A filosofia Lean vem sendo muito usada como referência por empresas que buscam aumentar a eficiência e reduzir desperdícios.
Essa é a base da metodologia que impulsiona empresas do mundo todo a melhorar continuamente, não importa o tamanho ou segmento em que atuem.
Se não gerasse resultados, a própria indústria japonesa não a teria abraçado.
Aliás, depois que a filosofia Lean passou a fazer parte das estratégias dos industriais nipônicos, aconteceu um verdadeiro milagre econômico no Japão.
Depois disso, os conceitos Lean de produção ganharam o mundo, sendo aplicados até hoje nos mais variados segmentos industriais.
Conheça o assunto mais a fundo, começando com esta leitura uma jornada de crescimento!
O que é filosofia Lean?
A filosofia Lean é o resultado dos esforços dos japoneses que, na década de 1940, precisaram reerguer o país, em escombros depois da Segunda Guerra Mundial.
Seu principal foco é a eliminação do desperdício, essencial em um país cujos recursos eram escassos.
Foi uma situação em que a crise gerou a oportunidade, já que o que se viu depois foi um crescimento sem precedentes na economia do país.
Embora a filosofia Lean (ou filosofia enxuta) não tenha sido a única que os industriais japoneses seguiram, ela foi a base de todo o desenvolvimento ao longo do processo de recuperação.
Ela foi, inclusive, o alicerce para a criação de um novo modo de produção, o toyotismo, que vamos conhecer a partir de agora.
A origem da filosofia Lean Toyota
Depois da guerra, o governo dos Estados Unidos passou a intervir diretamente na reconstrução do Japão.
Foi uma época de intensa troca de experiências e conhecimentos nas montadoras de automóveis.
A fim de conhecer os processos industriais dos norte-americanos, as empresas nipônicas passaram a enviar seus executivos para as fábricas ianques em viagens constantes.
Um deles, Taiichi Ohno, começou a perceber que o modo de produzir americano, embora eficaz, não teria espaço em um país como o Japão.
Isso porque as montadoras americanas trabalhavam segundo o fordismo, modelo no qual o consumo é puxado pela produção.
Ao regressar, Ohno e outros industriais japoneses, como Kaoru Ishikawa, decidiram que o ideal era inverter essa lógica.
Nascia então o toyotismo, metodologia na qual a produção é just-in-time (JIT), sempre orientada pela filosofia Lean.
Qual o objetivo da filosofia Lean?
O principal objetivo da filosofia Lean é reduzir ou erradicar de vez o desperdício.
Ela parte do princípio segundo o qual quanto menos recursos forem mobilizados para dar conta de uma produção, mais eficientes serão os processos, menores os custos e, em consequência, maiores serão os lucros.
Lembrando sempre que ela nasce em um país devastado pela guerra, no qual não só os insumos eram escassos, como a própria mão de obra.
Os resultados da aplicação dos métodos baseados em Lean foram tão bons que os industriais japoneses passaram a aplicá-los em regime permanente.
Como funciona a filosofia Lean
Por ser fundamentalmente um meio de combater o desperdício, a filosofia Lean funciona a partir da identificação das origens das perdas nos processos.
Ao mapear os pontos falhos e que não agregam valor, é possível eliminá-los ou substituí-los por processos mais eficazes e que gerem menos custos.
Para isso, os profissionais responsáveis pela identificação desses gargalos precisam ser rigorosos.
Afinal, a filosofia Lean tem também como objetivo organizar a produção, para que ela seja automatizada a partir da máxima eficiência em seus processos.
É como tentar encurtar ao máximo a distância entre dois pontos, eliminando as curvas até chegar a uma linha reta.
Princípios fundamentais da filosofia Lean
Uma das diferenças entre os métodos dos industriais americanos para os japoneses no período pós-guerra era o foco da produção.
Nas montadoras dos Estados Unidos, como vimos, era a produção que puxava a demanda.
Logo, se uma planta tivesse capacidade de produzir 10 mil, mesmo que o mercado tivesse só 5 mil compradores, ela produziria esses 10 mil e o marketing seria usado para induzir o consumo.
Essa relação mudou com a chegada do Toyotismo/Lean, no qual o consumidor passou a ser o centro das atenções.
Com base nisso, foram desenvolvidos os princípios fundamentais que dariam origem à metodologia usada pela indústria japonesa, começando pela Toyota.
Encontrar o valor pela ótica do cliente
A produção Lean toma como ponto de partida aquilo que o cliente enxerga como algo de valor.
A empresa deve entregar sempre produtos e serviços pelos quais as pessoas estejam dispostas a pagar.
Se não for assim, em vez de eliminar, a indústria estará maximizando suas perdas, principalmente pela maior demanda por estoque, um dos alvos da metodologia Lean.
Para os seus especialistas, nada pior para uma indústria do que um estoque cheio de veículos ou produtos encalhados.
Isso só pode ser evitado se todo item que sair da linha de montagem encontrar um comprador.
Mapear o fluxo de geração de valor
O desperdício pode ser eliminado em todas as etapas que compõem um processo produtivo.
Com essa premissa, a filosofia Lean baseia-se no mapeamento de todas as fases nas quais o valor é adicionado, até que o produto final esteja pronto para ser distribuído.
Imagine, por exemplo, a fabricação de um calçado.
Em uma pesquisa de satisfação, a fabricante descobriu que os consumidores preferem solados que amortecem o impacto em vez de palmilhas.
Porém, as palmilhas têm um custo mais barato de produção, além de exercer o mesmo efeito.
O mapeamento do fluxo de geração de valor, nesse caso, serviria para ajudar a identificar possíveis soluções para essa questão, identificando novos materiais e processos de fabricação.
Manter o fluxo de valor contínuo
Não faria sentido se, depois de encontrar o fluxo de valor, ele não fosse implementado em regime permanente.
Por isso, um dos princípios da filosofia Lean é justamente perenizar o valor encontrado nos processos, mantendo tudo aquilo que contribua para gerar valor para o cliente.
Nessa parte, entram os profissionais responsáveis pela calibração de equipamentos e de controle de qualidade.
A engenharia mecatrônica também tem um papel importante, pois é a área que cuida das tecnologias que permitem a interação homem-máquina.
Produção puxada pela demanda
Como vimos, na filosofia Lean é a demanda que determina o quanto uma empresa deverá produzir.
Essa é a essência do conceito JIT, segundo o qual uma empresa terá o máximo de lucros somente se produzir conforme o seu mercado.
Então, se o market share de uma empresa é de 30% em um mercado estimado de 1 mil pessoas, é para 300 clientes que ela deverá produzir.
Note que isso não quer dizer que uma empresa não possa expandir seus mercados.
A diferença é que, ao pautar sua produção pela demanda, ela só fará isso quando tiver a certeza de que seus produtos encontrarão compradores ao chegarem aos pontos de venda.
Busca da perfeição
Embora não exista empresa ou pessoa perfeita, o alvo de todo processo produtivo deve ser a perfeição.
Na filosofia Lean, a busca da perfeição se materializa a partir de uma outra filosofia, a Kaizen, termo japonês que, em tradução livre, significa “melhorar continuamente”.
Essa é também uma forma de evitar surpresas por parte dos concorrentes, como previsto nas 5 Forças de Porter.
Uma empresa que está sempre melhorando dificilmente será surpreendida, já que, assim, a concorrência terá dificuldade em copiar o que ela faz.
Onde aplicar a filosofia Lean Manufacturing?
Apesar de ter nascido na indústria automotiva, a filosofia Lean pode ser aplicada em negócios de incontáveis segmentos.
Prova disso são as diversas ramificações que surgiram ao longo dos anos, como a Lean Healthcare, direcionada ao setor de saúde.
Outra ramificação de sucesso é a Lean Construction que, como o nome diz, é voltada aos processos produtivos na Construção Civil.
Portanto, seja qual for o ramo de uma empresa, esteja certo de que ela poderá aproveitar-se da filosofia Lean para crescer.
Como implementar o Lean na sua empresa
A implementação dos conceitos Lean varia na forma, dependendo do ramo da empresa.
No entanto, sua principal referência é o segmento industrial, no qual a filosofia Lean é aplicada para redução de desperdício em oito pontos:
- Excesso de estoque
- Excesso da mercadoria produzida
- Processos supérfluos
- Ociosidade dos funcionários
- Espera por equipamentos
- Defeitos de fabricação
- Transporte desnecessário de produtos
- Transporte desnecessário de pessoal.
Como aprender mais sobre a filosofia Lean
A filosofia Lean é também uma metodologia e, assim, só os profissionais mais preparados poderão implementá-la nas empresas.
A Escola EDTI apoia nessa jornada, em cursos EAD Green Belt e Black Belt para habilitar você a conduzir projetos de melhoria e de combate ao desperdício.
Seja qual for a sua área de atuação, na EDTI você encontra o curso certo para alavancar a sua carreira.
Conclusão
A filosofia Lean é a melhor resposta para empresas que têm o objetivo de avançar ou de superar a concorrência.
Para implementá-la, porém, é fundamental ter uma base sólida de conhecimento e formação.
É aqui que a EDTI entra, com seus cursos presenciais e a distância.