O estoque de segurança pode ser a solução para momentos em que operadores do varejo ou atacado precisam lidar com aumentos repentinos na demanda.
É como um seguro, que pagamos sempre para utilizar apenas na hora em que mais precisamos.
Sem um estoque de segurança, a venda de produtos poderia ser interrompida, gerando insatisfação nos pontos de venda e atrasos nas entregas.
Leia este texto até o fim para saber como funciona esse tipo de estocagem, como calcular o seu estoque de segurança e outros detalhes relevantes!
O que é estoque de segurança?
Estoque de segurança é um ponto de apoio para os estoques principais, acionado quando os principais ficam sem produtos ou impossibilitados de ser acionados.
É um plano B, a ser colocado em prática quando as soluções em armazenagem de praxe não dão conta.
A principal finalidade de se manter um estoque desse tipo é garantir que a cadeia de suprimentos jamais pare.
Assim, a oferta de mercadorias nos pontos de venda segue em um fluxo ininterrupto, assim como o fornecimento de produtos e insumos.
Quais as vantagens do estoque de segurança?
O estoque é um setor em que os riscos são sempre muito altos.
O vídeo abaixo, do canal Logística Sem Fronteira, mostra o que pode se passar em um armazém por causa de uma simples falha:
Quando problemas como esse acontecem, a empresa que não conta com um estoque de segurança fica em sérios apuros.
Por isso, há aqueles que investem na formação de um estoque de apoio, que, embora gere custos, apresenta vantagens, principalmente no nível operacional, como veremos agora.
Evita a ruptura de estoque
O termo ruptura de estoque é usado para designar a falta de produtos ou de insumos e materiais para abastecer os pontos de venda ou as atividades de uma empresa.
Com um estoque de segurança, esse é um problema que pode ser mais facilmente contornado, já que haveria uma opção.
No varejo, isso faz toda a diferença nos períodos em que as vendas estão mais aquecidas, como na época de Black Friday e no fim do ano.
Reduz custos
Ainda que esse tipo de estoque também tenha seus custos, na soma geral ele pode também gerar uma redução.
Isso porque, ao garantir a continuidade do suprimento, ele garante que as vendas jamais sejam paralisadas.
Ao reduzir a demanda de pedidos de urgência, também evita que a empresa tenha que lidar com reclamações, que podem gerar desdobramentos até na esfera judicial.
Isso para não falar dos danos à imagem, que podem causar prejuízos incalculáveis no curto e longo prazo.
Melhora a satisfação do cliente
Empresa que conta com produtos sempre disponíveis garante entregas no prazo e pontos de venda permanentemente abastecidos.
Quem ganha com isso é o cliente, que sabe que, ao recorrer à sua loja preferida, encontrará aquilo que busca.
A empresa dá um passo importante para a fidelização, o ponto alto do relacionamento com o consumidor em todos os tipos de negócio.
Além disso, clientes mais satisfeitos tornam-se promotores da marca, gerando mídia espontânea e ajudando a melhorar a reputação da empresa.
Aumenta a produtividade
Contar com produtos prontos para a venda ou distribuição dá mais fluidez aos processos no âmbito da supply chain.
Nesse aspecto, o estoque de segurança é um canal para aumentar a produtividade, assegurando o fornecimento de produtos, sejam quais forem as condições.
A empresa pode planejar para aumentar suas vendas, pois sabe que terá um backup indispensável para lastrear esse aumento.
Quais as desvantagens do estoque de segurança?
É verdade que o estoque é tratado como algo a ser evitado nas empresas que adotam os princípios Lean.
Medidas como o estoque de segurança até deixam de fazer sentido nesse caso, já que, ao trabalhar dessa forma, o estoque é reduzido ao mínimo, já que a produção é por demanda.
Quanto mais enxuta for a produção, menos necessário será o estoque e, em casos como esse, o estoque de segurança pode ser contraproducente em razão de três motivos, descritos a seguir.
Aumento de custos
Se nem mesmo o estoque principal for necessário, manter um estoque extra passaria a ser um total desperdício.
Afinal, como todo armazém, ele gera custos logísticos expressivos com pessoas, fornecedores, gestão e automação, entre outros.
Falando em gestão, não seria muito inteligente manter um estoque de segurança quando nem o estoque principal é bem gerido.
Se esse for o caso, ele deixa de ser uma solução, passando a ser um “elefante branco” sem muita utilidade, a não ser para aumentar os custos operacionais.
Risco de obsolescência
Existe ainda o risco de manter em estoque produtos que jamais encontrarão as prateleiras das lojas.
Por isso, o estoque de segurança é mais indicado para empresas que trabalham com itens não perecíveis, embora ele possa se destinar a todo tipo de produto.
Uma medida que pode ser tomada para evitar que isso aconteça é, de tempos em tempos, usar o estoque de segurança como solução principal de abastecimento.
Assim, seus produtos estariam sempre em condições de serem comercializados, evitando a obsolescência ou que estraguem pela perda da validade.
Retenção de capital
A verdade é que, mesmo que seja necessário, o estoque de segurança representa um capital retido pela empresa.
Com o tempo, os custos que ele gera e os produtos nele estocados podem representar um desperdício de recursos, já que ficam ali, parados, sem qualquer uso prático ou geração de retorno.
Como calcular estoque de segurança?
Por todos os riscos que acabamos de recapitular, o estoque de segurança deve ser formado de acordo com cálculos precisos, para que não haja nem excesso nem falta de produtos.
Para o seu cálculo, a empresa precisa identificar sua demanda e o lead time, assim como o desvio padrão destes dois elementos, além do nível de serviço desejado.
Dispostos esses elementos, aplicamos a seguinte fórmula:
- ES = Zns x √L x σ.
Z corresponde ao nível de serviço, tomado a partir de uma tabela estatística com distribuição normal, L é lead time e σ, o desvio padrão.
Exemplo de estoque de segurança
Vamos imaginar que uma indústria de peças quer estabelecer um número para formação de seu estoque de segurança.
Ela parte dos seguintes parâmetros:
- Demanda média: 100 unidades por dia
- Tempo de ressuprimento: 3 dias
- Nível de serviço: 95%.
Neste caso:
- Estoque de Segurança = 100 unidades/dia x 3 dias x 1.645 (fator para nível de serviço de 95%)
- Estoque de Segurança = 493.5 unidades.
Quais as melhores ferramentas de gestão de estoque?
A partir do que vimos, o estoque de segurança só se justifica quando o estoque principal estiver totalmente controlado.
Confira algumas das ferramentas que podem ser usadas em ambos:
- Sistemas ERP
- Sistemas de gestão de estoque
- Ferramentas de picking e packing
- Impressoras de etiquetas
- Leitores e sensores RFID
Conclusão
O estoque de segurança é uma medida indicada para empresas com operações robustas, até pelos custos que gera.
Também é um setor da empresa que requer profissionais altamente qualificados para apoiar na gestão.
É aqui que você entra, podendo se tornar um líder e gestor nos cursos Black Belt e Green Belt em Lean Six Sigma da Escola EDTI.