O Pensamento Enxuto é a síntese do modo de produção Lean, que foi oficialmente lançado em 1990, com a publicação do livro “A Máquina que Mudou o Mundo” de Womack, Jones e Roos.
Porém, muito antes disso, a maneira enxuta de produzir já era amplamente conhecida, difundida pela escola Toyotista.
Grandes empresas mundo afora utilizam esse pensamento e as técnicas Lean para combater o desperdício e aumentar a produtividade.
Esse é o mindset a partir do qual um negócio pode ser alavancado, viabilizando a introdução da metodologia Lean e Lean Six Sigma.
Chegou a sua vez de conhecê-lo a fundo, neste artigo em que vamos explorar as possibilidades que se abrem com o modo enxuto de trabalhar.
O que é Pensamento Enxuto (Lean Thinking)?
Pensamento Enxuto é uma estrutura de ideias, um mindset, com o qual se pode implementar o modo Lean de produção.
Afinal, um negócio não muda seus métodos de um dia para o outro – para que isso aconteça, é necessária antes uma mudança de mentalidade para o pensamento enxuto.
Até mesmo no âmbito pessoal, pode ser muito difícil mudar um hábito se, antes disso, não mudarmos a estrutura de pensamentos que condicionam esses hábitos.
O Lean Thinking, como também é conhecido o Pensamento Enxuto, é como se chama a mentalidade por trás de um modo de produzir que defende a máxima eficiência.
Qual o objetivo do Pensamento Enxuto?
A leitura dos princípios que regem o Lean Thinking deixam claro que esse é um mindset multifacetado.
Ou seja, o Pensamento Enxuto engloba mais de um objetivo, embora o principal deles seja a redução do desperdício.
É verdade que, ao beber da fonte do Toyotismo, o Lean Thinking concentra esforços no combate às perdas.
Contudo, essa não deve ser a única meta a ser alcançada, até porque a produtividade não tem a ver só com a diminuição do desperdício, mas com a melhora da performance.
Essa, por sua vez, se relaciona com um dos princípios enxutos mais importantes, que é a agregação de valor.
Benefícios do Pensamento Enxuto para as empresas
Lembremos que o Lean Thinking tem como base o modo de produção toyotista.
Quem lê o blog da EDTI sabe que esse método de fabricação foi um dos responsáveis por tirar o Japão da grave crise financeira depois da Segunda Guerra Mundial.
Só esse feito já diz muito sobre o potencial do Pensamento Enxuto e os benefícios que ele pode trazer.
Se ajudou a levantar um país arrasado pela guerra, imagine então o que não faz por uma empresa?
Os resultados extraordinários proporcionados pelo modo Lean de produzir são creditados em grande parte à racionalização da produção e ao trabalho de mestres como Kaoru Ishikawa.
Ela começa pela identificação de onde está o valor agregado e, a partir disso, dos possíveis focos de desperdício.
Sabendo em que um produto se diferencia e onde está o seu valor, a gestão de um negócio estará a um passo de identificar a causa raiz de vários dos seus problemas.
Por isso, o Lean Thinking é um mindset fortemente orientado para resultados, propiciando não só ganhos materiais, mas também uma melhora substancial na imagem e na reputação.
Quais os princípios do Pensamento Enxuto?
James Womack é outro mestre da eficiência, com uma extensa obra dedicada à compreensão dos processos produtivos.
Como vimos, ele é um dos autores da obra que é considerada um divisor de águas para a economia de mercado, lançando as bases do Pensamento Enxuto.
Cabe destacar que o livro que deu origem ao Lean Thinking é na verdade um grande estudo sobre a indústria automobilística.
Realizado pelo MIT, evidenciou de maneira incontestável as vantagens do Toyotismo sobre as demais metodologias.
Veja a seguir quais são os princípios lançados com a obra do professor Womack e os autores Daniel Roos e Daniel T. Jones.
1. Valor agregado
A razão da existência de todo negócio é o cliente.
Assim, o primeiro princípio do Pensamento Enxuto é identificar tudo que agrega valor a uma solução.
Esse valor deve sempre ser definido pelo cliente, e não a partir do que a empresa acha que o cliente quer.
Para isso, ferramentas como a pesquisa de mercado são fundamentais para entender o seu comportamento de compra e as suas expectativas.
As pesquisas de tendência também são um recurso que ajuda a identificar para onde um mercado pode estar seguindo em seus padrões de consumo.
Claro que, junto às pesquisas, a empresa também pode utilizar outros métodos para analisar o comportamento do consumidor, como as análises de dados feitas com ferramentas de Business Intelligence.
2. Fluxo de valor
Uma vez que tome conhecimento sobre onde está o valor agregado, é hora de identificar de que forma esse valor é obtido.
Esse objetivo é alcançado pela identificação de três grupos de processos:
- Grupo 1: processos e atividades que agregam valor
- Grupo 2: processos e atividades que não agregam valor mas são importantes
- Grupo 3: processos que não agregam valor e não são importantes.
O fluxo de valor depende portanto da modelagem de processos, para o que ferramentas como o Value Stream Mapping (VSM) são fundamentais.
3. Fluxo contínuo
O fluxo contínuo é a parte do Pensamento Enxuto que fala do sequenciamento sem interrupções de uma produção.
A peculiaridade está em focar a produção item por item e não em grupos de processos.
Por exemplo: ao fabricar um tênis, em vez de produzir 10 solas, depois dez revestimentos e dez acabamentos, a empresa segue um único fluxo por peça, começando a produzir uma nova somente depois que a anterior é finalizada.
Isso ajuda a alcançar dois objetivos: o primeiro é a identificação dos focos de desperdício, eliminando tudo que atrase a produção.
Outro objetivo atingido é a garantia do fornecimento constante, conforme a demanda especificada no mercado.
4. Produção puxada
Para que o fluxo seja contínuo, é necessário que a empresa conheça muito bem a demanda que deverá suprir.
Assim acontece quando se adota o princípio da produção puxada, que é inclusive uma das bases do modelo Toyotista.
Empresas que operam dessa forma jamais produzem aquilo que não possa ser imediatamente distribuído ou vendido.
É quase como um “delivery”, já que a produção depende diretamente da demanda previamente identificada para começar.
Por esse motivo, o modelo Lean de produção se opõe frontalmente à formação de estoque, que por sinal é uma das maiores fontes de desperdício.
Ou seja, no Pensamento Enxuto, o estoque deve ser eliminado ou ter o seu uso reduzido ao mínimo possível.
5. Melhoria contínua
A perfeição não existe, o que não significa que não possa ser buscada.
Em Lean Thinking, sempre haverá algo para melhorar ou mudar, sempre com base nas preferências do consumidor.
Assim é o princípio Kaizen, que por sinal também é uma das bases nas quais o Toyotismo se assenta.
Um dos objetivos ao adotar esse princípio é a melhora da qualidade, que deve ser constante.
Isso implica jamais se acomodar com os resultados, por melhores que sejam.
Nesse sentido, o Kaizen defende que a empresa adote as seguintes premissas:
- A qualidade sempre vem em primeiro lugar
- Melhora do clima organizacional
- Eliminação dos “silos”
- Diminuição de custos sem perda na qualidade
- Implementação da cultura de combate ao desperdício.
Como aplicar o Pensamento Enxuto?
A aplicação do Lean Thinking depende de iniciativas que mudem ou melhorem o modelo de gestão de uma empresa.
Uma das formas de fazer isso, como vimos, é começar pela identificação do valor agregado às soluções que a empresa oferece no mercado.
Vale ainda identificar os 8 desperdícios Lean que possam afetar a qualidade do que é produzido:
- Defeitos
- Excesso de processamento
- Excesso de produção
- Tempos de espera
- Inventário
- Excesso de transporte
- Excesso de movimento
- Intelectual.
Como aprender mais sobre o Pensamento Enxuto?
A partir do que vimos até aqui, o Lean Thinking só pode dar frutos onde haja pessoas preparadas para disseminá-lo.
A Escola EDTI forma gestores e líderes qualificados na metodologia Lean Six Sigma, com a qual grandes empresas como GE e Motorola conseguiram resultados espetaculares.
Você também pode levar esta formação para os seus colaboradores, com os nossos programas de treinamento in company pelo programa EDTI Pass.
Conclusão
O pensamento enxuto é certamente a melhor referência para consolidar o crescimento de negócios e obter os melhores resultados.
Para que grandes objetivos sejam alcançados, porém, é necessário contar com profissionais qualificados.
A EDTI atua há mais de uma década no Brasil, sendo a escola pioneira em cursos Green Belt e Black Belt em Lean Six Sigma.
Nossas certificações têm acreditação pela instituição The Council for Six Sigma Certification (CSSC) que garante aos nossos treinamentos um alto padrão de qualidade.