Cuidar da gestão de produção deveria fazer parte das rotinas de toda empresa, principalmente as do segmento industrial.
Por mais automatizada que seja uma linha de montagem, sempre haverá KPIs a monitorar e resultados a serem avaliados.
Esses são alguns dos papéis que cabem à gestão de produção, uma área fundamental do back office nas indústrias.
Continue lendo para saber mais, entender suas funções e os benefícios de incorporá-la em sua empresa.
O que é gestão de produção?
Gestão de produção é a totalidade das operações e estratégias empregadas por uma empresa para dar conta dos seus processos produtivos.
Ela pode enquadrar as atividades principais, como também aquelas que sejam secundárias, mas fundamentais para que as rotinas tenham continuidade.
Os aspectos fiscais e tributários, por exemplo, embora não tenham relação direta com a produção, em algum momento podem impactar negativamente os resultados se não houver uma gestão com visão mais ampla.
Nesse caso, a gestão da produção pode atuar para reduzir a incidência de impostos, sugerindo mudanças nas rotinas operacionais.
Mas isso é apenas parte do conceito.
Como veremos a seguir, essa é uma área de fundamental importância para gerir melhor os recursos e obter assim melhores resultados.
Qual a importância da gestão de produção?
Quem é gestor sabe bem que nenhuma estratégia é boa o suficiente se não estiver alinhada às necessidades reais do chão de fábrica.
É preciso ter planejamento e organização para conectar as decisões administrativas ao cotidiano.
Dentro do setor industrial, o bom aproveitamento dos recursos faz toda a diferença para maximizar a produtividade sem abrir mão da qualidade.
E é justamente aqui que entra o trabalho de gestão de produção.
Essa é a área que cuida dos índices de eficiência dos processos e de monitorar a qualidade agregada aos produtos finais.
Busca-se assim reduzir os custos e maximizar a capacidade produtiva, de modo a utilizar os recursos disponíveis em sua totalidade, evitando desperdícios.
Uma gestão de produção adequada tem o controle de todas as etapas, desde a escolha da matéria-prima aos processos produtivos, contratos com fornecedores e logística de distribuição dos produtos fabricados.
Objetivos e etapas da gestão de produção
A gestão de produção é dividida, basicamente, em três etapas.
São elas:
- Planejamento
- Execução e controle
- Monitoramento.
O planejamento é o momento onde os objetivos do negócio são traçados, preferencialmente orientados pela matriz SMART.
Aqui são feitos os estudos preliminares, simulações financeiras e definições para o padrão de qualidade que deve ser atingido.
Deve-se planejar de maneira estratégica, levando em conta os recursos que estão disponíveis e eventuais limitações operacionais, como fornecedores, prazos e localização.
A execução é o momento de colocar em prática tudo o que foi planejado anteriormente e descobrir se o que foi desenhado funciona na prática.
Para isso, é importante estabelecer mecanismos de controle que permitam ao gestor acompanhar os resultados e medir a eficácia do plano de ação.
Depois de implementados os ajustes, a gestão de produção avança para o monitoramento dos resultados.
Afinal, por mais que os resultados sejam satisfatórios, as condições podem mudar inesperadamente, daí a necessidade de se monitorar e melhorar de forma contínua.
As demandas também podem tomar rumos inesperados, fazendo com que um produto fique obsoleto ou não atenda mais às expectativas do consumidor.
O monitoramento surge então para garantir a melhoria contínua, fazendo com que a empresa se ajuste ao mercado ou inove, desenvolvendo novos produtos.
Benefícios de uma boa gestão de produção
Gestão tem a ver com metas, o que por si só já leva a algum tipo de controle sobre os resultados e o acompanhamento das ações.
Dessa forma, a gestão de produção representa não só um ponto de apoio para as rotinas administrativas, como um diferencial competitivo.
Veja a seguir algumas das suas vantagens.
Redução de custos
Toda empresa lida com custos operacionais, que podem se tornar incontroláveis sem uma gestão de produção.
Em certos contextos, como foi no período pós-pandemia em 2022, os custos podem aumentar em taxas acima da média, podendo assim minar todo o planejamento.
Quando a empresa conta com uma gestão preparada e que monitora de perto o negócio, as dificuldades em cenários como esse tendem a ser menores.
Já as que não contam com mecanismos de controle podem amargar prejuízos consideráveis, levando muito tempo para se recuperar.
Maior satisfação do cliente
Um dos desafios a que a gestão da produção se propõe a solucionar é reduzir custos sem comprometer a qualidade.
A chave para isso está no estudo e mapeamento dos processos, como destaca um artigo no site do Sebrae, que enfatiza ainda o papel das ações preventivas.
Esse é o mindset das empresas que trabalham orientadas pelos princípios enxutos e pela metodologia Lean Six Sigma.
Nelas, o foco é sempre a satisfação do cliente, a partir da produção puxada pela demanda.
A gestão da produção é toda desenvolvida para reduzir o desperdício e otimizar os custos para que, a partir disso, se possa investir na melhoria da qualidade.
O resultado não pode ser outro que não seja entregas alinhadas às expectativas dos consumidores, cuja satisfação aumenta, levando à fidelização.
Aumenta a motivação dos colaboradores
Satisfazer o público externo é importante, como também o público interno precisa sentir que seus anseios estão sendo correspondidos.
Essa é uma forma de aumentar a motivação dos colaboradores, reduzindo o absenteísmo e o presenteísmo.
A gestão de produção também se ocupa dessa questão, melhorando as condições de trabalho para extrair o máximo rendimento.
Eliminação do desperdício
Gerir é racionalizar e, com isso, a tendência é que o desperdício seja mínimo ou nulo.
Nas empresas geridas conforme os princípios Lean, o combate ao desperdício está sempre no centro das atenções.
Tanto é que, de acordo com o Lean Six Sigma, existem 8 desperdícios “capitais” que precisam ser reduzidos ou eliminados a todo custo.
Para isso, as empresas devem investir na melhoria dos seus processos e, claro, em estruturar a gestão de produção.
Abre caminhos para o uso de dados
O mercado é cada vez mais orientado por dados, e as empresas que não seguirem por esse caminho cedo ou tarde perderão espaço.
Como vimos, gerir é racionalizar, o que nos leva inevitavelmente a recorrer aos dados para tomar decisões.
Eis então uma oportunidade de se implementar a cultura data driven, na qual os processos decisórios passam a depender de informação estruturada para serem concluídos.
Negócio que é gerido dessa forma aumenta a margem de acerto em suas escolhas, já que passa a definir suas ações e estratégias de acordo com o que mostra a realidade.
Como fazer a gestão de produção?
A gestão de produção implica a adoção de uma série de medidas e métodos de controle que não temos de forma alguma a pretensão de esgotar neste conteúdo.
De qualquer forma, e pela nossa experiência, podemos dizer que ela se apoia em três pilares. Confira na sequência.
Conhecimento do cenário interno e externo
Empresa que entende os movimentos do mercado e conhece suas vantagens e fraquezas tem mais chances de performar bem.
Por isso, o mapeamento do cenário é o primeiro passo para desenvolver uma compreensão mais ampla do ponto em que o negócio está para que, a partir disso, se possam definir metas.
Definição de metas
Sem objetivos não se pode estabelecer um caminho por onde seguir e as ações a serem tomadas, tanto nas dificuldades quanto na estabilidade.
Ao mapear o mercado, a gestão de produção ganha massa crítica para saber o que produzir e como produzir para superar a concorrência e agradar os seus clientes.
Indicadores de desempenho
Os Key Performance Indicators (KPIs) são a principal referência para indicar o que fazer e onde melhorar.
São eles que vão dizer à gestão de produção em que a empresa está falhando e onde ela está acertando, orientando assim o esforço de melhoria contínua.
10 dicas de ferramentas de gestão de produção
Nenhuma gestão estará completa sem ferramentas adequadas para a continuidade de suas ações.
Conheça a seguir dez das mais utilizadas nas empresas que se orientam pela metodologia Lean Six Sigma:
- Kaizen: princípio e filosofia de melhoria contínua por meio de mudanças incrementais
- Value Stream Mapping (VSM): mapeia todas as etapas e fluxos de um processo produtivo, identificando atividades que agregam valor e eliminando desperdícios
- Poka-Yoke: mecanismos à prova de erros ou dispositivos de prevenção que ajudam a evitar a incidência de falhas ou de defeitos
- Kanban: sistema visual de controle de produção que usa cartões ou sinais visuais para indicar a necessidade de reabastecimento de materiais ou a movimentação de itens em um processo produtivo
- Just In Time (JIT): estratégia que visa produzir e entregar produtos apenas quando necessário, reduzindo estoques e desperdícios
- DMAIC (Define, Measure, Analyze, Improve, Control): roteiro utilizado para resolver problemas e melhorar processos de forma sistemática em projetos Six Sigma
- SMED (Single-Minute Exchange of Dies): técnica para reduzir o tempo de setup de máquinas e equipamentos, aumentando a flexibilidade e eficiência da produção
- Andon: sistema visual que alerta os operadores e a gerência sobre problemas na linha de produção, permitindo uma rápida intervenção para solucionar os problemas
- Heijunka: nivelamento da produção para reduzir variações e otimizar a utilização dos recursos, distribuindo uniformemente a carga de trabalho ao longo do tempo
- TPM (Total Productive Maintenance): programa de manutenção preventiva em todos os níveis da organização, focando na maximização da eficiência dos equipamentos.
Seis Sigma e Lean na Gestão de Produção
Você provavelmente deve ter notado que existe uma semelhança entre o trabalho da gestão de produção e a filosofia Six Sigma.
O Lean é uma abordagem para manter processos mais enxutos e reduzir custos e, por isso, tem muito a contribuir com o trabalho do gestor de produção.
Ao entender os processos redundantes como desperdícios – de tempo e dinheiro – o Lean Seis Sigma ajuda a garantir o máximo aproveitamento dos recursos produtivos.
Esse é um ótimo caminho para você que quer se especializar no assunto para ter resultados cada vez melhores.
Na Escola EDTI, você se capacita para ser uma liderança nas empresas, graduando-se como Green Belt e Black Belt em Lean Six Sigma em nossos cursos presenciais.
Conclusão
As empresas que querem se destacar precisam ser capazes de garantir entregas de qualidade com consistência.
A gestão de produção é fundamental nesse sentido.
Ela existe para ajudar a gerenciar os processos de maneira estratégica e assim alcançar os melhores resultados possíveis.
Continue acompanhando nossos artigos para ficar atualizado com o que existe de melhor no mercado.
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É muito bom buscar novos conhecimentos.
dentro do que acabei de ler e entender sobre gestao sendo carteiro , eu vi que dentro dos correios a comunicacao da empresa nessa area com os gestores e muito falha pois o meu gestor e totalmente o oposto de tudo que li e ninguem ve isso
Conteúdo relevante para o conhecimento pessoal e profissional!
Conteúdo relevante para o aprendizado profissional.
Concordo com o texto, mas que tenha uma boa produção o espaço físico tem que ser adequado, para que os funcionários e o manuseio de ferramentas e produtos não se perca, e que os funcionários abracem a causa tendo satisfação em produzir com eficácia. Um local inadequado no qual não produz satisfação para o grupo prestar serviço de qualidade causa insatisfação, e traz improdutividade e absenteismo trazendo prejuí.zo a qualidade do grupo