Proteste com dados 4: indústria
Em nosso quarto post nós vamos analisar a taxa de ocupação da indústria. Este é um indicador importante, pois mede o percentual de utilização da capacidade instalada da indústria do país. 100% significam que a indústria está à plena capacidade e 0% que toda a indústria está parada.
Para isto, vamos começar pelo gráfico de tendência (fig. 1) e pelo gráfico de individuais (fig. 2) da taxa de ocupação da indústria no período de agosto de 1994 até maio de 2013.
Figura 1: gráfico de tendência da taxa de ocupação da indústria.
Figura 2: gráfico de individuais da taxa de ocupação da indústria.
Por meio da figura 1 e da figura 2 não é possível visualizar muita coisa, apenas que este indicador varia bastante e que a análise dele por meio de um gráfico de controle de individuais não faz sentido algum, ou melhor, não nos ajuda a obter um nível de informação que nos permita tomar muitas decisões. Para ajudar a melhorar a visualização podemos partir, tal qual no nosso terceiro post desta série, para um gráfico xbarra. Este gráfico nos irá permitir realizar a análise da taxa média mensal de ocupação ano a ano. Além deste, faz-se necessário um gráfico s para analisarmos o desvio padrão da taxa de ocupação da indústria ano a ano.
Para a figura 3 serão analisados os dados a partir de janeiro de 2003, para que o subgrupo de tamanho 12 vá de janeiro até dezembro.
Figura 3: gráfico xbarra-s da taxa de ocupação mensal da indústria. Subgrupo = 12.
Pelo gráfico fica mais fácil enxergar as variações no indicador. Percebe-se claramente uma deterioração na atividade industrial nos anos de 98 até 2003, com a indústria operando abaixo de 80% de sua capacidade. A partir de 2004, a indústria começa uma retomada e atinge seu pico em 2008, fatídico ano da crise do subprime. De 2008 para 2009 a indústria tem sua pior queda em mais de uma década, saindo de 85,2% para 80%.
Olhando o gráfico s, é possível verificar os anos mais turbulentos, em que o desvio padrão na taxa de ocupação da indústria foi maior. Foram ele 1995, 2008 e 2009. Estes são os anos mais complicados para a indústria, pois dificultam o planejamento de investimentos e de alocação de recursos do setor. Como exemplo, em 2008 a maioria das indústrias em que atuávamos desejava projetos para aumento da capacidade instalada, buscando mudanças que os auxiliasse no atendimento da crescente demanda. Nesta época todos falavam em linhas de financiamento e empréstimos para aumento da capacidade instalada. No início de 2009, por sua vez, estávamos alterando o escopo de quase todos os nossos clientes, pois todos exigiam que mudássemos o foco para a redução de custos, já que as empresas tinham se endividado para crescer e suas vendas desabaram.
A partir de 2010 a indústria retomou a utilização de sua capacidade instalada, mas até hoje (2013) ainda não alcançou o patamar de 2007 e 2008. E na opinião de vocês, como está a indústria?
A indústria brasileira está sendo limitada por alguns aspectos que afligem todo o Brasil: altos impostos, problemas logísticos em geral (estradas, portos e falta de ferrovias), entrada de produtos asiáticos com custo mais baixo, falta de mão-de-obra qualificada onde ad industrias possuem incentivos fiscais. Ainda temos problemas de gestão, principalmente em médias e pequenas indústrias.