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Lean Manufacturing na prática: tudo que você precisa saber sobre a metodologia

A metodologia Lean Manufacturing é a melhor ferramenta para um objetivo que deve ser o principal de todo gestor na indústria: combater o desperdício.

Se com ela os japoneses reergueram um parque industrial em escombros depois de uma guerra, imagine o que não é possível conseguir em condições controladas?

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Não surpreende que esse método, que também é uma filosofia, tenha se difundido por empresas de diversos segmentos em todo o mundo.

Para que leve aos resultados esperados, porém, é preciso aplicá-lo com maestria.

É sobre isso que vamos falar neste artigo sobre o método mais utilizado para reduzir e eliminar focos de ineficiência.

Acompanhe!

O que é Lean Manufacturing?

O Lean Manufacturing pode ser traduzido como “manufatura enxuta”. Trata-se de um método operacional que abrange os oito principais desperdícios dentro da linha de produção e busca reduzi-los ou eliminá-los, de forma contínua, por meio das ferramentas da qualidade.

Essa filosofia objetiva eliminar os processos e as atividades que não trazem benefícios nem valor agregado para o cliente. O Lean reduz os desperdícios e o valor percebido pelo cliente, com isso, ele consegue diminuir consideravelmente o tempo entre o pedido do cliente e a entrega.

O resultado é a diminuição dos custos que envolvem todas as etapas, desde a produção até a entrega. Logo, o Lean diminui o tempo e o custo, aumentando, consequentemente, a lucratividade da empresa que o emprega.

Como surgiu o Lean Manufacturing?

Utilizada em praticamente todas as grandes empresas do mundo, a metodologia Lean Manufacturing remonta a quase um século de história.

Mas, muito antes de ficar conhecido como o Sistema Toyota de Produção, esse conceito surgiu nos primórdios da empresa, ou seja, em um ambiente de manufatura, o combate aos desperdícios e a cultura Lean foram adaptados para outros ambientes, nesse contexto termos como Lean Office e Lean Healthcare passam então a serem amplamente utilizados.

Em 1924, quando a empresa ainda era conhecida como Toyoda Teares, seu fundador Sakichi Toyoda (1867-1930) criou um tear completamente revolucionário para a época. Além de fazer trocas de maneira automática, a máquina ainda identificava problemas e parava suas operações caso o fio se rompesse.

Este é, inclusive, um dos conceitos fundadores da metodologia Lean, conhecido como jidoka: a capacidade de interrupção do funcionamento de um equipamento ao identificar problemas.

Quando viajou para os Estados Unidos para licenciar a fabricação de teares da empresa da família na década de 1930, Kiichiro Toyoda (1894-1952), filho de Sakichi, ficou extremamente empolgado com o franco crescimento apresentado pela indústria automobilística americana.

Então, ao retornar para o Japão em 1933, Kiichiro deu início a uma linha própria de automóveis, ainda dentro da indústria de seu pai.

Três anos depois, lançou o primeiro carro, ainda sobre a marca Toyoda, batizado de Standard Sedan AA 1936.

Um ano após o lançamento do primeiro automóvel, Kiichiro fundou a hoje mundialmente reconhecida Toyota Motor Co, convidando seu primo, Eiji Toyoda, para trabalhar com ele dentro de sua mais nova empresa. Em 1938, os primos Toyoda lançam o sistema Just-In-Time (muito utilizado até hoje), que nada mais é do que a entrega dos automóveis e acordo com a demanda.

Essa primeira ação foi responsável pela eliminação do desperdício de estoques desnecessários, que ocupavam espaço e atrapalhavam o fluxo de produção e a própria produtividade da empresa. Depois do jidoka, o JIT pode ser considerado o segundo pilar fundador do Lean Manufacturing.

Já na década de 1940, mais especificamente em 1943, o corpo de funcionários da Toyota contou com um importante acréscimo: Taiichi Ohno (1912-1990).

Considerado atualmente como um dos nomes mais importantes no desenvolvimento e amadurecimento do Sistema Toyota de Produção, esse engenheiro nascido na China foi o criador do Kanban, importante ferramenta da metodologia Lean.

Dez anos depois, o engenheiro e antigo consultor, Shigeo Shingo (1909-1990), entra de vez para a empresa, sendo mais tarde o responsável pela criação do setup rápido e poka-yoke, outras importantes ferramentas do Lean Manufacturing.

Todos esses cinco nomes citados são considerados os grandes responsáveis pela criação do Sistema Toyota de Produção, cada um com sua contribuição para a metodologia.

Vale ainda ressaltar que o Sistema Toyota de Produção teve seu nome adaptado para Lean Manufacturing pelo então pesquisador do MIT (Massachussetts Institute of Technology) John Krafcik, na década de 1980.

Como o sistema tinha como princípios a redução de desperdícios, custos e tempo, Krafcik referenciou a metodologia como “lean”, ou “enxuta”, em português. Rapidamente, o termo se popularizou, se tornando uma das maneiras de se referir ao Sistema Toyota de Produção.

No contexto atual, eficiência e competitividade são palavras de ordem em qualquer empresa que pretende se manter no topo do seu segmento.

E, para alcançar isso, é preciso ocorrer uma mudança de mentalidade interna, a partir de uma nova metodologia.

Até hoje, muitas das maiores empresas do mundo conseguiram evoluir internamente, apresentando resultados cada vez mais satisfatórios por meio de mudanças e da melhoria de seus processos.

Lean Manufacturing no Brasil

A Manufatura Enxuta, como também é conhecida, nasceu no Japão no período pós-Segunda Guerra Mundial.

Com o sucesso no processo de recuperação do parque industrial e da economia japonesa, não tardou para que a metodologia se disseminasse fora do território nipônico.

No Brasil, os primeiros contatos com os métodos Lean começaram em 1996, com a publicação do livro “A Mentalidade Enxuta nas Empresas” de James Womack e Daniel Jones.

Em 1998, foi fundado o Lean Institute Brasil, a principal entidade voltada à disseminação do Lean enquanto conceito em solo brasileiro.

Objetivos do Lean

Assim como já falamos, a metodologia do Lean Manufacturing tem como objetivos principais a mudança real e abrangente da filosofia da empresa, em todos os seus níveis e cadeias produtivas.

É a partir dessa mudança cultural, e com uma correta gestão de pessoas, que os colaboradores se tornam engajados o suficiente para identificar, analisar e eliminar processos sem valor agregado, além de outros desperdícios.

Visando sempre a melhoria contínua, o Lean Manufacturing busca aumentar o valor agregado do produto, eliminando desperdícios e custos desnecessários ao processo produtivo.

Dessa forma, a produção se torna enxuta, ágil e flexível, capaz de reduzir de maneira drástica o tempo dos processos, o que se traduz em resultados economicamente interessantes para a organização.

Enfim, qualquer empresa tem como grande objetivo aumentar seus lucros, também por meio da redução dos custos agregados ao processo, da produção à entrega. O Lean Manufacturing, então, é o método que fará com que esses objetivos sejam alcançados.

Onde implementar a Manufatura Enxuta?

Embora tenha nascido no contexto da indústria, a Manufatura Enxuta foi adaptada para diversos setores produtivos não industriais.

O método foi replicado com sucesso nas áreas da saúde, dando origem à Lean Healthcare, e construção civil, com a Lean Construction, entre outras aplicações.

A verdade é que os métodos enxutos podem ser implementados em toda e qualquer atividade produtiva que esteja sujeita a falhas ou desperdício de recursos.

Outra evidência disso está na metodologia Lean Startup, criada para apoiar gestores de empresas com base tecnológica em processos de desenvolvimento de produtos e serviços.

Vantagens do Lean Manufacturing nas empresas

O desperdício é desde sempre um mal a ser combatido nos negócios de todos os ramos.

Em certos segmentos, essa é uma preocupação ainda maior, em razão do grau de exposição a processos falhos e potencialmente causadores de perdas.

As empresas de food service, por exemplo, precisam estar vigilantes o tempo todo em relação aos seus processos para que o desperdício seja mínimo.

Até porque, como destaca um artigo no portal Mercado & Consumo, nesse tipo de empresa o resultado da falta de controle sobre as perdas são prejuízos de todos os lados.

Na indústria, além de ajudar a eliminar o desperdício, a Lean Manufacturing é o caminho para aumentar a eficiência

O resultado da diminuição dos vícios de produção levam ao aumento na produtividade.

Com isso, ganham as empresas e, em consequência, o consumidor final.

Podemos destacar como vantagens notáveis dessa metodologia:

  • Detecção e eliminação de focos de desperdício e falhas
  • Elevação da produtividade em todos os níveis
  • Escalabilidade: a empresa passa a fazer mais com menos recursos

Geração de valor: os produtos passam a ser percebidos pelo consumidor mais pelo valor que entregam e menos pelo preço.

A base do Lean: os 4 Ps da Toyota

É hora de entender quais são as ferramentas que farão com que a empresa se torne, de fato, mais produtiva e enxuta.

Uma maneira importante de eliminar os desperdícios e apresentar resultados melhores dentro da empresa é reduzir os custos por meio da base do Lean Manufacturing, que ficou conhecida como os “4 Ps da Toyota”.

São eles:

1. Philosophy (Filosofia)

Antes de tudo, é preciso desenvolver a filosofia pela qual a organização será guiada. Em um planejamento a longo prazo, essa mentalidade deve manter as decisões e ações da instituição sempre com o foco em um desenvolvimento futuro.

2. Process (Processo)

O objetivo maior de qualquer organização deve ser na melhoria contínua dos processos para a redução dos oito desperdícios.

Assim, é possível:

  • Desenvolver processos que façam com que a produção tenha um fluxo sem gargalos;
  • Paralisar as atividades quando acontecerem erros relacionados ao controle de qualidade;
  • Criar atividades padronizadas;
  • Manter controle visual e próximo de todo o processo produtivo, procurando não deixar passar nenhum erro;
  • Fazer uso apenas de tecnologias que já foram testadas e sejam de confiança.

3. People and Partners (Pessoas e Parceiros)

Todas as empresas precisam ter em seu quadro de colaboradores líderes comprometidos com a metodologia,
que objetivem manter o processo de melhoria dentro da organização.

Logo, precisam de gestor em Lean, seja ele interno ou externo, para que o processo de implantação da metodologia seja feito corretamente.

4. Problems Solving (Solução de Problemas)

Finalmente, o passo mais efetivo dos 4 P’s é a ação de resolução de problemas. Corrigir erros e resolver problemas que venham a acontecer no processo produtivo diário da empresa deve ser uma ação que traga um aprendizado.

Desperdícios Lean

Entre os desperdícios que o Lean Manufacturing objetiva eliminar, podemos destacar oito principais, que podem ser encontrados em empresas de qualquer setor.

São eles:

1. Superprodução

O desperdício da superprodução está ligado às práticas não sustentáveis e sem planejamento, que levam a excessos desnecessários.

Fazer um pedido a um fornecedor antes da hora, repassar documentos sem analisá-los previamente, produzir itens sem demanda, comprometendo o estoque, são apenas alguns exemplos desses desperdícios de superprodução.

2. Transporte

Falhas no processo de logística também levam a desperdícios consideráveis em uma empresa. Quando existe um planejamento mal feito, tanto do processo produtivo quanto do próprio desenho dos setores, a empresa pode ser levada a gastar sem necessidade. Setores distantes, por exemplo, podem gerar altos custos com transporte de materiais.

3. Tempo de espera

O desperdício por tempo de espera se refere à ocorrência de ociosidade, seja para produtos ou pessoas. Esse desperdício é identificado em processos como documentos aguardando assinatura, funcionários ociosos por falta de treinamento, logística interrompida por falta de despacho de material, entre outros.

4. Excesso de processamento

O excesso de processamento ocorre quando existem etapas de produção desnecessárias, que não acrescentam nada ao processo produtivo. Tecnologias inadequadas e operações sem valor agregado incorrem nesse desperdício de excesso de processamento.

5. Defeitos

Todo erro que incorre em necessidade de refração, seja ele de maquinário ou humano, diz respeito ao desperdício pelo alto número de defeitos. E eles tendem a trazer vários prejuízos à empresa, gerando retrabalho, pausas para reparo ou mesmo impactos negativos aos clientes finais.

6. Estoque

Intimamente ligados ao desperdício por superprodução, os erros de estoque levam à perda de material por acúmulo, principalmente, de matéria-prima. Podem acontecer por uma falta de confiança no fornecedor, gerando a realização de pedidos em excesso e prejudicando, assim, o estoque da empresa.

7. Movimentação de pessoal

Semelhante ao desperdício de transporte, a movimentação desnecessária de pessoal também traz grandes prejuízos para a organização.

Caminhadas longas entre setores, localização inadequada de estoque e maquinários, entre outros erros, levam ao desperdício de tempo causado pelos longos períodos de movimentação, que acabam prejudicando a produtividade, como um todo.

8. Habilidades subutilizadas

Finalmente, o oitavo e último tipo de desperdício abordado pela metodologia Lean Manufacturing diz respeito ao mau uso das habilidades pessoais de cada profissional colaborador.

Isso porque, ao não utilizar de maneira eficiente a completa capacidade os funcionários, envolvendo as equipes nos processos corretos, a empresa está atribuindo de maneira insatisfatória o material humano que tem em mãos.

Lean Manufacturing na prática: como funciona?

Como vimos, a metodologia Lean joga uma lente de aumento sobre desperdício nas empresas – oito tipos deles.

A partir de então, será necessário levar adiante um conjunto de ações coordenadas para que esses desperdícios sejam não só identificados mas também eliminados.

A primeira iniciativa nesse sentido é fazer uma avaliação do cenário da empresa, para a qual ferramentas como a matriz SWOT e a análise Pestel são de grande utilidade.

Conhecendo os riscos e oportunidades que o cenário oferece, é hora de coletar os dados indispensáveis para mensuração dos problemas e definição de estratégias.

Não menos importante, toda iniciativa Lean depende na íntegra do engajamento dos colaboradores de todas as áreas e níveis.

Confira neste e-book gratuito como implementar o Lean Six Sigma com sucesso na sua gestão!

5 princípios do Lean Manufacturing

Como filosofia, a Metodologia Enxuta se baseia em certos princípios inegociáveis.

São eles que devem pautar as ações de melhoria e de redução de desperdício em todas as decisões que os líderes vierem a tomar.

Veja quais são a seguir.

1. Valor

O princípio do Valor em Lean Manufacturing não poderia ser mais claro.

Ele diz que a empresa deve avaliar seus processos a partir do valor que entregam para os clientes.

Nesse caso, existem três hipóteses:

  • Os que agregam valor e por isso são necessários
  • Os que não agregam valor, mas nem por isso são desnecessários
  • Os que não agregam valor e não são necessários.

2. Fluxo de Valor

Identificando o valor de cada processo, pode-se medir também o valor que seus fluxos geram.

Significa que a empresa passa a avaliar o conjunto de atividades, em série ou não, conforme o valor gerado.

Na Lean Manufacturing, existem três tipos de fluxos conhecidos:

  • Fluxo de pessoas
  • Fluxo de materiais
  • Fluxo de informações.

3. Fluxo Contínuo

Por sua vez, o princípio de fluxo contínuo defende que uma empresa deve manter uma capacidade constante de abastecer o mercado com suas soluções.

Entre os objetivos, está a manutenção do giro de estoque, garantido pela rápida capacidade de processar pedidos.

4. Produção Puxada

Um dos conceitos que servem de base para a Lean Manufacturing é o Just-in-Time (JIT).

Nele, a produção é puxada conforme a demanda do mercado, ou seja, é o consumidor quem determina o quanto vai ser produzido.

5. Perfeição

A qualidade total deve estar presente em todos os processos produtivos.

Esse é um princípio imutável, considerando que a metodologia Lean é toda estruturada visando à excelência e à geração de valor para o cliente.

Ele nos diz que nenhum dos processos pode comprometer a qualidade do que é oferecido como solução, ainda que isso implique custos maiores para a empresa.

O mapeamento da cadeia de valor

A partir do estabelecimento dos tipos de desperdício existentes em uma organização, é possível construir um planejamento voltado para identificá-los e, por meio da utilização das ferramentas corretas, eliminá-los.

Dessa forma, o primeiro passo a ser seguido é fazer o mapeamento da cadeia de valor (ou, em inglês, Value Stream Mapping – VSM).

Essa atividade consiste em uma análise de processo que tem por objetivo identificar cada uma das etapas dos processos produtivos, categorizando-as em atividades que acrescentam, ou não, valor ao produto/serviço final.

Essa análise é essencial para manter a conexão entre cada uma das etapas do processo produtivo a dados e informações. Assim, é possível enxergar a situação como um todo, de maneira ampla e clara.

A partir dela, a organização consegue identificar, então, situações que possam representar gargalos futuros e, consequentemente, quais processos apresentam maior potencial de melhoria.

Segundo Taiichi Ohno, a cadeia de valor tem cinco ações principais e ideais, sendo elas:

  1.  Identificar o valor da empresa e do produto a partir da ótica do cliente;
  2. Analisar a situação da cadeia de valor, identificando e removendo os desperdícios existentes;
  3. Fazer com que o valor agregado aos produtos, na cadeia, flua por todo o processo;
  4. Fazer com que esse fluxo de valor seja “puxado” pelo cliente, visar a perfeição, sempre por meio da melhoria contínua dos processos.

Essas ações ajudam a conhecer a sua cadeia de valor e a traçar os objetivos para atingir a perfeição do quinto ponto.

Porém, realizar o mapeamento da cadeia de valor tem como meta reconhecer e verificar qual é a situação atual, escrevendo exatamente como a organização funciona hoje.

Então, para realizar o mapeamento da cadeia de valor, é recomendável seguir uma sequência específica de análise:

  • Identificação do perfil do cliente;
  • Equipamentos, recursos e processos produtivos;
  • Estoque;
  • Fornecedores;
  • Fluxos de materiais externos à organização;
  • Fluxos de materiais no interior da organização;
  • Fluxo de dados e informações;
  • Ciclos de produção (lead time)

Para realizar o mapeamento da cadeia de valor de maneira sincera e funcional, é preciso reconhecer a possibilidade de existência de falhas e gargalos. Por isso, o profissional responsável pela análise deve ser objetivo, mapeando corretamente os processos para que os desperdícios sejam facilmente identificados.

O produto do mapeamento da cadeia de valor é um esquema gráfico com diferentes níveis de profundidade, dependendo da complexidade dos processos produtivos da organização. Assim, ao traçar todo o fluxo produtivo da empresa, torna-se mais fácil a visualização dos desperdícios e gargalos.

Ferramentas Lean

Entre várias outras, podemos destacar estas ferramentas entre as mais importantes para aplicação da metodologia Lean:

Kanban

O Kanban é uma ferramenta metodológica que visa organizar as atividades e movimentações de materiais e produtos de maneira visual. Consiste em um quadro dividido em etapas que podem ser, de maneira simples, classificadas como: “a fazer”, “em execução” e “feito”.

Dessa maneira, ele ajuda na organização das tarefas, que podem ainda serem separadas por cores de cartões (cada cartão correspondendo a uma tarefa), ordenação dentro das etapas, tamanho e numeração, por exemplo.

O Kanban pode ser aplicado por cada profissional, setor e mesmo de maneira geral, para toda a empresa.

Poka Yoke

Desenvolvido pelo engenheiro Shigeo Shingo, o Poka Yoke é um método que faz com que o processo de montagem seja à prova de erros. Podendo ser aplicado de diferentes formas, essa ferramenta é observada nos menores detalhes de vários produtos.

Se você já viu como é o design de um chip de celular, por exemplo, deve ter percebido que um lado dele tem uma espécie de corte, assim como o seu respectivo slot. Essa solução simples e elegante faz com que seja impossível montar o chip de maneira incorreta, tornando o sistema à prova de erros.

Evento Kaizen

O Evento Kaizen é uma metodologia que consiste na realização de uma atividade, que pode durar cerca de 3 a 5 dias, voltada para a análise das oportunidades de melhoria e identificação de desperdícios no processo produtivo da empresa.

Realizado de tempos em tempos, ele necessita da participação de todos os colaboradores, de forma que a rotina da empresa é interrompida durante a sua realização.

Assim, com o Kaizen, todos os colaboradores conseguem perceber quais são os gargalos e como eles podem ser resolvidos, o que faz com que a resolução de problemas seja uma habilidade constante em toda a equipe.

Enfim, a aplicação das ferramentas e metodologias presentes na filosofia do Lean Manufacturing depende sempre da capacidade de mobilização dos colaboradores. Por isso, contar com um líder Black Belt capacitado e com autonomia para analisar os processos é um diferencial para qualquer empresa.

Existem ainda várias outras metodologias e ferramentas dentro da filosofia Lean que podem ser aplicadas em diversas organizações de diferentes segmentos.

Muitas vezes, os resultados podem variar, dependendo da aplicação da metodologia. Por isso, tão importante quanto aplicar as ferramentas é analisar retroativamente a eficiência delas, comparando resultados e adaptando-as de acordo com a necessidade.

Por fim, para que a cultura Lean seja absorvida por todos os colaboradores envolvidos, é essencial que os seus preceitos sejam divulgados e incentivados dentro da organização.

Deixar todos os funcionários a pardos benefícios que essa mudança de cultura pode trazer para a empresa, além de oferecer treinamentos e capacitações constantes, faz com que o envolvimento seja muito maior.

Lean Six Sigma

O Lean Seis Sigma, ou Six Sigma, representa a união entre o método Seis Sigma e a filosofia e ferramentas do Lean.

O objetivo é buscar melhora nos resultados da organização por meio da eliminação de desperdícios e da variabilidade dos processos por meio de projetos de melhoria.

O que é o Seis Sigma?

O Seis Sigma é um método usado para gerenciar projetos de melhoria que tem como objetivo resolver reduzir a variabilidade de processos.

Essa variabilidade é a principal fonte de defeitos, seja em produtos, serviços ou qualquer transação realizada, e impacta diretamente na redução dos custos para a empresa, levando ao aumento da margem de lucro.

O Seis Sigma não é uma ferramenta para adequar empresas às normas de qualidade. A base desse método é voltada diretamente para a satisfação do cliente.

Isso explica por que o Seis Sigma opera melhorando processos e aumentando o valor dos produtos e serviços de uma empresa. Os produtos e serviços produzidos por empresas que melhoram continuamente seus processos com projetos Seis Sigma são mais estáveis e padronizados.

Quais as diferenças?

Assim como o Lean, o Seis Sigma é mais do que uma ferramenta, é um método voltado exclusivamente para a resolução de problemas e aumento da satisfação dos clientes finais.

Com essa meta, ele opera de maneira a melhorar os processos e aumentar o valor agregado dos produtos/serviços.

Nesse sentido, ambas as metodologias são completamente associáveis. Com o objetivo mútuo de melhoria contínua, tanto o Lean Manufacturing quanto o Seis Sigma podem ser usados em um mesmo processo de mudança dentro da organização.

As duas metodologias têm o objetivo de aumentar diretamente a lucratividade da empresa, mas elas agem de maneiras diferentes nos sistemas de produção.

O método Seis Sigma age reduzindo a variabilidade e os erros do processo, visando torná-lo mais eficiente, ao passo que o método Lean objetiva reduzir desperdícios e aumentar a velocidade da produção para aumentar a eficiência.

Diferenças nas lideranças

Um líder Lean Seis Sigma recebe um treinamento e uma certificação — estes podem ser obtidos em centros internacionais reconhecidos como, por exemplo, a Escola EDTI ou a Unicamp.

É importante ressaltar que esse processo envolve todos os níveis da empresa para trazer uma melhora ao nível global. A ideia é que cada funcionário seja a pessoa mais adequada para identificar os processos e erros da etapa de sua responsabilidade.

Todos os funcionários devem participar de iniciativas de melhoria, buscando identificar oportunidades de reduzir evitar os erros ao longo de todo o processo. Em geral, os próprios funcionários estão aptos para reconhecer a necessidade de uma melhoria e eles mesmos são autorizados a tomar decisões imediatas, de acordo com a demanda.

Isoladamente, o Seis Sigma é um método mais orientado por dados — quando comparado ao Lean. O Seis Sigma utiliza o roteiro DMAIC organizar as etapas do projeto de melhoria. Veja a seguir!

Guia DMAIC para Lean Six Sigma

O DMAIC é um conceito fundamental dentro da metodologia Lean Six Sigma.

Vamos entender por quê? Acompanhe!

O que é o DMAIC?

A sigla, em inglês, significa Define, Measure, Analyse, Improve e Control (respectivamente, definir, medir, analisar, melhorar e controlar). Ela se refere a uma metodologia que entra no conjunto de práticas do Seis Sigma.

Ele tem como objetivo a melhoria dos processos já existentes na instituição. Um projeto DMAIC é eficaz para aumentar a produtividade, reduzir custos, melhorar os processos administrativos e afins. Entenda:

Definir

Nesta etapa do DMAIC são estabelecidos os problemas ou oportunidades de melhoria vinculados aos processos — é fundamental, portanto, levantar as questões de forma quantitativa. Nessa fase é definida a meta do projeto.

Medir

A medição refere-se à documentação do processo, à validação de como ele é mensurado e ao estabelecimento de uma linha-base com relação à performance.

Algumas ferramentas essenciais nesse processo são os gráficos de tendência, os fluxogramas e outras ferramentas de medição. Nessa fase do DMAIC serão analisadas as metas e as variáveis que têm influência sobre os resultados esperados.

Analisar

Após a fase de medição, na qual foram levantadas as principais entradas do processo, vem a fase de análise. O objetivo agora é identificar a causa raiz do problema.

Nesse momento também podem ser realizadas análises de dados para estabelecer se há relações de causas e efeitos entre as variáveis do processo.

Melhorar

Nesta fase do DMAIC são realizados os testes em pequena escala dos mudanças identificadas na fase anterior.

Controlar

Esse é o momento de implementar as propostas de mudanças que se mostraram um sucesso. Deve-se sempre estar atento a documentação, padronização e treinamento.

Como se tornar um profissional Lean

Finalmente, para aplicar, na prática, o Lean Manufacturing é necessário se fazer presente. E a melhor maneira para isso é destacar (ou desenvolver internamente) um líder capacitado na metodologia, chamado de Black Belt.

Esse profissional é o responsável pelas etapas de análise e planejamento do método, além de ajudar no treinamento e desenvolvimento dos preceitos Lean entre os outros colaboradores.

O líder começará a aplicação da filosofia analisando profundamente os processos produtivos da empresa, identificando as falhas e desperdícios que possam ser eliminados.

Assim, da elaboração do mapeamento da cadeia de valor à identificação dos erros do processo de produção, ele se torna capaz de delimitar quais ferramentas serão aplicadas em cada uma das áreas.

Lean ou Green Belt: Qual fazer primeiro?

Agora que já chegamos até aqui e você já sabe sobre Lean Seis Sigma é comum o interessado se deparar com a dúvida de qual curso deve se matricular: Lean ou Green Belt?

A resposta dessa pergunta é muito simples: depende.

Depende da sua necessidade de qualificação e principalmente em que pretende aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

Primeiro vamos mostrar um breve resumo do que é cada metodologia, mostrar algumas aplicações e no fim tentar indicar a melhor escolha para você.

O Green Belt

Em geral, o curso de Green Belt aborda todo o conjunto de ferramentas do Seis Sigma para a implementação de projetos de melhoria. O curso da Escola EDTI é baseado na metodologia ainda mais ampla do Lean Seis Sigma que incorpora o manuseio e otimização do desperdício ao modelo de melhoria.

O profissional certificado Green Belt pela Escola EDTI é capaz de implementar um projeto de melhoria em qualquer área onde haja a necessidade e ainda é apresentado às ferramentas do Lean para gestão de produção e desperdício.

Então, qual o curso recomendado?

O que sempre falamos aos nossos leitores que entram em contato por e-mail ou telefone é que se você tem um projeto específico para implementar o Lean, ou seja, um projeto para administração de estoque, redução de desperdícios e otimização de produção, recomendamos o Lean.

Porém, se o interesse é uma formação ampla, também com uma carga didática voltada ao Lean, recomendamos o Green Belt pela sua flexibilidade.

Os projetos de melhoria são cada vez mais exigidos em todas as áreas, do marketing à linha de produção industrial e saber como implementá-lo é talvez o diferencial necessário para agarrar aquela oportunidade que tanto deseja.

Quer continuar aprendendo? Faça o curso de Lean Manufacturing da Escola EDTI e aprenda ainda mais sobre processos de melhoria e os benefícios do Lean. É super rápido, clique aqui, e saia na frente de seus concorrentes.

Conclusão

Mais do que uma metodologia, a Manufatura Enxuta deve fazer parte da própria cultura da empresa.

Quem se qualifica a implementá-la certamente passa a ser visto no mercado como um profissional diferenciado, tendo em vista os resultados positivos que ela tende a gerar.

A Escola EDTI prepara você para os desafios da indústria, com uma formação única em cursos green belt e black belt.

Avance ainda mais com este e-book gratuito sobre como implementar uma cultura de melhoria contínua!

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