Cuidado com a nova onda de melhoria
O início do ano é uma época propícia a começar coisas novas , a mudar, a melhorar e a colocar os desejos do ano que passou em prática. Uma das ações mais comum de algumas empresas é embarcar na mais nova onda ou modismo da melhoria organizacional. Ferramentas e programas para isto é que não falta, indo dos tradicionais, como Kaizen, Seis Sigma ou o Lean Manufacturing, até as técnicas recém-saídas das teses acadêmicas. O importante para alguns gestores é seguir a moda e nem reparam que a maioria destas técnicas compartilha grande parte do saber Profundo do Deming, propagado a mais de 40 anos.
Os departamentos criados são desfeitos e as pessoas realocadas
Quase sempre, os gestores lançam estas metodologias com propagandas e pronunciamentos, mais parecendo uma campanha política do que um esforço sério de melhoria. Novos departamentos são criados, especialistas são contratados e uma campanha de comunicação é preparada pelo departamento de marketing. É desta forma que a liderança movida por modismos busca “melhorar” sua organização. O problema é que após alguns meses de animação e trabalho, nada anda e a equipe se frustra, perdendo totalmente a motivação para continuar. Em pouco mais de um ano, geralmente sobram apenas alguns cartazes e planilhas com gráficos que algum dia sonhara em tornar-se melhoria. Em 2 anos, os departamentos criados são desfeitos e as pessoas realocadas. O programa que outrora começou com estardalhaço chega ao fim com parcos resultados, muitos dos quais não se sustentaram após o término do programa.
Isto frequentemente ocorre porque os executivos delegam a responsabilidade pela melhoria contínua a outras pessoas na organização. Afinal de conta, eles já brigaram pela verba necessária para a contratação dos especialistas e criaram os departamentos necessários. O que mais eles precisam fazer? O problema mora aí: eles não podem delegar esta responsabilidade.
sucesso nos seus esforços de melhoria
Empresas que obtém sucesso nos seus esforços de melhoria possuem líderes apaixonados pela excelência e pela melhoria contínua. Líderes como estes, não necessariamente investem na criação de departamentos de melhoria e nem na contratação de especialistas. Partem deles os primeiros esforços de melhoria, pois acreditam ser deles a obrigação de conduzir o processo. Eles sabem que a organização começa a mudar pelo topo, pois são os gestores os responsáveis pelas mudanças culturais na organização.
Por fim, uma pergunta: por que os gestores apaixonados são paranoicos para realizar grandes melhorias na organização? Uma das razões para isto é que eles sabem que todos na organização, mesmo sem saber, geram desperdícios nas atividades que executam. E, desperdício se traduz em custos desnecessários e oportunidades perdidas. Um gestor apaixonado sente que seu trabalho envolve melhorar seus processos continuamente, para descobrir e reduzir estes desperdícios gerados, maximizando o lucro e o crescimento da organização. Somente um gestor e uma organização com constância de propósitos irá conseguir ser excelente.