A indústria criativa é um imenso universo de possibilidades de crescimento em todos os sentidos.
Tanto que, segundo o Creative Industries Market Report (em inglês), entre 2023 e 2031, ela deverá crescer a uma taxa de 4,29% ao ano.
É nessa indústria que estão profissionais como designers, filmmakers, estilistas de moda e arquitetos, entre outros.
Mas também fazem parte dessa riquíssima e poderosa indústria especialistas em áreas técnicas como engenheiros, profissionais de TI e desenvolvedores.
Isso significa que há oportunidades para todos, independentemente de ter ou não uma “veia artística”.
Quer saber mais sobre o assunto? Então siga com a leitura.
O que é indústria criativa?
A indústria criativa é formada pelo gigantesco círculo de atividades econômicas que envolvem a criação, produção e distribuição de bens e serviços baseados na criatividade, habilidade e talento individual ou coletivo.
Essa indústria abrange uma ampla gama de setores, entre os quais estão as artes visuais, design, cinema, música, publicidade, arquitetura, moda, software e jogos.
O conceito de indústria criativa surgiu no início da década de 1990, no Reino Unido, para descrever um conjunto de atividades econômicas que se baseiam na criatividade e na inovação.
O termo foi popularizado pelo economista britânico Richard Florida, que argumentou que a criatividade é um recurso essencial para o crescimento econômico.
Não confundir com economia criativa, conceito mais amplo que engloba a indústria criativa, abrangendo atividades que envolvem criatividade e inovação, como educação, turismo e serviços.
Como funciona a indústria criativa
A indústria criativa opera por meio da concepção, produção e distribuição de bens e serviços criativos.
Caracteriza-se pela inovação constante, dependendo da criatividade e talento, manifestado por profissionais de diferentes áreas.
Por sua vez, a monetização ocorre por meio de modelos de negócios diversificados, como venda de produtos, licenciamento, assinaturas e publicidade.
De certa forma, é na indústria criativa que as fantasias se tornam “realidade”, de modo a sensibilizar um grande número de pessoas.
Esse é o princípio que faz a roda girar, ou seja, a geração de renda e de valor vai depender sempre da resposta do público a um produto ou serviço criativo.
Áreas e setores da indústria criativa
A indústria criativa é imensa, com um vastíssimo leque de especialidades e áreas nas quais se pode trabalhar. Conheça as principais delas:
- Artes visuais: pintura, escultura, fotografia…
- Entretenimento: cinema, televisão, música, teatro, videogames…
- Design: gráfico, de produto, de moda…
- Publicidade e marketing: campanhas criativas online e offline…
- Arquitetura: design arquitetônico inovador…
- Mídia digital: conteúdo online, redes sociais, blogs…
- Moda: design de moda, eventos e produção…
- Software e jogos: desenvolvimento de aplicativos, jogos digitais…
- Cultura e Turismo: eventos culturais, turismo criativo e cinematográfico…
- Editorial: livros, revistas, conteúdo editorial.
Desafios e oportunidades na indústria criativa
O mercado criativo está repleto de oportunidades e desafios, alguns dos quais se consubstanciam em uma relação ambígua.
Ou seja, o que é um problema pode ser também uma janela para o crescimento, dependendo de certos fatores.
Vamos conhecer a seguir alguns desses desafios e como alguns deles podem se tornar oportunidades dentro dessa indústria.
Proteção de propriedade intelectual
O risco de pirataria, plágio e violação de direitos autorais é uma ameaça constante no segmento criativo.
De acordo com um artigo da CPD, só nos Estados Unidos o roubo de segredos comerciais custa entre US$ 225 e US$ 600 milhões por ano.
Isso para não falar da apropriação indébita de ideias no nível individual, sempre um empecilho para profissionais garantirem que suas criações sejam devidamente protegidas e gerem retorno.
Adaptação às novas tecnologias
A rápida evolução digital transformou e continuará transformando os processos de produção, distribuição e consumo de conteúdo.
Por isso, os profissionais precisam constantemente atualizar suas habilidades para incorporar inovações como realidade virtual, inteligência artificial e plataformas digitais.
Enfrentar esse desafio requer flexibilidade, investimento em capacitação e uma mentalidade aberta à mudança para prosperar num cenário VUCA, ou seja, volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Acesso a financiamento
A indústria criativa é frequentemente caracterizada por empresas de pequeno porte com recursos limitados.
Na verdade, até mesmo grandes empresas podem lidar com obstáculos para desenvolver seus projetos por falta de apoio, como acontece no audiovisual.
Nesse setor, por exemplo, é muito forte a dependência de poucas entidades de fomento públicas, como é o caso da Ancine no Brasil.
Isso para não falar do acesso ao crédito, sempre um desafio quando se tem que provar a viabilidade de um produto ou serviço que envolva criatividade em seu desenvolvimento.
Concorrência global
O fenômeno da globalização fez do mundo uma “aldeia global”, expandindo horizontes e mercados.
Em contrapartida, essa expansão também fez com que empresas que antes concorriam apenas com vizinhos passassem a ter concorrentes em escala global.
Um escritório de arquitetura brasileiro pode hoje ter que disputar a mesma fatia de mercado de um escritório localizado na Alemanha, por exemplo.
Para profissionais e empresas criativas, esse é um desafio a ser superado, considerando as sempre existentes dificuldades logísticas e culturais em acessar novos mercados
Acesso à mão de obra qualificada
Todos querem fazer sucesso, mas, para isso, é indispensável se qualificar.
A falta de braços e mentes é um desafio geral, ainda mais em países emergentes como o Brasil.
Em certos setores, faltam inclusive escolas e instituições de ensino que formem profissionais com as competências básicas.
Crescimento econômico
A partir do que vimos, a indústria criativa é um setor em crescimento, com potencial para gerar empregos e renda.
Segundo o relatório Creative Industries Market Report, até 2031, o valor movimentado deverá passar de US$ 2,6 quadrilhões para US$ 3,4 quadrilhões.
Então, se tem um mercado em franco crescimento, no qual as oportunidades estão sempre surgindo, esse mercado é o da criatividade.
Avanço tecnológico
As novas tecnologias estão criando novas oportunidades em todas as áreas e a indústria criativa não é exceção.
Um bom exemplo disso é o uso da realidade virtual e da realidade aumentada para criar novas experiências, principalmente em games.
Isso sem falar das aplicações em design, projetos arquitetônicos, audiovisuais e o uso dos dados para orientar a criação de conteúdos para públicos específicos.
Alianças com outras indústrias
A indústria criativa pode se beneficiar de parcerias com outras indústrias, como a tecnologia, o turismo e a educação.
É ilustrativo desse tipo de parceria o chamado turismo cinematográfico, setor que já chama a atenção do próprio governo federal.
Em seu relatório sobre o setor, o governo revela, por exemplo, que 80% dos turistas que vão a Londres visitam a capital inglesa por causa das imagens que veem em filmes.
Novos mercados
Como vimos, desafios podem ser oportunidades, dependendo do ponto de vista, do contexto e de outros fatores.
À medida que a globalização e a tecnologia conectam pessoas de diferentes partes do mundo, novas demandas e preferências emergem, criando espaço para a inovação.
Os grandes players e líderes do mercado estão sempre atentos a essas oportunidades, ampliando ainda mais seus espectros de atuação.
É o caso da Netflix, que está expandindo rapidamente para novos mercados geográficos, como a América Latina e a África, incentivando a produção de filmes e séries com temáticas locais.
Outro bom exemplo de aproveitamento dessas oportunidades vem da Tencent, empresa chinesa de tecnologia que está investindo em jogos e outras formas de entretenimento criativo.
Plataformas digitais
Quem trabalha com criatividade precisa ser visto e, felizmente, hoje o que não faltam são “palcos” nos quais os profissionais e as empresas criativas podem mostrar o seu valor.
Nesse aspecto, as plataformas digitais representam uma vasta oportunidade na indústria criativa, proporcionando novos meios de criação, distribuição e monetização de conteúdo.
Elas representam um mundo de novas possibilidades, abrindo caminho para:
- Acesso global: permitindo que criadores alcancem audiências globais instantaneamente, promovendo a diversidade cultural e expandindo o alcance de suas obras
- Monetização diversificada: também oferecem modelos variados, como assinaturas, doações e publicidade, permitindo aos criativos diversificar suas fontes de receita
- Colaboração remota: elas facilitam a colaboração entre artistas de diferentes partes do mundo, impulsionando a criação interdisciplinar e a inovação
- Feedback instantâneo: também possibilitam a interação direta com o público, permitindo ajustes rápidos com base no feedback, melhorando a qualidade do conteúdo
- Novos formatos: as plataformas digitais servem como local de experimentação para formatos como realidade virtual, conteúdo interativo e transmissões ao vivo.
Tendências para o futuro da indústria criativa
Fique de olho no que está por vir, já que a indústria criativa, como vimos, deve crescer exponencialmente nos próximos anos.
Confira as tendências que deverão surgir e se consolidar:
- O crescimento da economia digital, principalmente em jogos, streaming de vídeo e música online
- A ascensão de mercados emergentes como os da China e da Índia
- A mudança nos hábitos de consumo e busca de produtos e serviços criativos personalizados
- A adoção de novas tecnologias como inteligência artificial, realidade virtual e realidade aumentada.
Conclusão
As possibilidades de ascensão profissional dentro da indústria criativa são imensuráveis.
Mas, para isso, você precisa não só ser criativo, mas, principalmente, estratégico.
Essa parte a Escola EDTI ajuda a desenvolver, em cursos EAD Lean Six Sigma e presenciais Green Belt e Black Belt.