O mercado de trabalho em engenharia passou por mudanças significativas nos últimos anos. Se no início da década de 2010, com o boom da construção civil, faltava mão de obra qualificada para atender à demanda das empresas, hoje em dia a situação é diferente. Com a crise econômica, que a partir de 2015 freou investimentos em muitos setores que necessitam de engenheiros, o mercado de trabalho em engenharia diminuiu. Na busca pelas vagas existentes, ganham destaque os profissionais que possuem qualificações e certificações específicas.
Como a retomada do crescimento na indústria como um todo ocorre de maneira gradual, as vagas no mercado de trabalho para engenheiros são cada vez mais disputadas. Profissionais experientes concorrem com recém-graduados, visto que houve incentivos para a formação de engenheiros nos últimos anos, por meio de programas de acesso facilitado a universidades, como PROUNI e FIES.
Para se ter uma ideia do aumento do número de profissionais, enquanto na década dos anos 2000 houve em todo o país 452.206 registros no sistema CREA, nos anos 2010 já ocorreram mais 617.516 registros. Para fazermos uma comparação mais detalhada, enquanto no ano de 2004 houve cerca de 31 mil registros, em 2014 esse número saltou para aproximadamente 103 mil. Isso não significa que todos esses profissionais ainda estejam em atividade, mas mostra o aumento significativo de formados nas diversas engenharias na década atual.
O jornal Folha de São Paulo chegou a tratar, no início deste ano, da crise no mercado de trabalho em engenharia. A matéria com o título “Engenheiros ficam sem emprego, mudam de área e vão até para o Uber” trouxe exemplos de profissionais que fariam pós-graduação ou iriam para o exterior em busca de melhores oportunidades. A reportagem ainda destacou dados da Federação Nacional dos Engenheiros de que, em 2014, houve mais profissionais desligados do que admitidos no país, o que representou uma mudança da tendência que vigorava até então de mais admitidos do que desligados.
Também no início deste ano, a matéria “Engenheiros sofrem com falta de vagas no mercado“, do jornal Diário da Manhã, relatou as mais de 400 mil vagas perdidas no setor de construção civil em geral. A notícia também destacou o avanço no número de matrículas nos cursos de engenharia nos últimos anos.
Vale lembrar que, além da crise econômica em si, as consequências da corrupção em grandes empresas também prejudicaram os investimentos. O movimento “Pela Engenharia, a favor do Brasil”, que reúne o conselho federal e os conselhos regionais de engenharia, apoiou o combate à corrupção, mas se mostrou preocupado com a paralisação de várias obras. “O gravíssimo efeito colateral que já se observa, tal seja a crescente paralisação de obras de infraestrutura estratégicas para o País, o desemprego de profissionais capacitados, a desorganização da construção pesada, a fragilização de importantes empresas, como a Petrobras e a Eletronuclear”, diz trecho de uma carta do movimento.
Estatísticas do mercado de trabalho em engenharia
Conforme dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), referentes ao dia 29 de março de 2016, há no Brasil cerca de 785 mil engenheiros em atividade nas cinco regiões do país, dos quais cerca de 55% estão presentes no Sudeste do Brasil. Os dados se referem às profissões, já que um mesmo engenheiro pode ter mais de um título. Em relação aos títulos, ainda na data de 29 de março, as três modalidades com mais habilitados são engenheiro eletricista (463.640), engenheiro civil (353.487) e engenheiro mecânico e metalúrgico (262.507).
A importância da qualificação profissional
Se há menos projetos em andamento ou em perspectiva para os próximos anos, é normal que as empresas sejam mais seletivas na contratação de profissionais. Com o mercado de trabalho em engenharia menos aquecido do que no início desta década, os profissionais precisam se diferenciar para conquistarem as vagas remanescentes. Entre os caminhos para se destacar no mercado de trabalho, estão as especializações e as certificações.
Como ferramentas, softwares, matérias-primas e métodos de trabalho evoluem de modo cada vez mais rápido, os engenheiros devem se manter atualizados. Além disso, profissionais certificados em determinada metodologia, como o Six Sigma, possuem diferenciais competitivos para a própria carreira. Afinal, engenheiros com capacidade analítica apurada, que saibam solucionar problemas, propor e executar melhorias são valorizados pelo mercado de trabalho.
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