O conceito de blitzscaling é um modelo com o qual empresas de diferentes portes podem crescer de forma escalável.
Ele traz respostas justamente quando mais se precisa delas e não há muitas pessoas a quem recorrer.
Ninguém melhor do que o idealizador de um negócio para saber o que é melhor para ele, certo?
Afinal, crescer na vida e nos negócios implica em tomar decisões.
Acontece que, quando é preciso dar um passo adiante, a falta de experiência pode fazer com que decisões erradas sejam tomadas.
Por isso, quanto mais referências um líder tiver antes de apontar para onde quer ir e o que vai fazer para chegar lá, menos riscos a empresa deverá correr.
Tudo isso e muito mais é possível quando se aplica o blitzcaling, um modelo de decision making e gestão testado e aprovado nas maiores empresas do mundo.
Veja como funciona!
O que é blitzscaling?
Blitzacaling é o modelo de organização de empresas criado por Reid Hoffman, CEO e fundador do Linkedin, que garante que o crescimento de uma empresa desde o seu nascimento pode ser escalado ao enquadrá-la em cinco categorias.
Para cada uma delas, há desafios próprios e que demandam estratégias específicas para superá-los.
O blitzcaling sugere uma abordagem na qual gestores de empresas em diferentes estágios saibam não só como geri-las estrategicamente, como o que fazer para galgar patamares superiores.
Imagine, por exemplo, que você esteja à frente de uma PME com 150 funcionários.
Aplicando o blitzcaling, você poderá escalá-la com mais segurança, de modo que possa continuar ampliando o seu quadro de colaboradores sem comprometer seu orçamento.
Quais os benefícios do blitzscaling?
Gestores que teriam um futuro brilhante à frente de suas empresas pagam caro por tomar decisões equivocadas ou fora do timing.
O modelo blitzcaling é uma forma de minimizar os riscos associados ao processo natural de crescimento de um negócio, orientando quanto ao que fazer em todas as suas fases.
Isso porque ele ajuda a focar no que realmente precisa ser feito, de modo que a empresa consiga “encorpar” sem ter que abrir mão da sua identidade.
Aliás, Reid Hoffman fala sobre isso em seu livro “Blitzscaling: o Caminho Vertiginoso Para Construir Negócios Extremamente Valiosos”.
Ele usa o exemplo do Linkedin para falar sobre a importância de mudar sem abrir mão da identidade:
“O principal insight por trás do LinkedIn foi que a Internet estava mudando de ciberespaço anônimo para uma extensão do mundo real e, portanto, sua identidade online era também uma extensão de sua identidade real”.
Tipos de escalabilidade previstos no blitzscaling
Como método, o blitzcaling sugere um modelo de crescimento rápido para pautar as decisões nas fases em que os gestores têm mais incertezas.
Ele complementa os modelos de crescimento escalável já conhecidos, considerando o que cada um deles prioriza.
São eles:
- Crescimento inicial clássico (Classic start-up growth): prioriza a eficiência diante da incerteza
- Escalonamento rápido (Fastscaling): sacrifica a eficiência em prol da taxa de crescimento
- Blitzscaling: sacrifica a eficiência em nome da velocidade de crescimento.
Cada um desses tipos de escalabilidade têm suas vantagens e indicações, como aponta Reid.
Contudo, nenhum deles pode levar um negócio a crescer tão rápido como o blitzcaling.
Princípios do blitzscaling
Uma das funções do blitzcaling é manter as pessoas na empresa sempre fora da zona de conforto.
Isso leva necessariamente a cometer mais erros, o que, para Reid Hoffman não é um problema, desde que o aprendizado seja rápido.
Para que isso aconteça, ele destaca a importância de assimilar três conceitos, que veremos a seguir.
1. Blitzscaling é uma estratégia ofensiva e defensiva
No ataque, o blitzscaling permite que você se desdobre em várias frentes, dando um fator surpresa no mercado para contornar nichos fortemente defendidos.
Na defesa, ajuda a ditar um ritmo que deixe seus concorrentes “ofegantes”, dando-lhes pouco tempo e espaço para contra-ataque.
2. Blitzscaling prospera em ciclos de feedback positivo
Enfatizando a necessidade de crescer rapidamente, esse princípio defende a necessidade de crescer rápido com os ciclos de feedbacks positivos.
Ao se posicionar de forma mais agressiva, a empresa passa a atrair os melhores profissionais.
Isso permite continuar crescendo, atraindo mais profissionais de ponta e assim por diante.
3. Blitzscaling também traz grandes riscos
Para adotar o blitzscaling, não se pode ter medo de errar.
O crescimento rápido pode causar quase tantos problemas quanto resolve, como ilustra o caso do Facebook.
Houve uma fase em que, segundo Mark Zuckerberg, a empresa se dedicava mais a resolver bugs do que em projetar o seu crescimento.
Quais os cinco estágios do blitzscaling?
Manter o ritmo acelerado de crescimento é o foco do conceito blitzcaling.
Para isso, é necessário antes identificar em qual estágio de desenvolvimento uma empresa se encontra, de modo a orientar seus processos decisórios.
Existe até uma tabela para enquadrar em que etapa a organização está, como mostramos abaixo:
| FAMÍLIA | TRIBO | VILA | CIDADE | NAÇÃO | ||
| Número de funcionários | 1 | 10+ | 100+ | 1000+ | 10.000+ | |
| Base de clientes | 10.000 | 100.000 | 1 Milhão | 10 Milhões | 100 Milhões | |
| Time de atendimento | 0 | 1+ | 10+ | 100+ | 1000+ | |
| Receita | <$10M | $10Mil+ | $100Mil+ | $1B+ | $5B+ |
Confira na sequência qual a abordagem para cada uma dessas fases e qual deve ser o foco das estratégias e ações, segundo o blitzcaling.
Família
Enquanto a empresa for uma família, o foco deve ser o desenvolvimento do produto.
Ela precisa ainda identificar o seu Product Market Fit, que consiste em uma situação de mercado em que o valor do produto fica claramente demonstrado, ou seja, o tipo de problema que ajuda a solucionar.
Nesse processo, a empresa precisa também encontrar o canal ideal de distribuição para o marketing e vendas, além de um modelo de negócio que seja escalável e sustentável.
Não menos importante, precisará definir o papel dos fundadores, que serão responsáveis pela contratação dos primeiros colaboradores.
Nessa etapa, os principais desafios são encontrar uma oportunidade no mercado que não seja aparente e desenvolver uma solução em resposta à demanda detectada.
Tribo
Na fase da Tribo, o foco continua sendo o desenvolvimento do produto.
Junto a isso, a empresa precisa planejar-se para financiar o seu crescimento, que a essa altura já apresenta um potencial.
Ao tornar-se uma Tribo, mudam os desafios.
Um deles é a necessidade de focar mais na execução das rotinas operacionais indispensáveis.
Com o conhecimento adquirido na fase da Família, também será preciso fazer ajustes no Product Market Fit.
Nesse estágio, sua empresa já chamou a atenção e, por isso, precisará se movimentar com rapidez para superar os concorrentes.
Tudo isso demanda investimentos em pessoas e na criação de novas funções operacionais para que os profissionais responsáveis pelo desenvolvimento e inovação de produtos permaneçam focados.
Vila
Quando passa a ser uma Vila, o assunto fica ainda mais sério.
Nesse estágio, o negócio já está consolidado e, por isso, faz-se necessário criar um plano de crescimento/expansão.
É fundamental conhecer bem a concorrência, assim como identificar possíveis oportunidades de mercado e calcular bem o capital disponível para investir.
O crescimento exigirá investimentos em comunicação interna e endomarketing, de maneira que a cultura organizacional, a essa altura consolidada, mantenha-se intacta e possa se expandir junto com a empresa.
Lembre-se que, à medida em que sua empresa cresce, os concorrentes passam a ver as mesmas oportunidades que você.
É o preço do arrojo e do pioneirismo.
Por isso, nessa etapa, é essencial contar com pessoas que entendam o mercado global considerando a perspectiva local do negócio.
Cidade
Passar para o estágio de cidade significa que o negócio se agigantou.
É o momento de “subir o sarrafo” em todos os aspectos.
De maneira proporcional, os desafios também se agigantam e, assim, a empresa precisará ser ainda mais eficiente na gestão dos recursos.
Um desafio que todas as empresas nessa etapa enfrentam é organizar seus processos, sem que isso implique aumentar a burocracia.
Nação
São poucas as empresas que chegam ao estágio de Nação.
Para esse seleto grupo de negócios extremamente bem-sucedidos, o foco deve ser alinhar sua estratégia global em cada região que atua.
Sendo assim, seus líderes deverão desenvolver habilidades para lidar com diferentes culturas.
Isso traz um desafio e tanto, que é melhorar a clareza dos processos de comunicação internos, a despeito da diversidade cultural e geográfica.
Empresas-nações também precisam desenvolver linhas de produtos variadas, de modo que possam continuar a expandir.
Principais técnicas do blitzscaling
Reid Hoffman criou o conceito de blitzcaling contando com a sua própria experiência como empreendedor e observando a história de empresas do porte do Google, Amazon e Facebook.
Isso o levou a desenvolver três técnicas fundamentais de inovação para elevar os patamares de um negócio, aumentando sua escalabilidade:
- Inovação do Modelo de Negócio: a prioridade ao formar uma empresa é criar um modelo de negócios inédito no mercado
- Inovação Estratégica: técnica que prioriza o crescimento às maiores taxas possíveis, o que demanda uma estratégia arrojada e de alta eficiência
- Inovação na Gestão: porque a forma de gerir o negócio precisa ser tão inovadora quanto a solução que ele vende.
Como implantar o blitzcaling na sua empresa?
O líder do Linkedin destaca que a implementação do blitzcaling gera necessariamente um grande desconforto.
Portanto, sua implementação deve ser orientada por profissionais com experiência de mercado e que saibam como conduzir um processo de crescimento altamente exigente.
Livro Blitzscaling: o caminho vertiginoso para construir negócios extremamente valiosos
A exemplo de outros conceitos que fizeram e fazem sucesso no meio corporativo, o blitzcaling popularizou-se a partir do livro que o lançou.
Todas as técnicas e ferramentas que você conheceu aqui estão no best-seller de autoria de Reid Hoffman “Blitzscaling: o caminho vertiginoso para construir negócios extremamente valiosos”.
Um dos muitos méritos da obra é exemplificar com casos reais todos os conceitos e ideias apresentadas.
Hoffman mostra com exemplos práticos todas as teorias que ele desenvolve, o que torna essa uma leitura obrigatória para gestores e empreendedores.
Conclusão
Quem tem planos ambiciosos para suas empresas não pode deixar de conhecer o modelo blitzacaling.
Da mesma forma, vale aprofundar-se em outras metodologias usadas pelas grandes empresas para escalar seus negócios.
Uma delas é a Lean Six Sigma, que você aprende a dominar nos cursos green belt e black belt da Escola EDTI.
Tenha uma formação diferenciada e seja o profissional que as empresas buscam.