De forma resumida, podemos definir a capacidade de processo como um meio utilizado para diagnosticar se os processos serão capazes de atender as especificações pedidas pelos clientes.
Você deve estar se perguntando como isso é realizado, e como isso pode ser útil para você, a empresa a qual você está veiculado ou até mesmo para futuras propóstas de trabalho.
Então continue acompanhando o artigo de hoje, pois vamos apresentar as definições sobre os índices de capacidade e performance do processo, e você entenderá muito mais sobre esse assunto.
Quando estabelecer a capacidade de processo
A capacidade do processo pode ser estabelecida no momento em que somente causas naturais causam variações, ou seja sem fatores estranhos contaminando o processo.
Nos momentos em que são encontradas causas especiais de variações, ou então quando a estabilidade do processo não é estudada, são então determinadas a performance do processo.
Diante dessas duas situações vale ressaltar que a performance do processo não é a mesma coisa que capacidade do processo, falaremos mais sobre isso a seguir.
Performance de processo e capacidade do processo
Diante da amostra de dados é possível realizar predições sobre o comportamento do processo, com esses dados também se torna possível avaliar se o processo irá satisfazer os requerimentos dos clientes.
Se os dados são retirados de um processo que está sobre controle, então os dados deverão seguir uma distribuição específica.
Caso contrário, se o processo está fora de controle, a distribuição poderá variar com o tempo, e por conta disso não irá apresentar um formato específico.
Em situações onde somente é possível quantificar, além de causas comuns, as causas especiais de variação, é utilizado os índices de performance do processo.
Se o processo está estável, os índices de capacidade estarão muito próximos dos índices de performance.
A grande diferença entre capacidade e performance indica a existência de instabilidade no processo, ou seja, causas especiais estão agindo.
Como abordamos a pouco, os dados fornecidos são informações importantes sobre o comportamento do processo, como as causas e a probabilidade de se obter uma peça ou serviço fora de especificação, e precisam ser apresentados através de distribuições.
Distribuições:
Existem alguns tipos de distribuições para dados contínuos como a normal, weibull, log-normal, entre outras.
Quando a variação de um processo é consequência de diversas causas com pouco impacto isolado, a distribuição resultante é geralmente normal. No entanto, a distribuição dos dados do processo pode assumir qualquer formato.
Toda análise de capacidade do processo deve ser realizada de forma a responder as seguintes indagações:
- O processo esteve sob controle durante o estudo?
- O processo satisfaz as tolerância estabelecidas?
- Pode satisfazer essas tolerâncias “centrando” a média do processo no valor nominal?
- O processo é capaz de satisfazer as tolerâncias especificadas?
- Se o processo não for capaz, é economicamente viável reduzir a variabilidade do processo?
Dessa forma, a análise de capacidade do processo tem por objetivo quantificar as causas comuns de variação e estabelecer o que pode ser esperado do processo no futuro.
Na prática, dois tipos de variabilidade contaminam os processos:
- Variabilidade “natural”, também chamada de inerente. Esta é a variabilidade gerada por às causas comuns de variação;
- Variabilidade ao longo do tempo, onde as causas especiais de variabilidade se manifestam.
A análise de performance
É usada com o objetivo de comparar a variabilidade total do processo devido a causas comuns e especiais, com a tolerância ou especificação.
Para estimar a variabilidade total associada ao processo, como causas comuns e causas especiais, é necessário associar uma distribuição de probabilidade para descrever o comportamento dos dados.
Desta forma, é importante destacar que a escolha deste modelo probabilístico é fundamental para avaliarmos a capacidade e performance do processo.
Variação total do processo
Corresponde a variação do processo devido às causas especiais e comuns.
Se a distribuição normal se ajusta bem aos dados, esta variação é estimada pelo desvio padrão amostral usando todas as medidas individuais retiradas do processo, em que representa as medidas do processo, corresponde à média amostral e o número de medidas obtidas do processo.
Caso a distribuição normal não se ajusta aos dados outras alternativas devem ser utilizadas.
Variação inerente ao processo
É a parcela da variação total devido às causas comuns. Esta variação pode ser estimada através dos gráficos de controle.
Para estimar a variabilidade devido às causas comuns é necessário que a distribuição normal se adequem aos dados, ou que exista uma transformação para os dados no qual a distribuição normal se adequem.
Para isso são utilizados os índices de capacidade e perfomance de processos, vamos abordar quais são esses índices no tópico abaixo:
Índices de capacidade e performance do processo
Cp : corresponde à amplitude das especificações dividido pela capacidade do processo.
Cpk : avalia se o processo está centrado, corresponde ao menor valor entre o limite superior de especificação (LSE) menos a média e a média menos o limite inferior de especificação (LIE), divido por metade da Capacidade do Processo.
Pp : corresponde à amplitude das especificações (tolerâncias) dividido pela Performance do Processo.
Ppk : este índice avalia se o processo está centrado, corresponde ao menor valor entre o limite superior de especificação (LSE) menos a mediana dividido pela performance do processo em relação ao limite superior e a mediana menos o limite inferior de especificação (LIE), dividido pela performance do processo em relação ao limite inferior. Nos casos onde a distribuição normal se adequa aos dados, a mediana é então substituída pela média.
Acesse o artigo: Capabilidade passada a limpo: Cpk vs. Ppk e saiba mais sober Cpk e Ppk.
Variabilidade a curto prazo e variabilidade a longo prazo
A capacidade do processo descreve o melhor que se pode esperar dele, por isso, é utilizada a variabilidade de curto prazo, no qual somente causas comuns se manifestam, a variação de longo prazo permite uma avaliação do processo mais próximo às necessidades do cliente.
Ao utilizar a variação a longo prazo inclui as variações devido à causas especiais e comuns que podem ocorrer ao longo do processo como por exemplo, variações devido à diferentes lotes de matéria prima.
Os índices de capacidade do processo Cp e Cpk utilizam a variabilidade a curto prazo, enquanto que os índices Pp e Ppk utilizam a variabilidade a longo prazo como estimativa do desvio padrão.
Se o processo está sob controle ocorrem apenas causas comuns de variação e neste caso, a capacidade e a performance são iguais.
Por outro lado, se o processo está fora de controle, existirão causas comuns e especiais de variação, e somente a performance reflete o comportamento do processo.
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