Como ter sorte
Conta a história que certa vez Napoleão Bonaparte consultou seus conselheiros a respeito da promoção de um oficial para a posição de General de Divisão, uma posição de extrema responsabilidade. Seus conselheiros eram a favor de tal promoção e citaram repetidamente a Napoleão as qualidades do candidato. Diz-se então que Napoleão, após ter ponderado estas qualidades por algum tempo, perguntou aos seus conselheiros “Elas são fascinantes, mas ele tem sorte?”.
Agora, a questão levantada por ele é bastante interessante. Uma das definições de sorte é “sucesso perante o acaso”. Neste sentido, qualquer um pode ter sorte uma vez ou outra, mas uma pessoa verdadeiramente de sorte é aquela que quase sempre está fazendo várias coisas de maneiras diferentes e ainda mais, fazendo-as corretamente. Melhoria de processos, como sucesso militar e outras coisas em nossas vidas, tem uma boa dosagem de acaso, mas a grande maioria das pessoas que atingem o sucesso se esforçaram para isso.
Não cabe a nós comandar a sorte, temos que merecê-la.
Como está implícito na breve história de Napoleão, uma das maneiras de prever as chances de sucesso no futuro, é observando o passado. Entretanto, muitas vezes quando estamos começando, não há dados do passado. Então como começar? Em qualidade, ainda há um agravante crítico. Espera-se que melhorias sejam alcançadas já nas primeiras iniciativas e caso estas falhem, todo o projeto pode perder financiamento acabando por ser suspenso. Para que isso não aconteça, devemos sempre dedicar as primeiras etapas para ter uma coleta boa e confiável de dados, sempre seguindo definições operacionais pré estabelecidas.
Após a coleta de dados, devemos entender que nada é igual. Mesmo máquinas feitas sob as mais rigorosas normas de reprodutibilidade não apresentam resultados iguais. Se nem entidades feitas para reproduzirem resultados o fazem, quem dirá vendedores, operadores ou equipes. E essas diferenças são muito boas! Como dito nos primeiros parágrafos, fazer as coisas de maneiras distintas é uma das características de pessoas com sorte.
Com isso em mente, podemos tirar vantagens destas variações. Podemos observar situações distintas e encontrar padrões que roduzem resultados positivos ou negativos. Devemos aprender com eles. Porque estes acontecem? Como reproduzir se forem bons? Como eliminar se forem ruins? A metodologia do Six Sigma tem várias ferramentas, usando gráficos de controle e de tendência para identificar estas mudanças que gerarão possíveis melhorias. Usando-as podemos trabalhar duro e chegar ao ponto desejado. O de merecer a sorte.