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Você sabe o Controle Estatístico de Processos? Uma ferramenta muito importante na análise de dados!

Adotar o Controle Estatístico de Processos (CEP) é importante para empresas que desejam manter altos padrões nos produtos ou serviços ofertados ao consumidor.

Com essa ferramenta, a organização se preocupa menos com defeitos, pois agiu antes de eles aparecerem. Ou seja, na prevenção.

O CEP é também um dos principais métodos utilizados na metodologia Six Sigma, um conjunto de práticas que visa reduzir a variação nos processos de uma empresa como modo de aumentar a qualidade e diminuir o número de defeitos.

Convenhamos: seja qual for a área de atuação da empresa que você administra ou na qual trabalha, melhorias nesses quesitos são sempre bem-vindas.

É por isso que você faz bem em ler este texto para saber mais sobre o Controle Estatístico de Processos.

Se o assunto é do seu interesse, acompanhe até o final. Boa leitura!

O que é Controle Estatístico de Processos (CEP)?

O que é Controle Estatístico de Processos (CEP)?

Controle Estatístico de Processos é uma ferramenta usada nas empresas para monitorar o processo de produção de um produto ou serviço, tendo por objetivo detectar e prevenir possíveis defeitos.

Analisando o conceito em partes, “controle” é uma série de rotinas e decisões que servem para garantir a manutenção em padrões e especificações predeterminados.

Enquanto “processos” são etapas da produção de um produto ou serviço que têm passos predeterminados a serem ser seguidos.

O controle de processos, portanto, monitora a performance desses processos, para garantir que as saídas estejam dentro do que está esperado.

Por fim, temos ainda a palavra “estatístico”, já que a ferramenta, que também é conhecida pela sigla CEP, atinge seu objetivo através de métodos estatísticos.

Apesar de estar no campo da estatística, o Controle Estatístico de Processos é mais simples do que parece.

Ainda assim, para a sua implementação, o ideal é contar com colaboradores capacitados para analisar as ferramentas gráficas do método e sugerir ações de melhoria.

Um bom Controle Estatístico de Processos ajuda a empresa a ter maior estabilidade nos processos e implementar uma cultura de melhoria contínua.

Qual a origem do CEP?

Qual a origem do CEP?

O método CEP foi criado pelo importante engenheiro e estatístico americano Walter A. Shewhart, nos anos 1920, no Bell Laboratories, laboratório fundado por Alexander Graham Bell, criador do primeiro telefone comercial do planeta.

Shewhart, que é um dos gurus da qualidade, desenvolveu o gráfico de controle e o conceito de estado de controle estatístico.

Depois, por meio de um processo de tentativa e erro, aperfeiçoou seu trabalho, chegando no formato parecido com o CEP que é aplicado até hoje nas empresas.

Em 1931, o engenheiro publicou um livro chamado Economic Control of Quality of Manufactured Product (Controle Econômico de Qualidade de Produtos Manufaturados), uma referência no uso da disciplina estatística no controle de produtos através de processos.

O marco na oficialização do CEP como uma ferramenta de controle consolidada na indústria americana ocorreu no ano de 1945, quando foi formada a American Society for Quality Control (Sociedade Americana para Controle de Qualidade).

Repare que, nessa época, a Segunda Guerra Mundial havia recém acabado. Portanto, os países envolvidos se viram em um contexto de reconstrução econômica, no qual os anos seguintes foram muito importantes para a indústria global.

Adversário durante a guerra, após o fim do conflito, a economia japonesa (assim como a alemã), passou a receber forte influência dos Estados Unidos, de modo que o Controle Estatístico de Processos se tornou uma ferramenta comum em fábricas japonesas.

Por isso que o método é, hoje, bastante vinculado à metodologia Lean Manufacturing, desenvolvida pela fabricante japonesa de automóveis Toyota.

Qual a importância do controle estatístico de processos?

Qual a importância do controle estatístico de processos?

O Controle Estatístico de Processos tem, basicamente, três grandes objetivos:

Prevenir falhas e defeitos

Melhorar a qualidade do produto ou serviço

Reduzir os custos de produção.

Na realidade, podemos dizer que o terceiro objetivo é consequência dos demais.

É claro que toda organização deseja ter custos mais baixos, pois isso implica em menor risco, maior margem de lucro e maior competitividade.

Para chegar nesse cenário ideal, porém, existem diferentes estratégias, o que significa que o objetivo maior deve ser transformado em objetivos mais específicos e, então, em metas, sendo elas monitoradas nos indicadores-chave de desempenho (KPIs).

No caso do CEP – e da metodologia Lean Six Sigma como um todo -, o objetivo específico é a estabilização e melhoria contínua nos indicadores-chave, reduzindo a variação nos processos.

Isso resulta em menos defeitos e maior qualidade no produto final, o que contribui para alcançar o objetivo da redução de custos.

Com custos de produção menores, é possível chegar a um preço de venda mais baixo, o que é de grande importância para que a empresa se mantenha competitiva no mercado.

Sem contar que a redução nos defeitos eleva a satisfação do cliente, mais um fator primordial para se destacar diante da concorrência.

Resumindo, implementar o CEP torna sua empresa mais eficiente e melhora sua reputação entre o público consumidor.

Precisa de mais algum motivo para testar essa ferramenta de controle de processos?

Por que os Processos Produtivos Variam?

Por que os Processos Produtivos Variam?

Todo e qualquer processo varia. Por mais recursos e tecnologia que você invista, jamais poderá se livrar das variações.

Isso não significa que o administrador deve aceitar essas variações e deixar sua produção entregue ao acaso.

O que precisa ser feito é o controle delas, que ocorre a partir do conhecimento da variação que é inerente ao processo e a partir da aplicação de métodos estatísticos.

O método de controle de variações começa, portanto, com a identificação de por que o processo está variando.

No caso do Controle Estatístico de Processos, as causas das variações são classificadas em dois grupos, sobre os quais falaremos a seguir.

Causas comuns de variação

Na maioria das vezes, a variação analisada ocorre por uma das chamadas causas comuns.

Elas estão dentro da normalidade, fazem parte da variação natural do processo, são inerentes a ele.

A variação ocorrida por causas comuns mantém o processo dentro de limites dos controles estatísticos já previstos, de modo que não resultam em grandes problemas na produção.

Pode haver ajustes de melhoria que reduzam a variação comum, mas essas, geralmente, são ações que ocorrem sobre o sistema como um todo, e não pontualmente.

Afinal, a variação por causas comuns geralmente ocorre graças a um somatório de pequenas variações em cada um dos 6M:

Método

Matéria-prima

Mão de obra

Máquinas

Medição

Meio ambiente.

Resumindo: a variação por causas comuns não precisa causar grande preocupação – embora seja bom reduzi-la o máximo possível.

Também acontece aleatoriamente e já estava prevista.

Causas especiais de variação

As causas especiais são aquelas que resultam em variações que modificam de forma significativa os padrões observados nos números de controle estatístico do processo.

Ao contrário da situação que ocorre com uma causa comum, nesse cenário, o processo deve ser imediatamente parado, para que o motivo da variação seja identificado e eliminado.

Só então o processo é retomado, pois seguir com ele após a identificação da variação fora dos limites poderia resultar em prejuízos consideráveis para a produção, com muitos defeitos nos produtos.

As origens de uma causa especial podem ser diversas: falha operacional de um funcionário, matéria-prima fora das especificações, máquina com peça quebrada, etc.

Quando há um bom controle de KPIs (falaremos mais sobre isso nos tópicos seguintes), a identificação dessas causas é facilitada.

Enquanto a redução de causas comuns exige ações no sistema, o combate às causas especiais demanda ações locais, pontuais.

Como medir um processo

O primeiro passo para medir um processo é estabelecer seus indicadores-chave de desempenho (KPIs).

No tópico seguinte, falaremos mais sobre eles, que são atributos que podem ser monitorados por instrumentos de medição e têm grande relevância no processo em questão.

A partir daí, a grande ferramenta para medição de um processo é a carta de controle, um gráfico utilizado para acompanhar as variações.

Nele, constam os limites de controle (superior e inferior), que servem de referência para identificar se a variação está dentro do grupo de causas comuns ou especiais.

A partir do resultado dessas medições e do acompanhamento do gráfico, planeja-se o que deve ser feito (sempre com o conceito de melhoria contínua em mente): ações focadas no sistema ou em problemas pontuais?

Variáveis Importantes em um Processo (KPIs)

Conforme explicamos antes, os KPIs, ou indicadores-chave de desempenho, são métricas de grande relevância para os processos.

É com o monitoramento desses números que se controla a qualidade da produção. Mas quais são as informações que podem ser consideradas KPIs?

É claro que a resposta vai depender muito de diversas particularidades.

O que podemos adiantar é que existem algumas categorias de indicadores, sobre os quais vamos falar abaixo.

Considerá-las é importante para ter uma visão completa dos fatores de diferentes ordens que impactam na produção.

Indicadores de produtividade

São números que correspondem à eficiência do uso dos recursos.

Um resultado positivo significa que a empresa produz bem na relação com os recursos disponíveis.

Exemplos de KPI de produtividade são a produção/hora de trabalho (da máquina ou do colaborador).

Indicadores de qualidade

Complementam os indicadores de produtividade, pois de nada adianta produzir em um bom ritmo se há muitos desvios, falhas, defeitos e não conformidades entre o que foi produzido e os requisitos ou padrões predefinidos.

Um exemplo de indicador de qualidade é o DPMO, ou defeitos por milhão de oportunidade, sendo que uma oportunidade é cada possível defeito que pode haver em um processo.

Indicadores de capacidade

São KPIs que medem a capacidade de resposta de um processo. Por exemplo, a quantidade de itens que uma máquina é capaz de embalar durante um determinado período de tempo.

Não confunda com indicador de produtividade, pois este é uma média do que de fato foi embalado, e não o potencial máximo, que é o caso do indicador de capacidade.

Indicadores estratégicos

São os indicadores que estão relacionados às metas de objetivos estratégicos da organização.

Sua definição vai depender da visão que os administradores têm sobre os desafios e o posicionamento futuro da empresa no mercado.

Estabilidade do Processo

Um dos conceitos mais importantes no Controle Estatísticos de Processo é a estabilidade do processo.

Afinal, a ferramenta é aplicada para preservar um padrão de desempenho, ou seja, para que o processo seja estável, sem grandes variações.

Um processo em que há muitas variações por causas especiais não é estável, pois estamos falando de eventos que prejudicam a produtividade e a qualidade final do produto.

Estabilidade, portanto, é sinônimo de um controle de qualidade feito com competência, que resulta em melhores produtos ou serviços ofertados ao cliente e em menos custos operacionais.

Pré-requisitos para conseguir aplicar o CEP em sua empresa

O principal pré-requisito para aplicar o Controle Estatístico de Processos em uma empresa é o estabelecimento de uma cultura organizacional data driven.

Isso quer dizer que a tomada de decisões na companhia deve ser guiada por dados.

Para que isso seja possível, é preciso que os gestores tenham muita informação à disposição.

Devem ser estabelecidos indicadores estratégicos e criada uma infraestrutura que facilite o monitoramento dos dados.

Por fim, a empresa precisa de colaboradores capacitados a compreender e interpretar esses dados, e também a estabelecer padrões estatísticos que facilitem a identificação de problemas, para então poderem trabalhar em ações corretivas ou preventivas.

Como fazer a aplicação do Controle Estatístico de Processos

Quer implementar o CEP na sua empresa mas não sabe por onde começar?

A seguir, apresentamos um roteiro com os passos básicos para aplicar a ferramenta.

  1. Alinhamento estratégico

O ideal é que a implementação do Controle Estatístico de Processos não seja iniciativa pessoal de um colaborador, e sim uma política da empresa.

Para que as ações deem certo, é preciso contar com o compromisso da alta administração, o que facilitará a mobilização de diretores, gerentes, engenheiros, etc.

  1. Definição de diretrizes

A segunda etapa é organizar os recursos humanos da empresa para planejar e executar os detalhes de implementação do CEP.

Quem serão os responsáveis, os facilitadores e as equipes de melhoria? Quais as atribuições de cada um dentro do projeto?

  1. Treinamento

Deve haver uma estratégia de treinamento robusta, para capacitar o número de funcionários que for conveniente para atuar nos processos de controle estatístico.

  1. Definição de KPIs

A partir das particularidades e necessidades atuais da empresa e do cliente, devem ser definidos os principais indicadores a serem monitorados. A análise desses números vai determinar se os processos são estáveis ou não.

  1. Coletar dados

O passo seguinte é aquilo que falamos antes, no tópico sobre os pré-requisitos: garantir a infraestrutura necessária para que o monitoramento dos indicadores seja feito de forma ágil e precisa.

  1. Estabelecer processos de melhoria

As ações feitas para reduzir as variações, sejam elas por causas comuns ou especiais, não devem ser extraordinárias, mas sim previstas.

Elas fazem parte de um processo de melhoria contínua, ou seja, você ataca um problema mas fica preparado para seguir fazendo ajustes, tendo a perfeição como meta.

Ferramentas Gráficas do CEP

Para executar o Controle Estatístico de Processos, há uma série de gráficos de controle, para a visualização dos dados e tomada de decisões.

Alguns dos principais são:

Gráfico de Linha

No gráfico de linha, há quatro ou cinco linhas independentes, de cores diferentes.

Uma representa o limite superior de controle, outra o limite inferior. No meio, há a leitura média das amostras coletadas, a média das leituras e a leitura média ideal.

Histograma

O histograma é um gráfico composto por um plano cartesiano, distribuído na forma de barras, que permitem comparar a variação entre dados da mesma grandeza durante a passagem do tempo.

Diagrama de Pareto

O diagrama de Pareto é um recurso que serve principalmente para priorizar os problemas.

Ele ordena as frequências das ocorrências, a partir do princípio de Pareto, que diz que 80% das consequências são advindas de 20% das causas.

Controle estatístico de processos e o Seis Sigma

Sei Sigma, também conhecida como Six Sigma, é uma importante metodologia empregada em indústrias do mundo todo.

Ela tem como principal finalidade a redução na variação dos processos. Tudo a ver com o assunto deste artigo, não é mesmo?

Acontece que Seis Sigma é um termo mais amplo que CEP, pois envolve um conjunto de métodos e técnicas de melhoria de processos, enquanto o CEP é uma dessas ferramentas.

Para que sua empresa tenha sucesso de verdade na diminuição da variação nos processos – e, consequentemente, na redução das falhas e defeitos da produção -, o recomendado é adotar a metodologia.

Desse modo, haverá um entorno propício para a utilização da ferramenta, que certamente trará resultados muito melhores.

Conclusão

Os processos variam, quaisquer que sejam. E quaisquer que sejam os produtos ou serviços a que eles se destinam a produzir.

Mesmo assim, a busca pela perfeição não é perda de tempo, e sim um método de aperfeiçoamento.

Ferramentas como o Controle Estatístico de Processos (CEP) são o começo dessa mentalidade.

O CEP permite identificar as variações e classificá-las de acordo com suas causas: comuns ou especiais?

A partir daí, fica mais fácil executar ações que corrigem os problemas ou tornam a produção ainda mais eficiente.

Ficou com alguma dúvida sobre o Controle Estatístico de Processos, Six Sigma ou assuntos relacionados? Deixe um comentário abaixo ou entre em contato.

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1 comentário em “Você sabe o Controle Estatístico de Processos? Uma ferramenta muito importante na análise de dados!”

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