O que é um (bom) gráfico?
Um gráfico, por definição, é uma representação visual de informações (elas podem ser conceitos ou dados numéricos) organizadas de maneira a melhorar a sua compreensão. Uma vez que conseguimos com eficácia compreender estas informações, podemos compreender a realidade por trás delas, seja esta realidade um fenômeno físico, social ou os resultados de nosso trabalho. Entender, mesmo que parcialmente, a realidade é o primeiro passo para mudá-la para melhor. Afinal, é isso que queremos, sempre melhorar.
Mas como então criar bons gráficos? A resposta para esta pergunta está muito ligada com o que queremos mudar na realidade, com o nosso objetivo. Diferentes tipos de gráficos, organizam as informações cada um por uma perspectiva diferente. Quando olhamos estas perspectivas, nos deparamos com uma das várias faces da realidade. Precisamos encontrar o gráfico ideal que nos mostre a face que procuramos mudar, tanto pelo raciocínio que eles induzem como por simples experimentação.
E a face que queremos mudar, o nosso objetivo, precisa ser cuidadosamente escolhido.
Tomamos um exemplo cotidiano. Supomos que passamos alguns meses coletando informações sobre um problema em nosso trabalho. Temos como informações, todos os dias que ocorreram problemas e qual a natureza do problema que ocorreu, além do nome das pessoas envolvidas nestes problemas. Se queremos procurar culpados, vamos logo traçar um gráfico que mostre quais foram as pessoas mais envolvidas com os problemas (pode ser um gráfico de setores ou pizza, por exemplo).
Mas talvez, achar culpados não seja a coisa mais inteligente a se fazer. Pode ser muito mais interessante, listar as causas mais frequentes de problemas para que possamos localizar os problemas e solucioná-los (estas informações vão ficar claras utilizando-se um gráfico de Pareto). Outra abordagem mais inteligente do que buscar culpados é criar uma série temporal (gráfico de tendência) para ver como estes problemas se comportam ao longo do tempo. Podemos com isso ter insights esclarecedores sobre o que acontece com nosso trabalho, o que invariavelmente leva a uma melhoria rápida (os famosos quick wins).
Um bom gráfico é aquele que nos mostra, inteligentemente, como vamos melhorar nossa realidade. Sua seleção não é uma tarefa simples e requer conhecimento e experiência. A metodologia do Six Sigma, ensinada nos cursos de Green Belt e Black Belt, nos ajuda a entender ferramentas estatísticas que vão nos ajudar a escolher melhor nossos gráficos e tomar atitudes mais inteligentes. Esta é uma atitude fundamental para melhorar nossas organizações e nossa vida.
Gostei do que li reforça minha convicção de que as informações devem sempre estar voltadas para a busca da causa raiz do problema (indicar a direção para onde se deve concentrar esforços), não para a indicação do culpado.
A representação gráfica pode deixar claro quais são aspectos negativos e positivos de um situação ou condição problemática.
As empresas devem treinar os times para a correta interpretação dos gráficos, caso contrário tornam-se uns imensos murais coloridos em alguma parede, sala de treinamento/reunião ou tela de algum computador.
Os dados nunca, neste caso, se transformaram em informações.
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