Aumentar 30% é muito?
No artigo de hoje vamos voltar as nossas análise sobre alguns indicadores. Faz tempo que não analisamos indicadores, principalmente do mercado da construção civil. Neste mês, fui surpreendido por uma notícia falando que os financiamentos imobiliários tinham crescido muito em 2013 se comparados a 2012
(fig. 1).
Diante da minha grande desconfiança sobre as notícias que a imprensa vincula, resolvi dar uma analisada se o crescimento de 2013 foi tão expressivo e para isto, resolvi fazer alguns gráficos com os dados disponíveis na ABECIP. O primeiro deles é o tradicional gráfico de tendência. Elaborei dois gráficos sendo um com o número de propriedades negociadas e um com o valor, vide figura 2 e 3.
De interessante nestes gráficos pode-se pontuar que o número de construções financiadas estabilizou, enquanto que o número de aquisições financiadas vem crescendo.
Este pode ser um indício de que o comércio de imóveis usados está mais aquecido que os novos lançamentos, denotando que o ritmo de expansão das construtoras estabilizou-se. Isto leva a crer que chegamos perto do número máximo de construções possíveis de se financiar por ano.
E o crescimento? Será que o número de financiamentos cresceu tanto assim em dezembro e o no passado? Vocês lembram-se de como fazíamos isto? Ponto para quem disse que precisamos comparar a variação entre os meses ou os anos. Neste caso, colocamos num gráfico de controle a variação mensal. O resultado pode ser visto nas figuras 4, 5 e 6.
Avaliando os gráficos de controle a visão que temos é bem diferente. Verifica-se claramente que nada de especial aconteceu nos últimos meses, ou seja, é normal uma variação anual de até 85% de um mês para o outro, com uma média de 5,2% de crescimento mensal no número total de financiamentos de 2002 a 2013. Portanto, ao se depararem com notícias sobre crescimentos de mais de 10% tomem cuidado. Isto pode ser uma causa normal.