Lean Logistics contra a Coreia do Norte
Lean Logistics contra a Coreia – Nos últimos dias todos estamos acompanhando as crecentes ameaças da Coreia do Norte contra os EUA, o Japão e a Coreia do Sul. A questão que preocupa a todos na realidade é se estas ameaças são realmente fundamentadas ou se é apenas retórica vazia. A grande maioria está apostando na segunda opção. Estão fazendo isso porque sabem que os Estados Unidos conseguiria facilmente não apenas se defender dos mísseis coreanos como também contra atacá-los de maneira rápida e eficaz, por água, terra e ar.
Os EUA também sabem disso. Nas últimas semanas, realizou o sobrevoo de seus aviões invisíveis B-2 (capazes de realizar ataques com armas nucleares) sobre a região, como um aviso para que o presidente da Coreia do Norte se lembre de recobrar a sua sanidade. Esses sobrevoos são apenas um pequeno reflexo do atual potencial das forças armadas americanas. Além do seu enorme potencial bélico, as forças armadas dos EUA utilizam vários conceitos do Lean para lidar sem demora, com situações como esta.
Era preciso que suas forças armadas fossem rápidas, flexíveis e enxutas
Durante toda a guerra fria, as forças armadas americanas focaram em prevalecer frente a uma guerra total contra a União Soviética. Para isso, era preciso que eles possuíssem recursos redundantes e altos níveis de estoque. Com a queda da URSS durante os anos 90 e durante os anos posteriores, os americanos perceberam que seu maior desafio seria enfrentar conflitos pontuais. Além disso, a preocupação popular com uma guerra total caiu, levando consigo os recursos aprovados pelo congresso para manter inchada as forças armadas. Era preciso que suas forças armadas fossem rápidas, flexíveis e enxutas.
Assim, a Força Aérea, por ser estratégica na resposta rápida frente a ameaças regionais ao redor do globo, foi a primeira a implementar o Lean. Em 20 anos, seus níveis de estoque de armamentos caíram cerca de 40%, sem que fosse perdida a sua capacidade de resposta em conflitos pontuais. Além disso, esses armamentos, antes controlados pelo comando central, passaram a ser controlados pelos comandos locais, fazendo com que os esforços do diretório central pudessem ter foco na reestruturação dos meios de transporte, caso estes fossem afetados por ataques inimigos. Com isso, além da redução de custos, observou-se uma velocidade maior na capacidade de resposta frente a uma agressão.
Se uma aeronave é danificada durante uma missão
Para exemplificar, citamos o caso da reposição de peças de voo. Se uma aeronave é danificada durante uma missão, ela volta para a sua base para ser reparada. Existem vários kits de reparo em estoque nesta base. Caso a base e esse estoque seja destruído, perde-se os recursos da base, e há um atraso para a volta destes kits. Antes da implementação do Lean, este tempo era de 58 dias. Seriam quase dois meses nos quais os aviões não poderiam ser reparados. Com a implementação do Lean, este tempo caiu para apenas 4 dias. Além disso, o estoque na base perto da linha de frente foi diminuído reduzindo o risco de perder os armamentos e os custos da guerra. A mesma redução de tempo foi realizada na entrega de armamentos (como aviões e bombas atômicas).
É isso que os EUA esperam que a Coreia do Norte tenha em mente caso queiram cumprir suas ameaças. Mesmo que eles danifiquem severamente as bases na região (localizadas no Japão e Coreia do Sul) destruindo seus estoques, em 4 dias elas estarão operacionais novamente. As perdas deste primeiro ataque na destruição dos armamentos serão mínimas, assim como os estoques da base.
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