Fazer gestão varejista ou atacadista sem um bom controle de estoque é receita para deixar a empresa em sérios apuros.
Uma das medidas indispensáveis para ter mais controle nesse setor crítico é investir na automatização de tarefas e rotinas.
Prova disso é o próprio crescimento do mercado de automação voltada para estoques, que, entre 2023 e 2027 deve aumentar 78%, passando de US$ 23 bilhões de valor de mercado para US$ 41 bilhões.
Essa é apenas uma entre tantas iniciativas a serem tomadas para ter mais controle em um espaço sujeito a problemas de todos os tipos.
Ao longo deste texto, vamos ver como cuidar do armazenamento de produtos, bens e insumos e conferir 12 passos para fazer isso sem erros.
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Como fazer controle de estoque em 12 passos
Metodologias de gestão como a Lean Manufacturing defendem a minimização ou mesmo a extinção do estoque nas empresas.
Parece radical, mas a medida se justifica, considerando que é no estoque que despontam os problemas mais frequentes na indústria.
Porém, em certos casos o estoque é inevitável, quando por mais que se produza sob demanda, sempre haverá necessidade de armazenamento.
Isso sem contar o trabalho das distribuidoras e intermediários, que fazem a ponte entre a indústria, o e-commerce e o consumidor final no transporte de bens e produtos.
Veja a seguir como gerir um estoque com o mínimo de falhas em 12 passos.
1. Definir metas
Engana-se quem pensa que o controle de estoque não se vale da definição de metas.
Trabalhar com metas dá uma direção clara para o gerenciamento do estoque e ajuda a otimizar o capital investido, facilitando o controle a partir de KPIs claros.
Nesse estágio, a gestão deve estabelecer objetivos específicos, como por exemplo, reduzir o inventário de certos itens ou acelerar o tempo de picking e packing.
As metas podem também implicar a limitação da quantidade máxima e mínima de estoque desejado e os prazos para reabastecimento, entre outros aspectos operacionais.
2. Identificar itens de estoque
Após a definição das metas, o próximo passo é identificar os itens de estoque sob custódia da empresa.
Para isso, é necessário listar e catalogar todos os produtos, materiais ou mercadorias presentes, em um ou mais inventários, o mais minuciosos quanto possível.
Cada item deve ser identificado em suas características por meio de informações como nome, código, descrição, unidade de medida e preço.
Essa identificação detalhada permite um acompanhamento do fluxo de cada item, facilitando a gestão de estoque e a localização de produtos para distribuição.
3. Classificar itens
A classificação dos itens de estoque é fundamental, no sentido de que cada item precisa ser rapidamente localizado quando houver uma requisição.
Normalmente, os itens são classificados com base em sua importância e demanda.
Uma classificação comum é a regra 80/20, que identifica os itens “A” — de alta prioridade, geralmente 20% dos itens — que geram a maior parte da demanda, e os itens “B” e “C” — menos prioritários — que compõem os 80% restantes.
Algo parecido com o que diz o Princípio de Pareto.
A classificação ajuda a determinar quanto esforço e recursos devem ser alocados para a gestão de cada categoria, facilitando o controle de estoque e de inventário.
4. Estabelecer pontos de pedido
O estabelecimento de pontos de pedido é um esforço no sentido de determinar o nível mínimo de estoque que deve ser mantido antes de fazer um novo pedido de reposição.
Para definir esses pontos de pedido, é necessário considerar fatores como a demanda média, o tempo de reposição e a variabilidade na demanda.
Ao estabelecer esses pontos, a empresa pode evitar a falta de produtos e, ao mesmo tempo, reduzir o excesso de estoque e os custos associados.
5. Registrar entradas e saídas
O controle de estoque demanda um registro rigoroso de todas as entradas e saídas de produtos, que pode ser feito por meio do princípio First In, First Out (FIFO).
Nessa etapa, o que se faz é o registro de cada item que entra no estoque, seja por compra, produção interna ou qualquer outra origem.
O mesmo se faz a cada vez que um item é retirado do estoque para atender a uma venda ou uma demanda interna.
O registro que se forma com o tempo ajuda a manter o controle sobre o fluxo de estoque e a identificar tendências, como sazonalidades e flutuações na demanda.
6. Utilizar um sistema de código de barras
A implementação de um sistema de código de barras é uma das práticas de otimização do controle de estoque baseadas na automação.
Os códigos de barras são associados a cada item e, quando são escaneados, exibem informações instantâneas sobre o produto, como número de identificação, descrição e preço.
Isso agiliza o processo de registro de entradas e saídas, reduzindo erros e agilizando as rotinas de picking e packing.
7. Reconciliar estoque regularmente
Reconciliação de estoque é o processo usado para garantir a precisão e a integridade dos registros de inventário.
Consiste em comparar diuturnamente os dados do estoque registrado no sistema e o estoque físico armazenado.
Ao fazer isso, a empresa pode identificar discrepâncias, como perdas, furtos, erros de contagem ou problemas de registro.
8. Monitorar prazo de validade
Acompanhar rigorosamente as datas de validade dos produtos ajuda a evitar o desperdício de mercadorias vencidas e garante que apenas produtos seguros e em boas condições sejam disponibilizados aos clientes.
Nesse passo, é necessário implementar sistemas de gerenciamento que alertem sobre os produtos prestes a vencer e que sinalizem quais são os itens mais antigos, para que sejam priorizados na distribuição.
9. Gerir fornecedores
Uma parte fundamental do controle de estoque diz respeito à gestão dos fornecedores.
Sem os melhores insumos e matérias primas, afinal, não se pode fabricar produtos de qualidade.
A gestão deve ser bastante criteriosa na seleção de fornecedores confiáveis, negociando prazos de entrega compatíveis com sua demanda.
A gestão de fornecedores garante que o estoque seja abastecido sempre em tempo hábil, por isso, esse é um passo dos mais importantes na gestão desse setor.
Além disso, a colaboração com fornecedores pode incluir acordos de reabastecimento automático ou sistemas de estoque consignados, sendo um facilitador a mais.
10. Avaliar demanda
Um estoque que opera sem um mínimo de noção sobre a demanda a ser atendida pode ficar abarrotado ou sem produtos.
Essa avaliação implica analisar o histórico de vendas, para prever quais produtos têm maior saída e quando eles saem.
Logo, a avaliação da demanda é fundamental para determinar quais itens precisam ser mantidos em estoque e em que quantidades.
Pode envolver ainda a análise de sazonalidade e tendências do mercado para garantir que o estoque atenda à demanda conforme o princípio Just-In-Time (JIT).
11. Utilizar software de gestão
O uso de um software de gestão é indispensável porque disso depende toda a automação do estoque.
Trata-se de uma ferramenta equipada com funcionalidades como registro de entradas e saídas, rastreamento do estoque em tempo real e geração de relatórios, entre outras funções.
Além disso, permite a automação de processos, como a emissão de pedidos de reposição com base nos níveis de estoque.
12. Calcular a rotatividade de estoque
A rotatividade de estoque é um indicador-chave para avaliar o desempenho nesse setor, consistindo no cálculo da frequência com que os produtos são vendidos e repostos.
Uma alta rotatividade indica que os produtos não ficam muito tempo em estoque, o que é positivo para o capital da empresa.
Já uma baixa rotatividade pode sugerir problemas, como produtos obsoletos ou estratégias de compra inadequadas.
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Quais os principais erros do controle de estoque?
As boas práticas servem também para evitar os erros mais comuns na gestão de um estoque.
Veja quais são:
- Estoque obsoleto
- Falta de controle de prazos de validade
- Falta de registro de entradas e saídas
- Compras em excesso
- Falta de automação
- Falta de previsão de demanda
- Falta de reconciliação
- Erros de contagem
- Má gestão de fornecedores
- Manutenção inadequada
- Falta de treinamento da equipe.
Como o Lean Six Sigma ajuda na gestão do estoque?
Por ser um setor crítico, muito mais sensível a certos tipos de problemas, o estoque precisa ser gerido por profissionais extremamente qualificados.
Uma das metodologias mais eficazes para o controle de estoque é a Lean Six Sigma, com a qual grandes empresas conseguiram e ainda conseguem resultados extraordinários.
Isso porque ela se baseia na redução do desperdício, focando especialmente na redução dos estoques e controle rigoroso sobre seus inventários.
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Conclusão
Não há como fazer controle de estoque sem o conhecimento adequado em gestão e, como vimos, em automação.
Prepare-se para atuar nesse mercado com os cursos da Escola EDTI, em regime EAD ou presenciais Green Belt e Black Belt.