Há algum tempo, a engenharia da qualidade desponta como solução para desperdícios, erros e gargalos que comprometem os resultados a produção.
Este termo engloba uma série de metodologias e ferramentas que buscam otimizar as entregas de uma empresa.
Para atingir esse resultado, são emprestadas técnicas da administração, do marketing e da controladoria, entre outras áreas.
Assim, a engenharia da qualidade é interdisciplinar e democrática, acolhendo profissionais de segmentos variados, que desejam se especializar na gestão da qualidade em suas atividades.
Esse cenário nos leva a entender que garantir a padronização dos processos se tornou essencial nos mais diversos setores.
Até porque quem trabalha com produção sabe: a qualidade se tornou um dos pontos mais importantes para o cliente e, por isso, uma questão sensível para gestores.
Cada vez mais, o consumidor se preocupa com a qualidade do atendimento e do produto para decidir, pelo custo-benefício, a sua opinião sobre o produto ou serviço que foi vendido.
Se você se interessou pelo assunto e quer saber mais sobre a engenharia da qualidade, acompanhe este artigo até o final.
Nele, você vai aprender o que faz e quanto ganha um engenheiro, além de descobrir como investir em uma formação na área.
O que é Engenharia da Qualidade?
Nos últimos anos, muito se tem discutido sobre maneiras de aprimorar e garantir altos níveis de qualidade durante todas as etapas da produção.
A competitividade é cada vez maior e, para ganhar a preferência da clientela, é preciso garantir que o seu produto conte com a qualidade necessária para se destacar.
Nesse contexto, surge a engenharia da qualidade.
Esse campo de estudo e atuação reúne uma série de métodos e estratégias aplicadas para se certificar de que o produto seja projetado, desenvolvido e fabricado de modo a atender – e até mesmo superar – as expectativas do consumidor.
É claro que o conceito de engenharia da qualidade não é exatamente novo
Todo processo de industrialização é acompanhado pela aplicação das mais diversas ferramentas de controle para assegurar que o produto entregue para o cliente estará de acordo com o que foi anunciado.
Na prática, os métodos propostos pela engenharia da qualidade são desenvolvidos e implementados por meio de uma abordagem multiprofissional, que reúne engenheiros, gestores e técnicos especializados na produção.
O ponto de partida é a criação e implementação do Sistema de Gestão de Qualidade (QSG).
A partir disso, o engenheiro deve escolher as ferramentas de controle que melhor se encaixam às suas necessidades.
Entre as opções hoje disponíveis no mercado para o controle da qualidade, estão recursos Planejamento Avançado da Qualidade do Produto (PAQP) como o Quality Function Deployment (QFD) e a Análise de Modos e Efeitos de Falha (FMEA).
A cabo, o profissional da engenharia da qualidade trabalha construindo uma ponte entre o cliente, que traz as demandas, e quem produz de forma a atender estas demandas.
É o engenheiro quem vai garantir que o VOC (do inglês Vision of Customer, ou Voz do Cliente) estará refletido nas características do produto ou serviço que está sendo comercializado.
Quais os Benefícios da Engenharia e Gestão da Qualidade
Você também acha que o mercado nunca esteve tão competitivo?
De fato, a cada dia que passa, aumenta o número de empresas oferecendo produtos similares.
No meio disso tudo, o cliente se torna cada vez mais criterioso na hora de escolher entre o produto de uma marca e outra.
É justamente aí que entram a engenharia e a gestão de qualidade.
Em sua atuação, profissionais da área trabalham muitos próximos ao público da empresa, propondo melhorias na produção para garantir a satisfação do cliente.
Como dissemos, a gestão de qualidade não é nenhuma novidade, e vem sendo aplicada de diversas maneiras na maioria das indústrias.
Exatamente por isso, sua presença deixou de ser um diferencial para se tornar pré-requisito para a empresa que deseja manter sua competitividade no mercado.
A primeira – e talvez mais óbvia – vantagem de investir em setores de controle de qualidade é, então, a satisfação do cliente.
Quem acompanha de perto o padrão de suas entregas pode aplicar pesquisas de opinião que servem como um termômetro sobre o valor gerado ao cliente.
Ainda, ao controlar os índices de qualidade, é possível observar uma redução significativa nos custos operacionais.
Isso porque fica mais se antecipar a possíveis erros e gargalos da produção, agindo preventivamente e evitando, assim, despesas que derivam dos desperdícios, atrasos e retrabalhos.
Com os processos e o padrão de qualidade bem-estabelecidos e registrados de maneira formal, você poderá observar também um aumento na produtividade da equipe.
O funcionário que é informado de maneira clara sobre quais são as expectativas sobre o seu trabalho, consegue se dedicar integralmente à sua função, produzindo de forma mais zelosa, porque sabe exatamente onde deve chegar.
Todo esse trabalho de otimização de processos para garantir uma gestão de qualidade, inevitavelmente, transparece para o consumidor.
Por fim, ao garantir a satisfação do cliente, você se torna mais competitivo no mercado e isso se reflete em um aumento dos lucros.
Como Me Tornar um Engenheiro da Qualidade
O engenheiro de qualidade é um profissional capacitado para trabalhar na gestão de qualidade de maneira integrada.
A área é ampla e agrega campos conceitos administrativos com outros mais específicos, que vêm da engenharia de produção.
Mais à frente no texto, abordamos em detalhe os diferentes campos de atuação do engenheiro de qualidade.
Por hora, o que precisa ficar claro é que nem todo mundo que trabalha com engenharia de qualidade deve, necessariamente, ser engenheiro.
Por propor uma atuação interdisciplinar, a área acaba agregando profissionais de diversas formações, como estatísticos, profissionais de TI, professores, enfermeiros, entre outros.
No Brasil, não existe ainda um curso de graduação em engenharia da qualidade.
Assim, dentre as formações mais comuns para profissionais da área estão as Engenharias de Produção, Mecânica e Elétrica.
Os dados são do portal Vagas, que usa informações submetidas por usuários reais para dar um panorama sobre a profissão.
O engenheiro que quiser se especializar na área da qualidade pode escolher uma especialização em Gestão e Engenharia de Qualidade para complementar sua formação.
Com uma duração que varia de 4 a 25 meses, os cursos de pós-graduação estão disponíveis em diversos centros de ensino nas modalidades presencial e à distância.
Isso sem falar nas certificações, que possibilitam um conhecimento específico e aprofundado.
Mercado de Trabalho e Salário
Como destacamos antes, os clientes nunca estiveram tão exigentes, assim como o mercado também nunca esteve tão competitivo como hoje em dia.
E quando falamos em um ambiente acirrado, isso vale também para os profissionais.
Quem é da área da manufatura sabe que o mercado passa hoje por um processo chamado de Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0.
Essa onda de transformações é bastante impulsionada pelos avanços tecnológicas do século XXI, em especial com a chegada da internet.
Assim, surgem novas profissões com uma tendência à automatização dos processos e um foco maior na qualidade da mercadoria, atribuindo índices para controlar e auditar os fluxos de produção para garantir a satisfação do cliente.
Nesse cenário, a engenharia de qualidade e suas ferramentas deixaram, há muito tempo, de ser um bônus no currículo para impressionar o recrutador.
Isso se deve ao aumento da exigência, que mencionamos, mas também à popularização das metodologias que tiveram seus resultados comprovados através das décadas.
Hoje, muitas empresas já têm como exigência básica as certificações e capacitações em gestão de qualidade.
Dito isso, é preciso reconhecer que essa é uma área que está bastante em alta no Brasil.
Dados dos portais Vagas e GlassDoor revelam que, em média, o profissional da engenharia da qualidade recebe um salário de R$ 9,6 mil, podendo ultrapassar R$ 11 mil em alguns casos.
E a tendência é que este valor seja ainda maior no futuro.
Segundo Relatório de Salários do PageGroup, as áreas correlatas ao controle de qualidade seguem crescendo em demanda de trabalho e valor de remuneração.
As engenharias de produção, projeto e mecânica são apenas algumas das formações que, em 2019, observaram um aumento salarial em todos os níveis.
Áreas de Atuação do Engenheiro da Qualidade
São basicamente dois os segmentos que compõem a atuação do engenheiro da qualidade: auditoria e controle.
O primeiro diz respeito às ações de padronização que vão garantir que a empresa obtenha as certificações, de acordo com as normas nacionais e internacionais, que são exigência do seu segmento.
Fazer a auditoria significa promover um estudo cuidadoso e contínuo dos processos da empresa, a fim de verificar se o produto que chega ao fim da linha de produção atende às demandas de consumo.
Do outro lado, temos o controle de qualidade, que trabalha de forma a garantir que o processo estabelecido será desenvolvido sem tropeços, ajustando-o conforme for necessário.
Para garantir o padrão nas entregas, a controladoria deve realizar testes e inspeções periódicas no produto, coletando amostras para análise aprofundada, reunindo feedbacks e pesquisando sobre a satisfação do cliente.
Em sua prática do dia a dia, ele precisa dominar habilidades que transitam entre seis campos ou vetores: gestão e liderança, sistema da qualidade, projeto de produto e processo, controle de produto e processo, técnica de melhoria e métodos.
A pluralidade de áreas que são correlatas à engenharia de produção ajuda a explicar o motivo pelo qual profissionais das mais diferentes áreas têm se adaptado com sucesso em cargos de auditoria e controle de qualidade.
Além disso, o próprio campo de atuação desse profissional é diverso, com alguns caminhos disponíveis para quem deseja se inserir na área.
O primeiro tipo de colocação disponível no mercado é para atuação interna, em regime de exclusividade para uma empresa.
Esse modelo é geralmente adotado por grandes organizações que contam com uma demanda grande e constante de engenharia da qualidade.
Alguns gestores preferem, porém, contar com o suporte de um engenheiro ou uma equipe terceirizada.
Esse tipo de trabalho geralmente acontece via contrato temporário, com data de início e fim do projeto previamente estipulados.
O profissional da engenharia da qualidade pode ainda se especializar em consultorias, auxiliando empresas no desenvolvimento de um plano estratégico que vai guiar a padronização dos processos de modo a minimizar os erros, atrasos e desperdícios.
O consultor ainda trabalha com um prazo pré-fixado para conclusão dos trabalhos.
Diferente do engenheiro contrato – seja ele temporário ou efetivo -, o consultor não vai colocar a mão na massa para resolver o problema.
O seu trabalho principal é o de oferecer insights para que a gestão possa implementar as transformações.
Por fim, quem se especializa em engenharia da qualidade pode atuar no mercado oferecendo treinamentos e capacitações para outros profissionais.
Acompanhando as tendências atuais, a área tem bastante procura por professores, tanto dentro instituições de ensino quanto em treinamentos in loco, para projetos de educação corporativa.
Engenharia da Qualidade e os Índices de Produção
Até agora, falamos bastante sobre a engenharia da qualidade, abordando sua atuação no mercado e os caminhos para se formar na área.
Para entrar mais nos detalhes da sua prática cotidiana, precisamos entender o que são os índices de produção.
O profissional da área de qualidade deve medir e acompanhar o desempenho da empresa e, para isso, precisa definir quais serão os dados importantes que indicam uma melhora ou piora no nível das entregas.
A esses dados indicadores de desempenho é dado o nome de índices de produção, também conhecidos como Key Performance Indicators (KPIs).
A sigla em inglês pode ser traduzida em algo como “indicadores chave de desempenho” e é exatamente esse o seu objetivo: representar, por meio de dados, o status e a qualidade do valor que está sendo criado pela produção.
A definição dos KPIs que serão úteis para um negócio deve ser feita com cuidado, levando em consideração o segmento em que a empresa está inserida.
De qualquer forma, existem alguns índices de produção que acabam aparecendo com maior frequência na análise do engenheiro da qualidade.
São eles:
- Indicador de eficiência: mede a produtividade para evitar possíveis desperdícios
- Indicador de eficácia: mede a satisfação do cliente com a compra
- Indicador de efetividade: de maneira mais subjetiva, mede se o valor entregue pela empresa tem atendido às demandas do público
- Indicador de segurança: mede a qualidade e durabilidade dos produtos
- Indicador de atendimento: mede a reputação da empresa por meio de feedbacks dos clientes em redes sociais e atendimentos.
A Importância da Filosofia Lean Six Sigma para o Engenheiro da Qualidade
Em sua atuação, o engenheiro da qualidade trabalha voltado para garantir a satisfação do cliente no final do dia.
Para isso, ele emprega diversas ferramentas para gestão de processos, buscando minimizar as reclamações e retrabalhos, antecipando-se aos erros para agir preventivamente.
E uma das metodologias disponíveis para otimizar a produção é a Lean Six Sigma.
Ela considera que a satisfação do cliente deve ser prioridade acima de todo o resto e, assim, todo processo que não esteja voltado para isso é considerado um erro que deve ser eliminado para garantir a qualidade da produção e o sucesso da empresa.
A metodologia é sucessora do conceito de Qualidade Total (Total Quality Management, em inglês), um dos primeiros a propor que era preciso criar uma consciência de qualidade em todas as etapas da produção.
Com pensamentos estratégicos, a Lean Six Sigma se antecipa a produção para garantir o padrão das entregas e promove o conceito de melhoria contínua.
É preciso que todos os setores da empresa estejam alinhados para que, assim, a produção tenha qualidade e atenda todas as questões éticas, morais, de bom atendimento e biossegurança.
Engenharia da Qualidade e as Certificações Six-Sigma
Com certificação própria, a metodologia Lean Six Sigma visa melhorar os índices de produção, aliando princípios da Gestão de Projetos e Gestão de Processos.
O profissional certificado está apto a promover uma melhoria geral nos processos e nas condições de trabalho, de maneira a acabar com o desperdício e garantir que a produção atenda às demandas do público.
Com treinamentos presenciais e EAD, a certificação é dividida em níveis, cada um com um nível maior de aprofundamento no tema.
O nível mais básico é chamado de White Belt, e ele é seguido pelo Yellow Belt, Green Belt e Black Belt – sendo o último, o mais avançado.
As certificações trazem diversas vantagens para o profissional, que vão desde um aumento salarial e maiores chances de crescimento na empresa até uma oportunidade para o desenvolvimento pessoal.
Conclusão
Ainda que não seja nenhuma novidade, a engenharia da qualidade ganhou muito espaço nos últimos anos.
O avanço tecnológico causou uma reviravolta nas metodologias e ferramentas disponíveis para a indústria.
A nova era da produção, por vezes referida como Indústria 4.0, tem transformado a maneira como consumimos e produzimos no século XXI.
A tendência à automação, o uso de dados para tomada de decisões e o uso de sistemas integrados são apenas alguns exemplos de tecnologias que eram simplesmente impensáveis há poucos anos.
Hoje, a qualidade ganha cada vez mais importância para o consumidor que não se contenta mais em ter um produto somente por sua função principal.
Em meio a esse cenário, é essencial que empresas e profissionais se adaptem, capacitando-se para atender às novas demandas de consumo apresentadas pelo público.
O mercado está aquecido e cheio de oportunidades para quem quer conquistar sua satisfação profissional garantindo a satisfação do cliente.
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