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Você já ouviu falar sobre Internet Industrial das Coisas (IIoT)?

Os dispositivos inteligentes já fazem parte da nossa realidade: smartphones, assistentes virtuais, um GPS que se atualiza em tempo real, aparelhos de ar-condicionados que se autorregulam de acordo com o perfil da família etc. Nas fábricas, o uso da inteligência artificial e da interconectividade também existe e já tem nome: Internet Industrial das Coisas (IIoT).

Parece familiar? Sim, a IIoT é uma ramificação da famosa Internet das Coisas (IoT) em que, basicamente, qualquer equipamento ou utensílio com possibilidade de acesso à internet pode fazer parte de uma grande rede de cruzamento de dados.

Mas como isso ocorre no contexto industrial? Leia este texto e entenda as particularidades da IIoT, além de conferir como se dá a implementação dessa inovação nas empresas!

Entenda o que é a Internet Industrial das Coisas (IIoT)

A Internet Industrial das Coisas (IIoT — Industrial Internet of Things) é a representação máxima da Indústria 4.0. Os novos modelos de produção trazem o melhor dos avanços no uso da internet e no desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA), ou seja, a capacidade de criar equipamentos inteligentes e de conectá-los em rede.

Em resumo, trata-se de uma ruptura na antiga forma de se relacionar com as máquinas. Se antes elas eram apenas utensílios controlados pelos seres humanos, agora elas conseguem trocar informações e tomar decisões sozinhas, em tempo real.

O resultado é que o ambiente industrial se torna muito mais otimizado. Há mais precisão na coleta e no trato de dados, agilidade da identificação de problemas, redução de falhas, economia de tempo, aumento da qualidade etc. Ou seja, a indústria se mais eficiente e inteligente.

É a mesma coisa que IoT?

A IIoT é como se fosse uma ramificação da IoT. Enquanto esta última se refere a tudo que envolve dispositivos inteligentes conectados à internet, aquela é focada nas inovações que o conceito pode proporcionar no contexto industrial.

Nesse caso, o objetivo não é apenas gerar mais conforto e praticidade, mas sim promover melhorias que contribuam com a gestão de processos de produção.

Afinal, as transformações tecnológicas também acompanham uma revolução no modo de produzir: hoje em dia, cada vez mais os produtos e serviços devem ser eficientes, personalizados e com alta qualidade para que um negócio se mantenha em posição competitiva.

Afinal, para que ela serve?

A IIoT serve, sobretudo, para maximizar resultados — seja por meio da redução de desperdícios ou da otimização no tempo do processo, seja pelo alcance de mais qualidade no produto. Isso se obtém com diversas tecnologias relacionadas à Inteligência Artificial, como:

  • gêmeos digitais: uma cópia virtual não apenas das instalações da fábrica, mas dos processos ocorrendo em tempo real, o que gera insights para otimização na linha de produção e ajuda a identificar pontos de correção;
  • Edge Computing: uma tecnologia com foco na análise avançada de dados e no processamento de informações;
  • identificação de radiofrequências (RFID): etiquetas eletrônicas que trazem informações sobre os produtos e ajudam a monitorar a cadeia de produção, o controle de estoque e a gestão logística;
  • hiperconectividade: todas as máquinas, dispositivos e equipamentos conversam entre si e alimentam o Edge para tomada de decisões baseada em uma análise global dos processos;
  • sistemas autogerenciáveis: com o avanço dos sistemas de machine learning, as máquinas inteligentes conseguem gerenciar seu próprio funcionamento, adequar-se a situações e promover automelhorias.

Saiba como é o funcionamento prático da IIoT

Para qualquer sistema produtivo que use máquinas, isto é, que não seja exclusivamente artesanal, a Internet Industrial das Coisas é bem-vinda. Mas como ela funciona, na prática, nos ambientes fabris? Veja!

  • nas linhas de produção: a grande sacada da IIoT nas linhas de produção, além, é claro, da automatização de funções, é a capacidade de autogerenciamento das máquinas. Com isso, o desempenho dos processos é monitorado continuamente e falhas são previstas, identificadas e solucionadas automaticamente, o que contribui grandemente com a diminuição de desperdícios;
  • nas cadeias de suprimentos: na parte logística, o destaque fica para as etiquetas RFID e para os inventários gerenciados de forma autônoma por sensores. A consequência é que os processos logísticos se tornam mais precisos, o que facilita a previsão de demanda e a otimização nos tempos de entrega;
  • nas instalações fabris: em relação à estrutura das fábricas, a IIoT possibilita o acionamento de sistemas inteligentes para controle de clima, sensores de ameaças que desencadeiam ações protetivas, decisões tomadas simultaneamente à identificação de fatores de risco ambiental etc.

Com base nesses exemplos de aplicação prática, podemos perceber que a IIoT funciona basicamente a partir de três pilares — o sensoriamento, a Industrial Analytics e o machine learning. Entenda um pouco mais!

Sensoriamento

Os sensores inteligentes são os responsáveis por uma importante característica do contexto da IIoT: a percepção das máquinas. Com essa habilidade, equipamentos e dispositivos conseguem identificar situações e personalizar seu funcionamento, sem precisar esperar um comando humano.

A partir das informações levantadas por sensores, as máquinas mensuram dados, calculam possibilidades e conseguem tomar decisões que visem a segurança e a eficiência. São exemplos: mudanças de temperatura ou de velocidade, emissão de alertas e bloqueios.

Industrial Analytics

Outro pilar da IIoT é a análise de dados de forma massiva e avançada. É a partir da troca de informações entre todos os objetos conectados que se tem insights embasados em leituras complexas de possibilidades.

Além disso, a capacidade analítica panorâmica das máquinas, visto que recebem informações de uma ampla rede de equipamentos inteligentes, permitem que muitos pontos sejam resolvidos automaticamente, de modo que somente informações selecionadas cheguem aos operadores, engenheiros etc.

Machine Learning

Por fim, a IIoT tem como um componente essencial a capacidade de aprendizado das máquinas a partir do tratamento de dados. É o chamado machine learning, outro grande reflexo dos avanços no desenvolvimento da IA.

Assim, elas não apenas tomam decisões com base nas situações que ocorrem simultaneamente, mas acumulam experiência, identificam padrões e refinam seu funcionamento constantemente. Ou seja, há a melhoria contínua no sistema de IIoT.

Confira os maiores impactos da IIoT na indústria

Agora que você entendeu o que é a Internet Industrial das Coisas, vamos conversar um pouco sobre os impactos positivos na indústria. Confira alguns de seus principais benefícios!

Descentralização nas tomadas de decisão

As tomadas de decisões descentralizadas — divididas entre humanos e máquinas — representa vantagens para a indústria. Afinal, reduzem o tempo de inércia em um processo quando há um novo passo a ser dado, já que não é necessário esperar a análise da situação e a elaboração de estratégias por parte de profissionais específicos.

Por exemplo, um erro identificado e corrigido automaticamente pela máquina é muito mais ágil do que quando o operador visualiza o problema e precisa aguardar instruções de cargos hierárquicos superiores.

Aumento da eficiência

O aumento da eficiência se dá por duas frentes: a automação de processos e a redução de falhas, com base na manutenção automática e na leitura de dados. De acordo com uma pesquisa feita pela Accenture, uma grande consultoria global em gestão, o aumento da produtividade na força de trabalho é de 35% com a inclusão de estratégias com tecnologias digitais (p. 20).

Redução nos custos de produção

Com a IIoT, não só os produtos são criados com mais rapidez, como evita-se retrabalhos por conta de erros que são previamente corrigidos pelas máquinas. Desse modo, são reduzidos custos com consertos, desperdício de insumos e de força de trabalho dos operadores, que podem se dedicar a outras atividades.

Melhora da manutenção preditiva

Estamos falando bastante sobre a capacidade de autogerenciar problemas e falhas. Esse é, de fato, um dos grandes benefícios da IIoT — máquinas que realizam a manutenção preditiva, isto é, que predizem problemas antes que eles ocorram, têm vida útil maior e precisam menos de manutenção corretiva.

Maximização de lucros

Todos esses impactos convergem em um resultado principal: a maximização de lucros do negócio. Até porque há um maior monitoramento de todos os processos, potencializando o controle de qualidade.

Com isso, não só os custos são reduzidos como a indústria alcança uma posição de destaque em mercado, de modo que o produto proporcione uma melhor experiência do consumidor e as vendas aumentem.

internet industrial das coisas

Conheça os principais desafios de trazer esse conceito

Apesar de ser uma realidade inegável no contexto industrial, o uso das tecnologias digitais para a otimização de processos ainda traz desafios e resistências.

Três das maiores preocupações no momento de implementação da IIoT nas fábricas são a interoperabilidade, a segurança de dados e a valorização dos recursos humanos. Veja!

Interoperabilidade

Interoperabilidade é um conceito que diz respeito à comunicação entre os dispositivos conectados. O grande desafio é proporcionar transparência nessa troca de informações. Ruídos em alguma etapa comunicativa podem representar a interpretação equivocada de dados e, dessa forma, prejudicar todo o funcionamento do sistema.

Segurança de dados

Muitos gestores se preocupam com a segurança de dados quando pensam em automatizar o acesso a informações e a tomada de decisões. O desafio é que todos os sensores e plataformas de leitura cumpram seus objetivos sem que isso se torne sinônimo de vulnerabilidade nos dados da empresa.

Valorização dos recursos humanos

Por fim, encontrar o ponto ideal de delimitação entre os esforços humanos e a atuação das máquinas é indispensável para manter a equipe motivada. Bons líderes precisam encarar essa balança como um desafio na implementação de tecnologias digitais no processo, de modo que os profissionais sejam valorizados, em vez de substituídos.

Veja como implementar a IIoT na indústria

Se você ainda tem dúvidas sobre implementar ou não tecnologias atreladas à IIoT, atenção: as tendências das fábricas inteligentes são muito relevantes! Nesse sentido, a busca por inovações se torna algo praticamente decisivo na manutenção de uma posição competitiva do negócio.

Uma boa dica para implementar a IIoT na indústria é analisar os principais pontos de fragilidade nos processos de produção, com atenção especial para a redução de erros e o desperdício de recursos. Veja alguns exemplos de aplicação em grandes empresas.

General Eletric

A General Eletric (GE) saiu à frente da concorrência ao investir pesado na análise de dados. A multinacional foi a responsável pelo lançamento do Predix Cloud, uma plataforma de monitoramento digital de máquinas industriais totalmente baseado na interconectividade e na troca de informações por equipamentos inteligentes.

Samsung

Em parceria com a Fundação OPC e com a EdgeX Foundry, a Samsung está criando um ecossistema de interoperabilidade aberta, hospedada em Linux. A ideia é que vários parâmetros que podem contribuir com a troca e a interpretação de dados de dispositivos sejam unificados na mesma estrutura.

Embraco

No Brasil, a IIoT também tem sido protagonista de avanços na indústria. É o caso da Embraco, premiada pela Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) pelo desenvolvimento do diili — Data Information Insight Learning Intelligence.

Trata-se de uma plataforma que possibilita o aumento de vendas, a redução de custos e a eficiência energética a partir de sensores conectados a plataformas de análise avançada de dados.

Fique por dentro das tendências para essa inovação

De acordo com a Accenture, a IIoT só tende a crescer e a expectativa é que traga um impacto profundo na economia. Em uma simulação de investimentos considerando os esforços de 20 países envolvidos em políticas de desenvolvimento digital, o resultado foi que a IIoT poderia somar quase US$ 11 trilhões ao PIB dessas nações.

Não é à toa que algumas grandes empresas já deram a largada e começaram a investir nisso, como é o caso da IBM Watson Group, que abriu um centro de US$ 200 milhões na Alemanha, especializado e voltado somente para soluções de IoT.

Algumas grandes tendências para o futuro, com o avanço da IIoT, são:

  • mais integração entre os sistemas de IIoT e as equipes de TI;
  • desenvolvimento de novos softwares para criação de produtos inteligentes;
  • mais segurança na infra-estrutura de IIoT;
  • revisões no core business por parte de gestores para adequar-se aos modelos da IIoT.

Interessante, não é? Quem gosta de ficar por dentro das inovações do mercado, seja para otimizar processos, seja para encontrar novas oportunidades de atuação, conhecer a Internet Industrial das Coisas é fundamental. Afinal, a IIoT representa o futuro das fábricas, proporcionado pelos avanços na Inteligência Artificial.

Quer se inteirar mais? Então leia nosso texto sobre essa e outras mudanças proporcionadas pela IA e como se preparar!

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