Endividamento das famílias
Para terminar a semana vai um post rápido, mostrando a evolução do endividamento das famílias brasileiras. Coletei os dados no Banco Central de duas séries histórias:
- 19882 – Endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional em relação à renda acumulada dos últimos doze meses – %
- 20400 – Endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional exceto crédito habitacional em relação à renda acumulada dos últimos doze meses – %
Este indicador é interessante, pois mede o grau de endividamento das famílias em relação a sua renda acumulada. Este percentual só poderia subir em duas ocasiões: ou a renda das famílias está caindo ou o endividamento aumentando. Como é de praxe em nossas análises, fiz 3 gráficos. Vamos aos gráficos:
Figura 1: evolução do endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional em relação à renda acumulada dos últimos doze meses e endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional exceto crédito habitacional em relação à renda acumulada dos últimos doze meses, ambos em %.
Figura 2: evolução da variação mensal do endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional em relação à renda acumulada dos últimos doze meses.
Figura 3: evolução da variação mensal do endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional exceto crédito habitacional em relação à renda acumulada dos últimos doze meses.
Pela figura 1 já fica claro que o crescimento do endividamento das famílias brasileiras está crescendo, principalmente o endividamento imobiliário. Quando tiramos o setor habitação do gráfico, o endividamento dá um claro sinal de estar estabilização em 30%. O mesmo fato pode ser observado na figura 2 e 3 em que analisando a variação mensal no endividamento.
Por este gráfico é possível verificarmos que as famílias só estão aumentando seu endividamento para adquirem um imóvel. Parece-me que as famílias não estão querendo contrair mais dívidas ou os bancos estão sendo mais criteriosos na concessão de mais crédito, não deixando as famílias se endividarem mais que os 30%. Isto por um lado é bom, pois mostra que uma possível crise de calote dificilmente irá acontecer, mas por outro lado, o crescimento da economia puxado por este aumento no endividamento das famílias está chegando ao fim. Assim, as perspectivas para o crescimento econômico nos próximos anos não são as melhores.
Vamos ficar de olho no que vai acontecer, mas por estes dados para crescer mais o Brasil precisará de mudanças que não sejam mais do mesmo. Se a produtividade do país não aumentar, as únicas mudanças possíveis serão o perigoso aumento do endividamento a ser realizado por meio dos bancos públicos. Se isto acontecer, melhor abrirmos o olho.
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