Se você precisa de um bom motivo para conhecer e usar ferramentas da qualidade no seu negócio, basta olhar para a concorrência.
Cada vez mais, a alta competitividade do mercado faz com que empresas precisem produzir não apenas mais rápido, mas também fazer isso sem deixar de entregar soluções eficientes ao seu público.
É aí que cresce a importância da gestão da qualidade e suas ferramentas.
A área floresceu no contexto pós-Segunda Guerra Mundial, principalmente na manufatura de bens duráveis e semiduráveis.
Arrasados por mais de meia década de conflito, países como o Japão buscavam meios de alavancar suas economias de maneira segura e efetiva – e o resultado foi, de fato, um sucesso.
Com isso, não demorou para que as metodologias e ferramentas fossem importadas para o ocidente, com destaque para ao sistema Fordista, que deve muito ao método desenvolvido pela japonesa Toyota.
Exportado para todos os cantos do globo, o conceito da qualidade passava a fazer parte da rotina de empresas dos mais diversos segmentos e nacionalidades.
Aos poucos, a área foi se expandindo, tornando-se um alicerce para atuação de qualquer companhia que deseja garantir um padrão em suas entregas e, assim, se manter competitiva no mercado.
Hoje, a qualidade conta com diversas ferramentas criadas por profissionais do segmento e de efetividade comprovada por vários estudos práticos.
É sobre elas que vamos falar agora.
Então, se o tema é do seu interesse, acompanhe a leitura deste artigo até o final!
Quais São as 17 Principais Ferramentas da Qualidade
Desde a década de 1940, muita coisa mudou na área da qualidade para que ela chegasse aos dias de hoje no patamar em que se encontra.
Ou seja, assumindo um caráter essencial dentro de empresas nos mais diversos segmentos.
Atualmente, vivemos em um momento extremamente dinâmico da economia, no qual as mudanças e novidades surgem em um ritmo acelerado e nunca antes observado.
Nesse cenário, já não basta mais oferecer uma mercadoria que corresponda às expectativas mais básicas de utilidade.
É preciso se manter conectado com a clientela, estabelecer um relacionamento baseado na confiança e no respeito para entender quais são suas necessidades para, então, se antecipar a elas.
A qualidade entra aqui como uma forma de garantir que o valor que está sendo produzido dentro da empresa de fato atende ao consumidor.
E ela é colocada em prática a partir de ferramentas que tornam menos inglório o desafio de produzir mais e melhor.
Conheça agora quais são as principais delas.
Fluxograma
O fluxograma nada mais é do que uma representação gráfica de um processo que contém e especifica todas as atividades necessárias para a sua conclusão.
Bastante empregado durante etapas de planejamento, ele serve como um mapa do trabalho, sendo capaz de guiar os profissionais que vão atuar diretamente na realização das tarefas.
Ao registrar a ordem das atividades, seus responsáveis e a duração, o gestor se certifica de que a produção vai seguir a jornada que ele previu, da forma desejada.
O primeiro uso dos fluxogramas que se tem registro foi feito pelo casal de engenheiros industriais Frank e Lilian Gilbreth.
Em 1921, eles introduziram seu método de maneira oficial em uma apresentação à Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos – em inglês, conhecida pela sigla ASME.
Cartas de Controle
Quando falamos de qualidade, é importante ter em mente que esse é um processo que necessita de melhorias contínuas para que seja efetivo.
Ou seja, de nada adianta criar um planejamento minucioso e impecável, desenvolver fluxogramas para guiar a produção, mas não se preocupar em monitorar o resultado do trabalho.
Se for assim, um simples erro que passe despercebido pode colocar tudo a perder e prejudicar as entregas.
Foi com isso em mente que, no início do século XX, o engenheiro Walter Shewhart, um dos gurus da qualidade, registrou como o uso de gráficos ou cartas de controle poderia facilitar o desenvolvimento da área.
Hoje, o método serve, principalmente, como uma ferramenta para monitorar a estabilidade e o controle dos processos de uma empresa, assim como promover uma análise por meio de dados coletados durante a produção.
Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe)
Criado pelo engenheiro químico japonês Kaoru Ishikawa, em 1943, o Diagrama de Ishikawa também é conhecida como Espinha de Peixe ou Fishbone devido à semelhança do seu formato.
O método é composto por uma ferramenta analítica que permite ao gestor identificar qual é a causa e o efeito de determinada situação-problema.
Na prática, o diagrama ajuda a descobrir quais são os problemas mais comuns, além de práticas prejudiciais ao cotidiano da empresa.
Ao permitir a análise de questões que envolvem o cotidiano de toda a organização, ele é útil também para reunir diversas perspectivas, de vários profissionais, em um só lugar.
Folha de Verificação
Considerada como uma das mais simples ferramentas do controle da qualidade, a folha de verificação apresenta uma maneira objetiva de registrar e analisar os dados coletados durante a produção.
Ela funciona eliminando a necessidade de representações gráficas, reunindo em uma tabela ou planilha todas as informações relevantes, de modo a economizar o tempo que seria utilizado para desenhar os grafismos.
Por ser uma ferramenta bastante básica, é difícil encontrar informações sobre quem teria sugerido pela primeira vez o seu emprego com foco na qualidade.
E apesar da sua característica simples, a folha de verificação pode ser muito útil para promover análises de resultado e tomar decisões baseadas em dados concretos.
Histograma
O histograma é uma ferramenta do controle da qualidade que tem por objetivo identificar tendências a partir de uma análise de frequência.
Seu emprego é feito com uma representação gráfica muito parecida com gráficos de barras.
Contudo, as semelhanças param por aqui, já que o histograma é bem mais do que um gráfico.
A ferramenta pode ser usada para fazer análises complexas, que levam em conta a ocorrência de um determinado evento ou outra propriedade mensurável.
Existem pelo menos seis tipos de histograma utilizados na qualidade, cada um voltado para uma análise específica dos dados.
Diagrama de Dispersão
Apresentado pela primeira vez pelo antropólogo e matemático inglês Francis Galton, foi com Kaoru Ishikawa que o Diagrama de Dispersão ganhou a praticidade que tem hoje dentro do contexto da produção.
A ferramenta funciona como uma representação gráfica de duas variáveis, sendo capaz de ajudar na resolução de problemas ao identificar se existe relação entre dados que, aparentemente, estão isolados.
Como exemplo, pensemos em uma produção de biquínis e sungas.
Nesse cenário, quanto mais baixa a temperatura da região atendida, menor será a demanda do mercado por roupas de banho.
Assim, com o Diagrama de Dispersão, é possível estudar os dados de forma a saber exatamente qual o efeito do clima sobre as vendas.
Diagrama de Pareto
O Diagrama de Pareto é mais uma opção de ferramenta que os gestores têm para promover o controle da qualidade.
Criado pelo economista italiano Vilfredo Pareto, o método só se popularizou mesmo depois de ser incorporado à gestão da qualidade por Joseph Duran.
O diagrama também é conhecido como Gráfico 80/20 – em alusão àquela que é sua regra máxima.
Segundo os autores, é comum que 80% de todos os problemas verificados na produção sejam causados por apenas 20% das causas identificadas.
Assim, a ferramenta aponta caminhos para focar e resolver os cenários, de forma a causar o maior impacto positivo dentro da produção.
Outras Metodologias e Ferramentas da Qualidade Fundamentais
A abordagem clássica para a gestão e o controle da qualidade costuma considerar as sete ferramentas acima como sendo as principais do segmento.
Porém, a área tem se desenvolvido em uma velocidade surpreendente e, nos últimos anos, não param de surgir novas ferramentas e metodologias voltadas para garantir um alto padrão em todas as entregas.
A Análise de Falhas e Modos de Efeito (FMEA), por exemplo, é uma metodologia que atua de modo preventivo para evitar erros na produção.
Também vale citar o Six Sigma, cujo objetivo é promover a melhoria contínua, usando uma análise dos dados para manter o controle dos erros e promover otimizações.
A lista de metodologias é longa e inclui ainda nomes como Kaizen, Círculo de Deming e Kanban, além de ferramentas de gestão de CRM (Customer Relationship Management ou relacionamento com o cliente) e ERP (Enterprise Resource Planning ou planejamento de recursos).
Agora, vamos ver detalhes sobre outras ferramentas da qualidade importantes para qualquer empresa.
Controle Estatístico de Processos
Como o nome indica, o Controle Estatístico de Processos reúne uma série de técnicas da área da estatística, que permitem analisar o desenvolvimento do processo e entender se o resultado apresentado está de acordo com o que se esperava.
Para tanto, o método propõe uma análise que parte de duas perspectivas: a voz do processo e a voz do cliente.
A primeira diz respeito aos dados coletados de processos anteriores e que devem servir de referência para análise dos resultados atuais, identificando, assim, o que é comum dentro da produção, de acordo com o que vem sendo feito.
Já a análise pela voz do cliente dá prioridade ao que o consumidor espera da produção, usando a demanda da clientela como régua para ajustar a produção.
5W2H
O nome 5W2H é, na verdade, uma sigla que remete às perguntas (em inglês) que devem ser feitas durante a aplicação do método.
Cinco delas começam com a letra W (What, Who, When, Where e Why) e duas com a letra H (How e How much).
Ao fim, o gestor que aplica a metodologia tem um check-list completo, no qual consta o que deve ser feito, qual a justificativa da tarefa, o local indicado para realização, o prazo de entrega, assim como o orçamento, o método e o nome do profissional ou equipe responsável.
PDCA
Apresentado por Shewhart, o método PDCA também é uma sigla em inglês para Plan, Do, Check e Act – que significa planejar, fazer, checar e agir.
A ferramenta é utilizada por gestores para lidar tanto com tarefas simples quanto complexas, já que propõe um ciclo que permite revisitar o problema quantas vezes for preciso até atingir o resultado ideal.
Em consequência, o gestor se aproxima da maior qualidade de suas entregas ao promover uma melhoria contínua dos processos.
PDSA
Reintroduzido por Deming, o ciclo de Shewhart ganhou algumas modificações até se fixar em sua última versão, em 1993: Plan, Do, Study e Act.
Segundo o próprio autor, a principal diferença entre o PDSA e o PDCA estaria no fato de que o termo “checar”, em inglês, remete muito mais ao ato de evitar, reter ou bloquear.
Para Deming, uma interpretação adequada do método deveria sugerir uma análise muito mais aprofundada em sua segunda etapa.
Em outras palavras, não bastaria identificar o que deu errado como também descobrir o porquê deu errado – tudo para que, na próxima etapa, o gestor consiga agir de maneira assertiva.
5S
O 5S é mais uma ferramenta que traz uma sigla como nome.
A diferença é que, dessa vez, reúne termos em japonês para delimitar as cinco etapas consecutivas para organização de equipes e ambientes de trabalho.
As fases do método são denominadas Seiri (senso de utilização e descarte), Seiton (senso de ordenação e organização), Seiso (senso de limpeza), Seiketsu (senso de normatização) e Shitsuke (senso de autodisciplina).
Minitab
Lançado em 1972, Minitab é o nome de um dos primeiros softwares para fins estatísticos desenvolvidos pela indústria.
Muito utilizado dentro de universidades e centros de pesquisa científica, ele ganhou espaço no meio corporativo mais recentemente.
O programa conta com interface parecida com a do Excel, além de permitir a realização de funções altamente complexas.
Hoje, muitos são os gestores que optam por sua utilização em conjunto com a metodologia Six Sigma, tendo como meta promover a melhoria dos processos a partir de modelos estatísticos.
Excel
Velho conhecido de profissionais do meio corporativo, o Excel é uma ferramenta útil para fazer o registro de dados e o controle da qualidade em médio e longo prazo.
O programa, nativo em computadores que utilizam o Windows, permite o desenvolvimento dos mais variados tipos de tabelas, funções, gráficos e diagramas.
O Gráfico de Pareto, por exemplo, pode ser facilmente criado dentro da ferramenta.
Dashboard
Na correria do dia a dia, nem sempre o gestor tem tempo de interromper as suas atividades para checar o andamento do trabalho – ao menos não com a frequência que gostaria ou deveria.
Por isso, contar com um painel de controle – ou dashboard, em inglês – pode ser essencial para conseguir acompanhar todos os processos que ocorrem paralelamente.
Nele, devem estar descritas as métricas e indicadores de performance mais importantes para o controle da qualidade.
Assim, fica mais fácil e rápido identificar gargalos ou falhas com potencial para comprometer o valor da entrega.
Power BI
Quando falamos em Power BI, estamos nos referindo à ferramenta desenvolvida pela Microsoft para agregar e apresentar informações de big data coletadas em diversas fontes.
O software é capaz de reunir em um só lugar informações de planilhas do Excel, de servidores externos e de bancos de dados hospedados na nuvem.
Além da versão para desktops que rodam o Windows como sistema operacional, o serviço tem acesso disponível pelo navegador ou por meio de aplicativos para dispositivos móveis com sistema operacional Windows, Android ou iOS.
Qual a função geral das ferramentas da qualidade?
Hoje em dia, contar com ferramentas para garantir o alto padrão em todas as entregas se tornou fundamental para a empresa que quer permanecer competitiva no mercado.
Dentro da produção, a área da qualidade conta com dois braços: a auditoria e o controle.
Auditoria é a área responsável por elaborar o plano de ação e criar a padronização dos processos, delimitando o que será feito e o modo como será feito.
Aqui, entram em cena ferramentas mais vinculadas ao planejamento, como folhas de verificação, cartas de controle, histogramas e fluxogramas.
Em um segundo momento, o controle cria mecanismos para monitorar o andamento do trabalho e monitorar o resultado.
O ciclo PDCA, o Diagrama de Pareto e o uso de ferramentas como Excel, Minitab e Power BI podem ser especialmente úteis nesta fase.
Como aprender a usar essas ferramentas da qualidade
Se você não conhecia as metodologias apresentadas aqui ou se ainda ficou com dúvidas sobre sua utilização, a solução é investir em formação e conhecimento.
Quem quer aprender mais sobre as ferramentas da qualidade, pode escolher entre os diversos cursos presenciais e online oferecidos pela Escola EDTI.
Conheça algumas de nossas opções para aprender a usar ferramentas da qualidade:
Lean (presencial)
Sistemas + Ferramentas Lean Manufacturing (online)
White Belt em Six Sigma (online e gratuito)
Yellow Belt em Six Sigma (online)
Green Belt em Six Sigma (presencial e online)
Black Belt em Six Sigma (presencial e online)
Curso de Minitab (online)
Curso FMEA (online).
Ferramentas da Qualidade: Conclusão
Pelo mundo todo, as economias estão cada vez mais dinâmicas e rápidas.
Com o avanço tecnológico, novidades surgem o tempo todo e são capazes de alterar as regras do jogo de uma hora para outra.
É dentro desse contexto que se justifica a preocupação atual com a gestão e o controle da qualidade.
A área, que surgiu no contexto pós-guerra, evolui muito desde então, criando nichos específicos e atraindo profissionais da matemática, do marketing e da administração em torno de um objetivo comum: apresentar produtos ou serviços que geram valor aos clientes.
Cada uma à sua maneira e com suas funcionalidades, as ferramentas da qualidade ajudam nessa missão.
Capazes de indicar o caminho mais adequado, elas usam de dados concretos para apresentar uma análise ampla e completa do status da sua produção.
Se você se interessa pela área, tenha na Escola EDTI sua melhor opção de formação.
Matricule-se já em um de nossos cursos para aprender a utilizar as ferramentas da qualidade a seu favor.
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