Cadeia de suprimentos: como otimizar a logística com o método Lean

Estruturar a cadeia de suprimentos significa muito mais do que cortar gastos ou agilizar entregas.

Com a expectativa pela elevação nos custos com transportes, como antecipou o Instituto Ilos, faz-se necessário um esforço ainda maior de controle e contenção.

Uma das respostas para superar este desafio é a implementação da Metodologia Lean nas operações logísticas.

Sucesso na indústria e no setor de serviços, seus princípios caem como uma luva em um setor que exige alta capacidade de gestão.

Avance na leitura e entenda como ela pode ser aplicada em suas atividades, com foco nas rotinas de distribuição e gestão.

O que é cadeia de suprimentos?

Também conhecida como supply chain, a cadeia de suprimentos consiste no conjunto de meios usados para distribuir bens e produtos em geral.

Fazem parte dela as empresas distribuidoras, transportadoras, varejistas e atacadistas, além de toda a infraestrutura formada pela malha rodoviária e os outros modais de transporte.

A cadeia de suprimentos é, portanto, uma grande rede, na qual circulam as riquezas produzidas no país, bem como as que chegam via importação.

Isso sem contar as operações de exportação, que mobilizam uma série de players do mercado, além do próprio governo e seus órgãos aduaneiros.

Importância logística da cadeia de suprimentos

O World Competitiveness Yearbook (Anuário da Competitividade Mundial, em inglês) é uma das principais referências internacionais para profissionais da supply chain.

Esse ranking, elaborado anualmente pelo prestigioso Institute for Management Development (IMD), ou Instituto para Desenvolvimento Gerencial, serve como um termômetro da economia mundial ao classificar 64 países conforme sua competitividade.

Em 2021, o Brasil figurou na modestíssima 57ª posição, uma a menos em relação à edição anterior.

Portanto, há muito a ser feito até que se possa dizer que somos um país competitivo, tanto no âmbito doméstico quanto no cenário internacional.

Nesse contexto, os profissionais que atuam na cadeia de suprimentos assumem uma grande responsabilidade, aumentando ainda mais a importância do setor para a economia.

Exemplos de cadeia de suprimentos

A supply chain abriga outras redes que, interligadas, formam uma grande “teia” de distribuição de bens e serviços.

Não existe uma mais importante que a outra, já que cada uma se estrutura para suprir demandas específicas.

Os desafios enfrentados variam, demandando dos profissionais que nelas atuam capacidade de resposta adequada.

De qualquer forma, todos enfrentam os desafios comuns às empresas que atuam na cadeia de suprimentos no Brasil, como a forte dependência do modal rodoviário, por exemplo.

É o que aponta o Overview of the Logistics Sector in Brazil (em inglês), um amplo estudo comparativo sobre a logística brasileira, liderado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo o documento, nada menos que 61% da produção nacional é distribuída pelas rodovias, um modal que, no Brasil, ainda padece da falta de infraestrutura.

E esse não é o único desafio enfrentado pelas empresas que atuam na supply chain, como veremos a seguir.

É hora de falar de alguns exemplos de produtos importantes na indústria alimentícia do Brasil.

Cadeia de suprimentos do café

Segundo relatório da Embrapa, o café é responsável por nada menos que 80,1% das exportações brasileiras.

Por ser um produto cuja distribuição é voltada para o mercado externo, a cadeia de suprimentos do café é voltada, em grande parte, para o escoamento pelos portos.

As sacas são estocadas em contêineres que, pelos navios de carga, chegam aos países com quem o Brasil mantém acordos comerciais.

Essa é a ponta final de uma rede que começa com os produtores e passa pelos distribuidores e intermediários, incluindo aí as empresas que fazem “shipping”.

Claro que o café também é destinado ao consumo interno.

Nesse caso, entram na cadeia de suprimentos todos os varejistas e atacadistas que levam o produto para o consumidor final.

Cadeia de suprimentos do leite

Um dos principais desafios para as empresas que produzem leite é distribuir com rapidez um produto de alta perecibilidade.

Além do consumidor final, o leite também é vendido no atacado para outras empresas que o utilizam como matéria-prima para a fabricação de outros produtos.

É o caso da indústria de laticínios, que usa o leite em larga escala para fabricar uma série de derivados.

De qualquer forma, a cadeia de suprimentos do leite pode ser compreendida conforme o esquema sugerido por este estudo, publicado pela Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul:

• Produtor → Indústria → Representante → Distribuidor → Varejista → Consumidor.

Cadeia de suprimentos do chocolate

Embora de certa forma a supply chain do chocolate também passe pela produção de leite, é no cultivo do cacau que ela tem seu ponto de partida.

A produção cacaueira é a primeira etapa de uma série de processos logísticos coordenados em sequência:

• Venda da matéria prima → Indústria → Armazenagem → Transporte → Distribuição → Varejo → Consumidor.

Como fazer a gestão da cadeia de suprimentos

Tendo em conta a complexidade da cadeia de suprimentos como um todo e as peculiaridades de cada operação, não dá para definir uma “receita de bolo” que sirva para todos os players.

Isso não quer dizer que não seja possível cuidar da gestão a partir de medidas comuns a empresas de outros segmentos.

Essas orientações gerais servem como ponto de partida para a elaboração de planos mais específicos, voltados para a realidade de cada companhia.

Confira a seguir como começar.

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Adote um planejamento

Planejar na cadeia de suprimentos equivale a antecipar riscos, agindo de modo a preveni-los.

Vale sempre lembrar que, no Brasil, onde o modal rodoviário predomina, as ameaças às operações logísticas vão desde a precariedade das rodovias aos roubos de cargas.

Além disso, os gestores precisam lidar com a própria operação, planejando rotinas de manutenção, gestão de frota e de fornecedores, entre outros aspectos.

Conte com os melhores fornecedores

Os fornecedores são a base de sustentação de toda empresa que atua na supply chain.

Sem eles, não há como obter insumos de qualidade, o que torna impossível fabricar produtos de qualidade.

Fornecedores são parceiros estratégicos, não só pela questão da matéria-prima, mas porque deles também depende a precificação das mercadorias distribuídas.

Mapeie seus processos

O sucesso na cadeia de suprimentos tem tudo a ver com o grau de conhecimento que um gestor tem dos seus processos.

Lembre-se que é preciso saber onde estão os “inputs”, ou seja, as entradas dos processos em questão, bem como seus “outputs” e tudo que acontece entre uma ponta e outra.

Conheça sua rede de distribuição

Não se gerencia aquilo que não se mede, diz a citação do célebre William Deming.

A otimização da logística vai depender diretamente de estar sempre por dentro dos riscos em suas operações, bem como dos custos envolvidos e das principais referências (benchmarks) em seu respectivo setor.

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Use benchmarking

Falando em benchmark, essa é a prática de tomar a experiência de outras empresas como referência para o planejamento.

Lembrando sempre que não se trata de simples cópia, mas de estudar cada caso e, a partir das lições aprendidas, moldar a estratégia conforme uma nova realidade.

Mantenha o relacionamento com clientes e parceiros

Distribuir bens e produtos é, em essência, relacionar-se com fornecedores, transportadores e, claro, com o consumidor final.

Por isso, é fundamental investir em soluções para que todas as redes de relacionamento gerem valor para as partes envolvidas, com destaque para os sistemas de Customer Relationship Management (CRM).

Tenha a tecnologia como aliada estratégica

Além dos CRMs, vale também apostar em soluções como Warehouse Management Systems (WMS) e, claro, os indispensáveis Enterprise Resources Planning (ERP).

Nunca é demais ressaltar que as empresas que atuam na cadeia de suprimentos estão cada vez mais inseridas na Transformação Digital, em que a tecnologia é decisiva para a economia de escala.

Logística Lean na cadeia de suprimentos

Outro mal a ser combatido na supply chain é o desperdício, que se manifesta em diferentes esferas, tais como:

• Transporte: quando a capacidade da frota torna-se ociosa em função da baixa demanda
• Tempo de espera: atrasos e pausas em virtude da dessincronização das operações
• Excesso de produção e de processamento de atividades
• Retrabalho/correções
• Movimentos inúteis/desnecessários em estoque ou em trânsito.

Para dar conta desses e outros desafios, a metodologia Lean é a mais indicada, já que sua proposta é exatamente aparar as pontas soltas dos processos logísticos.

Onde aprender mais sobre a metodologia Lean?

Está ao seu alcance ser um gestor de primeira linha ao comandar as operações logísticas em empresas de todos os tipos.

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Conclusão

A cadeia de suprimentos não é para amadores.

Só os mais bem preparados podem ter um bom desempenho e gerar resultados consistentes.

Conte com a EDTI para ampliar seus horizontes profissionais, diferenciando-se com nossos cursos livres.

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