As práticas de FMEA de produto são essenciais para as empresas que querem aumentar sua competitividade a partir da redução de falhas e desperdícios em seus processos produtivos.
A prevenção das discrepâncias e dos problemas na produção culminam em melhora nos resultados finais, garantindo a satisfação do cliente e evitando diversos tipos de perdas ao longo da cadeia.
Pensando nas falhas que podem ocorrer (e são relativamente esperadas) em qualquer processo produtivo, foi desenvolvido o método de Análise de Modos de Falha e seus Efeitos (FMEA).
O FMEA é um método de gerenciamento de processos que auxilia empresas a detectarem falhas em processos que vão desde a concepção do projeto até a chegada do produto ao cliente final.
Contudo, essa análise não se limita apenas à identificação de falhas, mas também à prevenção desses erros e à mitigação dos efeitos negativos caso os problemas alcancem o cliente final.
Para cada fase da cadeia produtiva ou de gestão há um tipo de FMEA que podemos utilizar.
Neste artigo, vamos avançar no conhecimento sobre um FMEA específico, aquele direcionado ao produto.
O FMEA de produto está relacionado à concepção do projeto de um dado produto.
Essa ferramenta vai garantir que o projeto esteja com todas suas especificações corretas e que todas as fases de sua execução estejam adequadamente alinhadas.
A aplicação do método no gerenciamento da sua empresa vai permitir a prevenção de erros e otimizar os resultados do seu negócio.
Agora, vamos avançar e aprender mais sobre a maneira pela qual a Análise de Modos de Falha e seus Efeitos vai ajudar a gerir os projetos da sua empresa, qualificando os resultados e minimizando os prejuízos decorrentes de falhas.
O que é o FMEA de Produto?
O FMEA de produto é um mecanismo de gestão que auxilia na verificação, prevenção e mitigação de erros nos processos produtivos de uma empresa.
A sigla aberta e traduzida para o português quer dizer Análise de Modos de Falha e seus Efeitos.
No caso do FMEA de Produto, também é conhecido como DFMEA, onde o D é igual a design.
Atuando na primeira etapa de toda a rede produtiva, essa análise preliminar do projeto vai abordar os riscos de falha do produto, além de erros no projeto, nas especificações, nos componentes e nos subsistemas.
Um erro em um novo produto no mercado pode causar danos físicos a uma pessoa, o que é um indicativo da falta de segurança do item.
Esse é um caso comum em recalls, por exemplo.
Utilizado como ferramenta de avaliação de risco, o FMEA de produto vai mensurar os potenciais modos de falha e evitar que esses problemas cheguem ao cliente final.
A metodologia de prevenção de falhas otimiza os ganhos da empresa, que vai evitar gastos com trocas, manutenções ou chamadas dos clientes para consertos, além de assegurar a integridade da imagem da companhia perante o mercado.
Como usar o FMEA de produto?
Para responder a essa pergunta é preciso levar em conta que ele o FMEA se destina a avaliar problemas em produtos ou processos.
Porém, dada a versatilidade da ferramenta, ela acaba assumindo três formas mais recorrentes de uso.
A primeira delas diz respeito à determinação dos modos de falha, que podem tanto vir de um erro na parte da engenharia (da cadeia produtiva) quanto de seu uso final (quando o objeto cumpre de forma precária sua função).
Um segundo aspecto que pode ser lembrado no FMEA de produto corresponde aos riscos de cada modo de falha.
Neles, estão em jogo a severidade do problema, a taxa de frequência dos episódios negativos e a determinação da probabilidade de eventos deste tipo.
Por fim, o Número de Prioridade de Riscos (NPR) ou Risk Priority Number (RPN) é um indicador importante dentro do horizonte da identificação de falhas que o FMEA busca neutralizar.
Como fazer um FMEA de produto?
Fazer um FMEA de produto está longe de ser uma tarefa simplória, embora, com o treinamento adequado, ela se torne uma ferramenta de gestão muito clara e efetiva.
O que apresentaremos a seguir são algumas dicas fundamentais para você entender como se faz uma FMEA de produto.
Antes de irmos para o passo a passo, você deve abrir uma planilha (pode ser no Excel) com, ao menos, sete colunas onde irão as informações principais.
Elas deverão ser classificadas de acordo com os diferentes graus de risco de um produto ou das etapas da cadeia produtiva.
Não esqueça de colocar no cabeçalho informações como “responsável pelo FMEA”, dados da equipe, data de início e término do processo, quem preparou a planilha e outras informações que julgar relevantes para a identificação precisa do processo.
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Modo Falha
Se você fizer uma única planilha para vários itens diferentes que compõem a produção de um determinado objeto, a primeira coluna da sua planilha deverá conter o nome do item em questão.
Caso você opte por fazer uma planilha para cada item, pode, então, começar por “Modo Falha”, que é o primeiro vetor de análise.
Nesta seção, deve preencher a descrição dos tipos e características de falha que o processo em questão pode gerar.
Aqui, recomenda-se pensar também naqueles problemas que poderiam gerar descontentamento nos clientes.
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Efeito Potencial
O segundo item de nossa planilha deve ser relativo ao “Efeito potencial”.
Nesta etapa, deve-se estar atento às consequências que uma falha pode gerar.
Os problemas estão relacionados não somente ao produto, mas também aos processos ou sistemas de produção.
Além de todos esses pontos, um fator importante de considerar são os efeitos potenciais de uma falha que chega aos consumidores finais. Esses problemas são menos raros do que gostaríamos.
Então, as possíveis intercorrências devem ser informadas aos clientes com instruções de como proceder em caso de emergência.
Isso ocorre com os produtos químicos, por exemplo, que vêm com indicações sobre o que fazer em caso de ingestão.
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Grau de severidade
Com o objetivo de medir o nível de intensidade ou complexidade de uma falha, o item Grau de severidade é muito importante na planilha de avaliação.
Normalmente o cálculo que determinará a gravidade de uma falha será realizado por um engenheiro ou técnico responsável pela Análise de Modos de Falha e seus Efeitos.
Nesse cálculo do grau de severidade, deve-se compor uma classificação de 1 a 10, na qual 10 será uma falha de alta ocorrência.
O resultado aritmético deve levar em consideração a severidade das consequências causadas envolvidas por um determinado risco – se a falha é capaz de trazer insegurança para consumidores ou mesmo colaboradores envolvidos na produção.
Há casos de falhas que podem incidir em anulação completa da funcionalidade de um produto.
Os casos menos graves de falhas são compostos por imprecisões que acarretam pequenos defeitos ou incômodos menores.
Mesmo nesses casos, é preciso avaliar, descrever e trabalhar preventivamente para eliminá-los.
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Causas Potenciais da Falha
As causas potenciais da falha a serem descritas em nossa planilha são resultado do diagnóstico da equipe responsável por executar o FMEA.
É esse grupo que definirá quais serão as ações recomendadas para serem realizadas.
Quando esse trabalho é realizado de forma rigorosa e metódica, os clientes que possuem a ferramenta de gestão poderão não somente ter conhecimento sobre as falhas, mas também estarão aptos a saber como proceder para corrigi-las.
Entretanto, para que tudo isso tenha eficiência, a causa da falha deve ser corretamente determinada, de tal modo que as recomendações sejam capazes de auxiliar o cliente.
Quando não se leva em conta esse monitoramento da possibilidade de falhas no processo produtivo, os prejuízos são muitos.
Há gastos desnecessários, riscos de ter que interromper a produção, trabalhos repetidos ou pouco eficientes e, nos casos mais graves, a possibilidade de acidentes com colaboradores ou consumidores finais.
Os problemas desses custos não se reduzem à dimensão financeira, podendo acarretar desgaste da imagem da empresa, da marca ou mesmo de seus produtos.
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Ocorrências
Na seção ocorrências de nossa planilha, devem constar as informações sobre a frequência com que uma falha pode ocorrer e também sobre as variações e tipos de falha possíveis.
Para este indicador, é necessário estabelecer o Índice de Ocorrência e realizar o cálculo do número de prioridade de riscos.
Isso tudo ajudará a determinar a taxa de frequência de uma determinada falha.
As regras e as fórmulas que estabelecem esse tipo de informações são temas discutidos em profundidade nos cursos oferecidos pela EDTI.
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Detecção
Como os processos de Análise de Modos de Falha e seus Efeitos são complexos, a detecção de um problema nem sempre é óbvia.
Quando o FMEA é executado de forma eficiente, é por meio do Índice de Detecção das Falhas que se analisa a probabilidade de encontrar um erro antes da entrega do produto.
Ainda nesta etapa do processo, se descreve em que momento, parte ou seção da cadeia produtiva ou de distribuição foi detectado o erro.
Com esses dados, produz-se uma indicação sobre onde e de que forma se deve voltar a atenção para encontrar as possíveis falhas de um produto.
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Índice de riscos
Para que possamos fechar as informações principais de nossa planilha FMEA, o último item que sugerimos é o de Índice de riscos.
Ele é calculado a partir dos índices de severidade, ocorrência e de probabilidade de detecção de falhas.
É com base no resultado desse cálculo que se pode verificar a necessidade ou não de realizar ações corretivas.
Contudo, não se deve imaginar que se trata de um cálculo simples, porque depende também de operações prévias, razão pela qual todo o processo deve ser rigorosamente realizado em todas suas etapas.
Tipos de FMEA
Uma vez que a ferramenta tem a plasticidade de aplicação em muitas áreas, é natural que haja vários tipos de FMEA.
Vejamos, então, algumas das principais aplicabilidades.
O FMEA de Produto, tema deste artigo, é uma de suas mais recorrentes formas de aplicação, e serve para avaliar produtos e processos.
Além disso, há o FMEA de Processos, cujo objetivo é analisar falhas de planejamento e execução nas processualidades produtivas.
Tem ainda o FMEA de Sistemas, que se volta às questões globais dos sistemas de produção em sentido mais amplo.
O FMEA de Serviços tem como preocupação central a qualidade na prestação de serviços e a consequente satisfação do cliente.
Por fim, o FMEA de Software tem como foco as funcionalidades de programas computadorizados.
FMEA de produto: exemplos de aplicação
Para sedimentar o conhecimento, vejamos dois exemplos de aplicação do FMEA de produtos em segmentos importantes para a nossa rotina: indústria automotiva e indústria farmacêutica.
Indústria automotiva
Dentro do segmento da indústria automotiva, o FMEA tem como objetivo examinar as imperfeições no planejamento e execução de um determinado item.
Imagine que uma montadora tenha projetado um veículo cujo funcionamento do airbag esteja com um defeito pequeno, até mesmo um desajuste de calibragem no seu acionamento.
Como se deve proceder para encontrar essa falha? Aplicando um FMEA de produto, sobretudo para mitigar esses problemas antes mesmo dos veículos saírem da montadora.
Para tanto, é fundamental ter um bom FMEA, estando atento ao monitoramento de todos os protocolos de fabricação.
Além do mais, um FMEA de produto de alta performance também levará em conta um plano de enfrentamento de falhas quando elas alcançarem os consumidores finais.
O que ajuda a reduzir os possíveis impactos negativos à reputação das marcas.
Indústria farmacêutica
Todos os processos ligados à indústria farmacêutica são muito sensíveis, porque quaisquer falhas podem ter consequências importantes na população.
Com a aplicação da metodologia FMEA, esse tipo de risco diminui.
Vejamos um exemplo.
Imagine um lote de um determinado medicamento que deixa de produzir seus efeitos.
Com a metodologia FMEA, pode-se investigar em que momento houve a falha que levou à neutralização dos efeitos do medicamento.
Como se trata de um produto que já foi testado e aprovado anteriormente pelos órgãos competentes, é provável que o problema em questão esteja ligado diretamente a uma falha de produção específica e temporária.
Utilizando esta ferramenta de gestão, será possível diagnosticar mais rapidamente se o problema ocorrido tem a ver com a matéria-prima, com o manejo produtivo ou com o armazenamento inadequado.
Todos são fatores que podem gerar alteração na estrutura química de um determinado lote.
Uma vez realizado o processo de gestão por meio do FMEA de produto, a possibilidade de problemas nos medicamentos reduz drasticamente, evitando gastos com indenizações e de logística reversa para um determinado produto do mercado.
Qual a importância do FMEA de produto na indústria?
Qualquer segmento industrial traz um arcabouço de etapas que vão desde a elaboração de um produto até sua chegada ao cliente final.
Por isso, pensar em todos esses elos sem ferramentas de controle e gestão adequadas traz muitos riscos para o negócio.
Portanto, o aspecto mais relevante a ser considerado na presença do FMEA de produto da indústria é a gestão, pois é esse bom gerenciamento que vai viabilizar ganhos e diminuir prejuízos.
Assim, o FMEA de produto será a primeira etapa após o projeto do produto que vai dar suporte à efetiva produção. É através dele que o engenheiro ou gerente do projeto vai conseguir mensurar a possibilidade de falhas na concepção do produto.
Também é com essa ferramenta que a indústria vai poder adotar medidas de prevenção de falhas.
E, além de tudo, eventuais problemas com os clientes finais também serão prevenidos.
Opções de curso de FMEA
Aprimorar os conhecimentos sempre agrega valor ao currículo ou ao negócio.
Pensando na importância de manter-se sempre atualizado, a Escola EDTI possui cursos voltados a metodologias como Lean Manufacturing e Six Sigma.
São sistemas que promovem a qualidade, eficiência e redução de desperdícios, valores que têm tudo a ver com a Análise de Modos de Falha e seus Efeitos.
A Escola EDTI também produz conteúdos específicos para quem deseja aprofundar os conhecimentos em FMEA de Processo ou em FMEA de Produto, que é o tema que discutimos neste artigo.
Para entender mais sobre a importância de estudar e ampliar os conhecimentos sobre este assunto, lembre que ter ao seu alcance uma metodologia que permite ganhar eficiência e aprimorar a produtividade é uma excelente forma de melhorar a rentabilidade e a imagem da empresa.
Os cursos da EDTI oportunizam um aprendizado de qualidade para qualquer gestor, o capacitando para atuar de forma competente na sua empresa.
Conclusão
Como pudemos notar ao longo de todo o artigo, o FMEA de produto é uma ferramenta de gestão eficaz, que reduz custos e aumenta a garantia e qualidade na entrega final.
Estar atento a todas as falhas possíveis em uma cadeia produtiva, seja qual for o ramo de seu empreendimento, é importante não somente para reduzir custos de produção, mas também para evitar dores de cabeça futuras.
Os prejuízos financeiros, mas sobretudo os prejuízos simbólicos que uma falha de produto podem trazer quando ela chega ao consumidor final, às vezes, determinam o fim de uma marca ou negócio.
Além disso, estar atento às práticas mais contemporâneas de alta performance gerencial coloca sua empresa sempre um passo à frente da concorrência.
Esse é o papel do FMEA de produto. Simples, eficaz e rentável.
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