No cenário corporativo, ainda é bastante comum vermos gestores tentando solucionar questões levantadas pelos colaboradores em suas mesas de trabalho, antes de conferir in loco o que realmente acontece. Essa postura é contraproducente e, por isso, algumas organizações já estão incorporando a filosofia “ir ao Gemba”.
Adotar boas práticas no Gemba é muito produtivo e fundamental para empresas que implementam o Lean. Mas, o que significa isso? Continue a leitura do post e descubra mais sobre esse método!
O que é Gemba?
Literalmente, Gemba (de origem japonesa) significa “lugar atual” e refere-se ao local onde as coisas estão sendo produzidas, como no chão de fábrica. Em ambientes de prestação de serviços, ele está relacionado ao lugar onde o serviço é executado, por exemplo: escritórios, restaurantes e outros similares.
A expressão Gemba é semelhante a Genchi Genbutsu (vá ver), que simboliza uma atitude. Assim, os colaboradores da Toyota são instigados a se dirigirem a todo instante até o local onde ocorre algum problema para coletar dados. Dessa forma, é possível entender melhor as motivações do problema e tomar decisões mais assertivas para encontrar a melhor solução.
Qual é a importância do Gemba?
Esse método é considerado, por seus adeptos, o mais produtivo para resolver problemas. É mais eficiente que tomar decisões à distância, com informações de terceiros, sem conferir de perto o que aconteceu. Então, se alguma coisa é da sua responsabilidade e precisa de solução, nada melhor que verificar com seus próprios olhos, levantando dados para ter o seu ponto de vista.
Então, como fazer o Gemba? Para ilustrar de forma mais prática, o Gemba de cozinheiros é a cozinha, para equipes de corrida, é onde os carros estão e para operários de fábrica, é o chão de fábrica. Simplificando ainda mais, é onde o trabalho acontece de fato.
Esse método de trabalho faz toda diferença nos processos das empresas, uma vez que poupa tempo, esforço, uso de máquinas, de insumos, etc. Sendo assim, um incentivo aos colaboradores para irem ao Gemba, é uma maneira prática de resolver problemas e de economizar dinheiro.
Esse raciocínio é especialmente vantajoso para o chão de fábrica, já que qualquer melhoria não pode ser feita em uma mesa de escritório, é preciso estar lá em meio à linha de produção, onde as coisas estão acontecendo.
Afinal, o que é o Gemba walk?
O conceito foi criado por Taiichi Ohno, tido como o pai da produção Just-in-time. É a essência da filosofia da gestão Lean e seu intuito é possibilitar que os líderes verifiquem o processo de trabalho se desenvolvendo de forma real. Eles precisam conectar-se aos funcionários, extrair dados sobre o processo de trabalho e explorar oportunidades para melhorias constantes.
Kamishibai e sua importância no Gemba
O que é a rota Kamishibai? Antes de tudo, Kamishibai (teatro de papel) é uma maneira tradicional de contar histórias, surgida no Japão, na década de 1930, com escopo, geralmente, educativo. Para essa performance, usava-se cartões de papel com ilustrações e, em seu verso, o script relativo ao episódio da história ilustrada na parte da frente.
No Gemba, o método Kamishibai ajuda supervisores, líderes, gestores e demais envolvidos na produção a apurarem se os processos estão sendo executados de acordo com os padrões. Sua implementação permite a formalização e criação de cronogramas sobre o que deve ser observado no Gemba.
Com sua aplicação, as averiguações necessárias podem ser feitas com a frequência que for determinada. Isso reforça a prática do Genchi Genbutsu, ou seja, ir até a fonte conferir os fatos por si mesmo e certificar-se da informação correta antes de tomar uma decisão.
Lean Thinking e o Gemba
O que é o Lean Thinking? Primeiramente, Lean Thinking quer dizer mentalidade enxuta, ou seja, seu objetivo é criar valor para o cliente enquanto minimiza os desperdícios.
Então, Gemba e Lean Thinking constituem conceitos diferentes, mas quando usados juntos na prática do Gemba, e de forma correta, facilitam a execução do Lean Manufacturing. Isso porque tanto o gestor quanto a equipe se envolvem na padronização de processos, que reduz as falhas e produz melhoria contínua, viabilizando a redução de desperdícios.
Assim sendo, um processo eficiente dispensa a necessidade de excesso de materiais, reduz produtos com defeitos e atividades sem necessidade. Essas melhorias refletem na qualidade da entrega ao cliente e na satisfação da equipe de trabalho.
É importante ter em mente que o sucesso do Lean depende de um envolvimento de toda a empresa. Isso deve partir do alto comando da organização. A partir daí, o gestor deve se fazer presente no Gemba, conferindo o andamento do trabalho perto do time, de olho onde as coisas acontecem.
Vantagens!
Finalmente, para que serve o Gemba? Para simplificar, otimizar, evitar desperdícios e agregar valor. Por isso, quando o líder chega no Gemba, ele deve observar como o processo está sendo conduzido, qual é o trabalho executado, que máquinas são utilizadas, sem intervenções. Dessa forma, ele pode identificar os pontos ou falhas para melhorar.
É uma forma de evitar um discurso distorcido por parte de algum colaborador, considerando que este descreverá o problema a partir de seu próprio entendimento. E, ainda, pode julgar com base no que deveria ser e não necessariamente no que está ocorrendo de verdade. Nesse sentido, nada como observar detalhadamente, de perto, e depois, tirar as próprias conclusões. Essa é a grande vantagem do Gemba: ver de perto.
Conclusão
Alguns métodos são elaborados durante períodos de crise, geralmente, com o objetivo de poupar insumos e agilizar processos, como acontece em relação ao Gemba, Lean Thinking e outros similares. No entanto, são abordagens que se revelam extremamente eficientes e úteis para todas as atividades. Vale a pena adotá-las na maioria dos processos, principalmente nesse novo tempo, em que precisamos ser mais econômicos, menos consumistas, além de praticarmos mais reciclagem.
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