A mágica relação dívida-PIB
A mágica relação dívida-PIB – Aproveitando o ano eleitoral, vamos falar mais um pouco de alguns indicadores do governo federal. O primeiro a ser análise é a dívida bruta em %PIB. Quanto será que nosso governo anda comprometendo da receita anual do país? Figura 1 tem a resposta.
Figura 1: evolução da dívida bruta (% PIB).
Avaliando a figura 1 é possível enxergarmos que a relação dívida PIB no Brasil deu uma melhorada a partir de 2003. Se eu fosse um analista malandro o meu ímpeto seria falar que o Lula é o cara e que ele conseguiu reduzir a dívida do país de 76% do PIB para 60%. Porém, uma afirmação como esta não é verdadeira. Por quê? Porque a redução foi feita devido ao aumento no PIB do país que já mostramos em outro post, ter uma forte correlação com o crescimento mundial. Esta situação fica mais clara se fizermos um gráfico de dispersão entre a relação dívida-PIB e o PIB mensal do país. Fiz esta relação na figura 2.
Figura 2: gráfico de dispersão entre a relação dívida-PIB e o PIB mensal do Brasil.
Olha que legal. Quando o PIB é baixo a relação dívida PIB aumenta, o que é natural. Porém, quando o PIB é alto a relação dívida PIB não diminui. Isto indica que o país não liga muito para seus gastos. Quando o governo sofre com a queda do PIB ele não deixa de gastar e aumenta a sua dívida e, quando vêm os tempos de bonança o governo continua a gastar e gasta mais ainda, levando o país a manter a dívida PIB em torno de 65%. Pergunto: quando vamos reduzir a nossa dívida e gerar um superávit primário mais robusto sem precisarmos de subterfúgios? Quando vamos segurar a inflação com o fim da gastança pública e não com o aperto fiscal? Segundo o gráfico, só quando a prática vigente mudar.
Muito interessantes sempres estas avaliações da economia e demais dados da sociedade.
Revelam tendências que, para nós, intuitivas de forma matemática, e reforçam drásticamente nossas convicções.
Parabéns, gostei muito destas “brincadeiras” com os métodos estatísticos.
Gostaria que jornalistas pudessem compreender a profundidade destas análises.
Rogério D. Campos
Obrigado pelo apoio e comentários. Nosso intuito é discutir estas coisas que passam totalmente desapercebidas por parte dos jornalistas, que continuam comparando dados de um mês com o outro.