A manutenção preventiva está na base da atividade industrial de sucesso.
Seja na transformação de matérias primas ou na sofisticada indústria farmacêutica e eletrônica, os processos de fabricação dependem dela para gerar bons resultados.
Até mesmo na nossa vida pessoal ela é necessária.
Quem tem carro sabe muito bem disso, afinal, a manutenção preventiva é a razão de ser das revisões.
Uma casa, da mesma forma, precisa ser pintada e consertada com alguma regularidade.
Imagine, então, uma fábrica, em que máquinas e equipamentos diversos estão em funcionamento quase o tempo todo?
Por isso, sem manutenção, não haveria como dar conta de uma produção contínua.
Em contrapartida, não basta simplesmente conhecer sua importância.
Cada caso demanda ações e estratégias distintas, tendo em vista resultados que variam.
Assim sendo, a proposta deste artigo é revelar os detalhes da manutenção que tem como foco a prevenção.
Vá em frente e tenha uma ótima leitura!
O que é Manutenção Preventiva?
O ditado “prevenir é melhor do que remediar” faz sentido para você?
Lógico, afinal, um problema que deixa de aparecer representa muito menos transtornos.
Esse é o princípio elementar da manutenção preventiva.
Todas as suas ações e estratégias têm como meta a prevenção contra danos.
Ela independe das condições que um determinado equipamento apresente em um dado momento.
Ou seja, trata-se de um tipo de intervenção baseada na antecipação.
Dessa forma, toda manutenção preventiva parte de cronogramas pré-estabelecidos.
Para construir esses cronogramas, é necessário um trabalho consistente de avaliação de falhas e controle.
Afinal, quando se trabalha com informação, tudo fica mais fácil de ser compreendido.
Com a manutenção, não é diferente.
Ela trata de agir no sentido de evitar danos maiores, o que exige um mínimo de conhecimento prévio.
Se fosse diferente, o que seria para evitar falhas e avarias poderia até causar danos mais graves.
Pense, por exemplo, naquele conserto desastrado que você tentou fazer e que acabou piorando as coisas.
É por isso que a manutenção preventiva deve ser conduzida com rigor técnico e executada por profissionais credenciados.
Objetivo da Manutenção Preventiva
Já que prevenir é melhor do que consertar, é justo dizer que o objetivo da manutenção preventiva é evitar o surgimento de danos e avarias em máquinas e equipamentos.
Dessa forma, ela também pode ser considerada uma alternativa à manutenção corretiva.
A diferença entre esses dois tipos de manutenção está no momento em que elas são feitas.
Enquanto a corretiva acontece depois de um problema estabelecido, a preventiva ocorre antes.
Não é difícil concluir qual a que apresenta melhores resultados, concorda?
Embora a manutenção corretiva seja necessária e muito importante, ela deve ser evitada a todo custo.
Isso porque, na indústria, trabalha-se normalmente com metas e prazos que impedem a paralisação de uma linha de produção.
Um equipamento danificado, portanto, significa produção parada.
Para quem não pode parar, em alguns casos até mesmo por segundos, isso traz consequências ruins.
Nesse sentido, acrescenta-se um outro objetivo à manutenção preventiva: a continuidade das atividades produtivas.
A partir disso, começam a ser percebidas as diversas vantagens que só a prevenção aplicada à manutenção pode gerar.
Vantagens e Desvantagens da Manutenção Preventiva
Considerando os fatores já expostos, podemos destacar de cara uma vantagem da manutenção preventiva: ela permite manter ou aumentar os lucros.
Isso acontece porque a manutenção periódica evita a quebra de máquinas e equipamentos, aumentando, assim, a sua disponibilidade e eficiência.
Veja, uma máquina que funciona por mais tempo, não será necessariamente mais produtiva, mas as chances de isso acontecer aumentam – basta compararmos com um equipamento menos disponível.
Outra vantagem que deve ser destacada é que a prevenção é a melhor forma de antecipar até mesmo custos com mão de obra, reparos e peças de reposição.
Assim, ela permite prever orçamentos com margem de acerto muito maior.
A empresa passa a saber quando, onde e como vai gastar.
É esse fator, por si só, já é uma tremenda vantagem competitiva.
Por último, mas não menos importante, temos o custo da manutenção preventiva, que é substancialmente menor se comparado com a corretiva.
Máquinas que param ou apresentam mau funcionamento sinalizam problemas mais sérios, embora elas possam parar por motivos menos graves.
De qualquer forma, só o fato de retirar um equipamento para reparo significa prejuízo em função do tempo que ele deixa de produzir.
É aqui que a manutenção preventiva se revela realmente indispensável.
Sendo assim será que há desvantagens?
A única delas é quando a manutenção preventiva não é planejada corretamente ou feita sem uma base de dados que a justifiquem.
Não adianta bancar o Professor Pardal. Nesse assunto, é indispensável o apoio de especialistas e agir sempre amparado por muita informação.
Como Fazer a Manutenção Preventiva Passo a Passo
Agir preventivamente implica a adoção de métodos.
Independentemente do segmento, em todos eles, a manutenção preventiva será sempre orientada por uma metodologia.
Com uma variação ou outra, suas rotinas devem ser elaboradas conforme o passo a passo que você conhecerá a partir de agora.
1. Coleta de dados para manutenção preventiva
Ações de prevenção não podem ser adotadas sem uma base de dados confiável e robusta.
Na manutenção, essa regra vale ouro.
Por isso, o primeiro passo consiste em coletar dados e informações sobre os equipamentos que serão alvo de manutenção.
É preciso levantar quais deles estão em funcionamento, por quantas horas permanecem ativos e o histórico de reparos e peças já trocadas.
Sem esse conjunto de dados, não será possível começar uma rotina de manutenção preventiva.
Isso porque só se pode obter respostas quando se conhece o quadro com o qual se lida.
Afinal, é bem possível que você esteja lendo este artigo porque sua empresa, de alguma forma, está tendo prejuízos com máquinas que deixam de funcionar, certo?
Conhecê-las, portanto, é o início de um processo de manutenção consistente.
Montagem de um plano de manutenção preventiva
A partir dos dados coletados, é hora de avançar para o segundo passo.
Nele, os profissionais envolvidos na manutenção preventiva deverão montar o plano no qual as ações serão definidas conforme cada caso.
Por exemplo, consideremos que, com base no histórico de reparos levantado por ordens de serviço, um equipamento demanda a troca de uma peça a cada 30 dias.
Nesse caso, você já teria um dado relevante para orientar nas atividades de manutenção.
Ou seja, é um ponto de partida para começar muito mais confiável.
O plano de manutenção também pode ser formatado com base em metas.
Pode ser o aumento da produtividade em 10% dentro de seis meses, ou mesmo a simples redução nos Indicadores Chave de Performance (KPI’s) de manutenção.
Desde que essas metas sejam alcançadas tomando os números como referência, quase tudo pode ser englobado.
Formação do checklist
Também a partir dos dados coletados, será possível compor o chamado checklist de manutenção.
Essa lista, na verdade, é um conjunto de diversos procedimentos de manutenção tomados separadamente.
Como um carro, há equipamentos que só funcionam quando todos os seus sistemas estão alinhados e operando livremente.
Portanto, o checklist de manutenção deve ser composto por:
- Checklist de Segurança – para comprovar se as normas de segurança estão sendo cumpridas
- Checklist de Lubrificação – para assegurar que peças e componentes estão com suas juntas, articulações e partes devidamente lubrificadas
- Checklist Mecânico – no qual se verifica se componentes mecânicos como correntes, correias, cabos e mangueiras estão em ordem
- Checklist Elétrico – aqui, o objetivo é verificar se toda a parte elétrica funciona bem e se não há perigo de curto circuito.
Todas essas listas, por sua vez, deverão ser repassadas dentro de um cronograma de manutenção.
Esse cronograma tomará como referência os dados coletados pelas ordens de serviço.
Planejamento operacional
Sabendo onde está o problema e o que fazer para solucioná-lo, é hora de estruturar a equipe que vai cuidar da manutenção propriamente dita.
Nessa fase, a empresa deverá elaborar um orçamento que dê conta dos custos para operacionalizar a manutenção preventiva.
Quantos profissionais serão necessários para garantir a manutenção de toda a linha de montagem em um mês?
Quais serão os custos com peças de reposição, tendo em vista as rotinas definidas?
Essas são algumas das perguntas que devem ser respondidas nessa etapa.
Por isso, é importante ter o apoio não só dos profissionais de manutenção, como os do RH e de contabilidade.
Isso porque é bem provável que a empresa tenha que fazer contratações.
Sendo assim, deverá arcar com salários, impostos e encargos trabalhistas.
O mesmo vale para a aquisição de peças e ferramentas, que deverá ser feita com a participação do setor de compras.
Revisão das atividades e melhorias
Até mesmo a manutenção preventiva pode ser sujeita a revisões.
Seria a manutenção da manutenção, de certa forma.
Essa é uma medida importante e segue os bons princípios da melhoria contínua (Kaizen).
Todos os processos, com o tempo, acabam sendo expostos a erros e inconsistências.
Afinal, a todo instante, surgem fatos novos, com origem tanto no contexto interno quanto externo.
Por isso, o plano de manutenção preventiva deve ser alvo de revisões e ajustes periódicos.
Dessa forma, ele não só vai garantir a continuidade da produção, como do aprimoramento dos métodos e técnicas em uma unidade industrial, não importa de que tamanho seja.
Aplicação da Manutenção Preventiva na Prática
Haverá contextos em que a manutenção preventiva talvez não seja recomendável.
Em outras palavras: nem sempre ela será necessária, até mesmo na atividade industrial.
Existem certos fatores que podem corroborar para sua implementação ou não.
Tudo vai depender da análise dos ativos que serão protegidos pelas ações preventivas.
Nesse aspecto, a manutenção se aplica em casos nos quais máquinas e equipamentos:
Estão sujeitos a falhas passíveis de serem evitadas
Têm funções operacionais críticas e que não podem ser interrompidas
Aumentam suas chances de falha conforme o tempo ou maior a frequência de uso.
Assim sendo, máquinas e equipamentos que não têm funções críticas ou cujas falhas sejam aleatórias não demandam manutenção preventiva.
Claro que cada caso apresenta suas peculiaridades, que podem justificar ou não a adoção de medidas de prevenção.
Tudo vai depender, em primeiro lugar, dos dados disponíveis e dos próprios resultados que a empresa tem enquanto seus equipamentos não são alvo de ações de manutenção.
E já que cada situação pede uma abordagem específica, nada mais adequado do que avaliar as aplicações da manutenção preventiva em diferentes contextos.
Acompanhe nos tópicos a seguir.
Indústria Automotiva
Um exemplo lapidar de processo industrial que não pode ser interrompido sob hipótese alguma é o do setor automotivo.
Nele, as linhas de produção devem estar em perfeita sincronia.
Caso contrário, corre-se o sério risco de haver defeitos de fabricação.
Portanto, a manutenção preventiva na indústria automotiva deve ser orientada para diminuir a probabilidade de falhas.
Essa redução, por sua vez, deve ser baseada, como em outros setores, em intervalos regulares de manutenção.
O desafio imposto é justamente definir intervalos para que o maquinário de produção possa ter sua parada programada.
Normalmente, o mais indicado é realizar levantamentos estatísticos que apontem para os horários mais adequados.
Indústria de Beneficiamento
A atividade industrial se divide em três setores básicos, o de transformação, de construção e de beneficiamento.
Este último é, a propósito, fundamental para setores como o agrícola.
Afinal, é na indústria de beneficiamento que gêneros primários são processados e tratados para serem consumidos ou industrializados novamente.
O arroz, por exemplo, é um desses gêneros que precisam passar por beneficiamento para ser vendido ao consumidor final.
É nessa fase da produção que ele tem sua casca retirada para, só então, ser ensacado e distribuído.
Tudo isso requer um maquinário apropriado e que precisa funcionar sem interrupções.
Já que citamos o caso do arroz, um descascador é um bom exemplo de equipamento utilizado no beneficiamento e que demanda manutenção preventiva.
Por aí já se pode perceber que o setor agrícola é um dos que mais demandam projetos de manutenção preventiva.
Afinal, o agronegócio opera à base de máquinas e veículos desde a semeadura até o envase e embalagem de gêneros para distribuição e venda.
Construção civil
Outro segmento no qual a manutenção preventiva é indispensável é no da construção civil.
Esse é um dos setores campeões de acidentes de trabalho no Brasil, conforme o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT).
Em 2017, 5,46% de todos os acidentes foram registrados em obras.
Dessa forma, a manutenção preventiva é ainda mais importante, já que garante a continuidade dos serviços e a segurança dos colaboradores.
Também é fundamental no sentido de elevar a vida útil de máquinas e equipamentos usados na operação.
Como em outros tipos de indústria, o respeito aos prazos é questão primordial.
Uma obra que atrasa representa prejuízos incalculáveis, principalmente no caso de imóveis para uso comercial.
Claro que atrasos na entrega de imóveis residenciais também significam prejuízos.
Contudo, uma empresa que deixa de ocupar uma espaço por conta de uma possível demora na finalização da obra é duplamente penalizada, já que ela deixa de lucrar por isso.
São motivos mais que suficientes para investir em manutenção preventiva em todas as etapas de uma empreitada.
Predial
Depois de uma obra concluída, a manutenção preventiva passa a se voltar para outras finalidades.
Isso porque ela deverá ser orientada pelas demandas no dia a dia das edificações que resultam da construção civil.
Quanto maior um prédio, maior a necessidade de contar com manutenção.
Se for residencial, estará em jogo a segurança e o conforto dos moradores.
Já nos prédios comerciais, além da proteção aos condôminos, acrescentam-se as condições ideais para o exercício de atividades produtivas, uma realidade urgente em indústrias
A manutenção preventiva predial é igualmente voltada para evitar a manutenção corretiva.
Sendo assim, ela visa a manter uma edificação em perfeitas condições de uso.
Nesse aspecto, a manutenção predial preventiva deve incluir em suas rotinas:
- Inspeções regulares de elevadores, cobertura, instalações de gás e para raios
- Verificações das instalações hidráulicas e elétricas
- Inspeções em de sistemas de segurança, áreas comuns e equipamentos em geral.
Na Informática
Nem só no setor industrial ou em grandes instalações a manutenção preventiva se faz necessária.
Um exemplo disso é nas empresas nas quais se utilizam computadores, servidores e outros dispositivos de informática e eletrônicos.
O objetivo é o mesmo da manutenção preventiva em outros segmentos. Ou seja, evitar os prejuízos causados por máquinas avariadas.
Além disso, equipamentos de informática são bastante suscetíveis a problemas não só na parte de hardware (física), como também em seus softwares.
Temos, portanto, uma demanda dupla por prevenção na manutenção.
De um lado, ações que garantam o pleno funcionamento de dispositivos, CPUs, placas agregadas e nativas e todos os componentes nelas instalados.
De outro, a manutenção de programas, instalação e atualização de softwares antivírus e antimalware.
Nesse caso, e considerando o avanço da digitalização em todos os processos, fica ainda mais evidente a necessidade de manutenção preventiva no setor de informática e TI.
Conclusão
A manutenção preventiva é, de fato, a base para atividades mais rentáveis.
Como vimos ao longo deste artigo, empresas que contam com ações nesse sentido poupam muitos recursos, incluindo financeiros.
Para tanto, vimos como é importante cercar-se de dados e de muita informação para definir ações de prevenção conforme cada caso.
Como em outros artigos que você leu em nosso blog, esperamos que este também seja útil em sua jornada profissional.
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