação nos últimos anos do seu governo. A presidente Dilma, por sua vez, manteve a relação igual à recebida. Seja qual for o governo, o negócio, pelo visto, é gastar.
Sobre gastar, podemos pontuar que durante o período FHC o Brasil gastou mais do que ganhou, provavelmente pela forte necessidade de investimentos e reestruturação do país. Já os governos Lula e Dilma, preocuparam-se em aumentar seus gastos de acordo com o aumento da receita (PIB). É como o caso daquela família que gasta tudo que ganha, não aproveitando o décimo terceiro e nem as férias para pagar suas dívidas. A figura 2 mostra a evolução do PIB mensal em bilhões. Por ela fica fácil visualizar que apesar de seu crescimento, não estamos reduzindo a nossa relação dívida mobiliária / PIB.
Figura 2: evolução do PIB mensal em bilhões. (Fonte: IPEADATA)
Não é o escopo deste artigo a análise dos gastos do governo e nem da dívida externa.