Se é verdade que toda empresa deseja chegar a um objetivo, também não se pode negar que é a partir de um planejamento estratégico que ela mapeia o caminho até lá.
Logo de cara, perceba que esse é um instrumento fundamental a negócios de todos os portes e segmentos.
Seja para expandir as operações, agregar valor às soluções que oferece aos clientes ou, em sentido oposto, quitar dívidas e sair do vermelho, o certo é que todas as metas precisam de um roteiro para que sejam concretizadas.
É justamente esse o papel de um planejamento estratégico, que, como o nome sugere, determina a estratégia a partir da qual a empresa vai guiar suas ações, sempre mirando um objetivo previamente definido.
Neste artigo, vamos não apenas explicar o que é e como funciona esse instrumento de gestão, como também trazer dicas para a sua elaboração.
Você ainda vai conferir um exemplo de planejamento estratégico para se inspirar e criar o seu.
Se o assunto é do seu interesse e deseja alcançar todos os objetivos corporativos da empresa, continue a leitura.
O que é o Planejamento Estratégico?
Planejamento estratégico é uma abordagem utilizada na gestão de empresas, que consiste em estabelecer objetivos, dividi-lo em metas e, a partir daí, determinar as ações para que elas sejam realizadas, uma a uma.
Para tanto, o instrumento mapeia as necessidades para a concretização do objetivo determinado e define os recursos a serem empregados, sejam eles de ordem financeira, material ou em mão de obra.
Um planejamento estratégico é como um mapa, que direciona o negócio até o destino desejado.
Para melhor compreensão, vamos propor um exercício relacionado à sua vida pessoal.
Pense que você precisa fazer uma viagem a um lugar desconhecido. Para chegar lá, é necessário criar um detalhado roteiro, concorda?
Assim, você pesquisa a distância entre sua cidade e o destino, estuda meios de transporte que podem levá-lo até lá, além de horários e custo da passagem.
Descobre, ainda, hotéis ou pousadas onde pode descansar e lugares para fazer suas refeições.
Entre diversas outras informações, você precisa saber aonde ir, como, quando e de que maneira, certo?
O roteiro da viagem é, basicamente, um planejamento estratégico de maneira simplificada.
Se, para um deslocamento rápido, já é necessário buscar tantas informações e elaborar um plano, imagine o quanto ele é relevante para o alcance de objetivos corporativos, maiores e de longo prazo.
Para que Serve um Planejamento Estratégico?
Ao entender o conceito, a sua importância fica clara.
Contudo, um planejamento estratégico pode ser ainda mais relevante para uma empresa, já que cumpre outras finalidades.
Através dele, é possível:
- Conhecer a realidade atual e projetar a futura
- Propor objetivos e metas de forma clara
- Levantar dados e recursos necessários
- Criar um plano, com prazos e estratégias para o alcance do objetivo.
Por que Fazer um Planejamento Estratégico?
Acreditamos que, ao chegar até aqui, você já compreenda por que precisa de um planejamento estratégico na sua empresa.
Mas vamos voltar ao exemplo da viagem para reforçar alguns pontos.
Naquela situação, sem possuir as informações certas, as probabilidades de falhas aumentam bastante.
Pode acabar no destino errado, perder uma atração importante, se hospedar em um local desconfortável, enfim.
O mesmo vale para a realidade de uma empresa, onde o planejamento estratégico é a ferramenta que vai direcionar o negócio aos melhores objetivos, corretamente definidos.
Sobre isso, aliás, cabe um destaque.
De forma empírica, na base do achismo ou intuição, um gestor poderia definir como objetivo abrir uma filial na cidade vizinha.
Mas será que, dentro da realidade econômica da empresa e do próprio mercado, essa é uma possibilidade viável para o momento?
Ao se dedicar a um planejamento estratégico, aumenta a sua capacidade de estudar os cenários interno e externo e ajustar as expectativas.
O objetivo talvez passe a ser outro, como o investimento em recursos materiais e humanos para qualificar a produção e, com isso, elevar a sua participação no mercado atual.
Contudo, não é apenas para ser mais assertiva nessa definição que uma empresa deve se dedicar ao instrumento.
A principal razão é poder pontuar, novamente com base em dados, quais ações devem ser realizadas, por quem e a que custo, para que metas sejam realizadas e o objetivo final alcançado.
Com esse recurso, não apenas a realização se torna mais próxima, como também há a tendência de gerar economia, pois não há recursos desperdiçados, seja de tempo, de dinheiro ou de pessoas, por exemplo.
Benefícios do Planejamento Estratégico
Basicamente, a ideia de elaborar um plano estratégico – seja de curto, médio ou longo prazo – é a de colocar a empresa nos eixos.
Ou seja, o principal benefício é mesmo aproximar o negócio de seus objetivos.
Mas ainda há outros, como iremos destacar agora.
Escopos claros e específicos
Fica mais fácil seguir um caminho quando se sabe para onde está indo.
Em um planejamento estratégico, as etapas para o alcance do objetivo se tornam claras para todos os envolvidos no projeto, reduzindo dúvidas e incertezas quanto às ações de cada um.
Consciência dos recursos disponíveis e necessários
Ao mapear as necessidades e conhecendo as atuais condições da empresa de atendê-las, o plano contribui para evitar gastos desnecessários.
Isso otimiza a utilização dos recursos disponíveis, humanos, materiais e financeiros.
Economia de tempo e de dinheiro
Em consequência do benefício anterior, a empresa trilha um caminho seguro rumo aos objetivos traçados – e com economia.
Esse é um benefício esperado pelo planejamento estratégico, já que a tendência aponta para menos erros, retrabalhos e desperdícios.
Tomadas de decisão precisas e rápidas
Quando o gestor e sua equipe têm as informações corretas em mãos, fica muito mais fácil decidir com agilidade e embasamento, o que aumenta a taxa de acertos.
Trabalhadores mais motivados
Em um cenário no qual cada um sabe qual é a sua contribuição para o resultado final, cresce a motivação, o desejo de participar e de dar o seu melhor.
Foco no resultado
Observe como um benefício leva ao outro no planejamento estratégico.
Com a definição de metas claras a cumprir, há menos tempo perdido com distrações e retrabalhos.
O foco, então, se volta aos resultados, o que eleva a qualidade e a produtividade das ações.
Como Fazer um Planejamento Estratégico
Depois de avançarmos na teoria do planejamento estratégico, seus objetivos, importância e benefícios, vamos aos aspectos práticos.
Entenda quais são seus principais componentes e que informações você deve buscar atender para determinar as ações a adotar.
Missão, visão e valores
Antes mesmo de iniciar o plano, em si, é importante que o negócio saiba sua essência, expectativas e propósito.
Em outras palavras, é necessário definir missão, visão e valores.
Basicamente, esses três elementos podem ser encontrados respondendo a perguntas como:
- Missão: a que a empresa veio? Qual sua função? Com o que ela pode contribuir para as demais pessoas?
- Visão: quais grandes feitos o negócio espera fazer? Que expectativas pretende atingir, de maneira ampla?
- Valores: que atribuições e características o empreendimento não abre mão para executar a sua missão e alcançar sua visão?
Na definição de missão, visão e valores, é importante ter um olhar estratégico e buscar respostas claras e, ao mesmo tempo, desafiadoras.
Defina um escopo claro e específico
O ponto de partida para o planejamento estratégico é contar com um objetivo detalhado.
Cada organização, em suas diferentes fases, trabalhará em busca de um resultado.
Assim, entender quais são as expectativas e necessidades futuras é a primeira parte da elaboração de um plano.
Sem um destino exato, não há como calcular uma rota.
Nesse sentido, o escopo do projeto deve ser detalhado em dados, datas, metas, atribuições, responsáveis, recursos e tudo o mais que for necessário.
Lembrando que o objetivo deve ser ambicioso o suficiente para motivar os envolvidos, ao mesmo tempo que precisa ser plenamente alcançável.
Ou seja, pés no chão, mas mirando um futuro promissor.
Distribua as metas pelos setores da empresa
Ainda que possa se direcionar a uma área da empresa mais do que a outras, um planejamento estratégico interessa ao negócio como um todo.
Por isso, é feito de forma ampla e abrangente e deve prever esforços conjuntos e integrados.
Para alcançar o objetivo maior, haverá diferentes metas, exigindo a participação de todos os setores.
É o caso, por exemplo, de todos aqueles objetivos que exigem o cumprimento de metas de economia.
Também de outros relacionados à satisfação do cliente, o que exige a qualidade na oferta de produtos e serviços e um atendimento de excelência, entre outros aspectos.
Defina os objetivos por unidade de negócio
Quando a empresa possui uma estrutura maior, com mais de uma unidade de negócio, não pode deixar de considerar a possibilidade de haver objetivos distintos.
Tudo depende, é claro, das necessidades identificadas no diagnóstico inicial.
Seria um erro estabelecer um objetivo macro, para toda a organização, ignorando o fato de uma unidade específica enfrentar demandas mais urgentes e que impedem a sua participação no projeto no momento.
Isso não elimina a importância de contar com um planejamento estratégico para toda a empresa, mas significa que instrumentos individuais devem ser construídos em cada filial.
Estime o orçamento, fluxo de caixa e pessoal necessários
Você vai lembrar quando falamos antes, entre os benefícios do planejamento estratégico, sobre a possibilidade de ele gerar economia de recursos de toda ordem.
Para que isso se confirme, no entanto, é preciso trabalhar com os números do negócio.
Isso implica olhar para a própria realidade financeira e fazer projeções reais a partir dela, considerando a necessidade de orçamento, de fluxo de caixa e de recursos humanos para a concretização do objetivo proposto.
Verifique o mercado, tendências e clientes
Tão importante quanto um olhar apurado sobre o cenário interno é se aprofundar no estudo dos fatores externos.
Afinal, não há como ignorar o seu impacto quanto à concretização dos objetivos.
Uma empresa que deseja se tornar líder de seu segmento, por exemplo, não pode chegar lá sem entender contra quem concorre, seus pontos fortes e fracos diante dos competidores e, também, aquilo que os clientes esperam receber dela.
Sempre haverá oportunidades a explorar e ameaças a conter enquanto seu planejamento estratégico é executado.
E isso nos leva ao próximo tópico, que ensina como fazer esse reconhecimento dos cenários.
Faça uma análise SWOT da sua empresa
Entendendo a necessidade de olhar para o mercado, de compreender as ações de concorrentes, de mapear as tendências do segmento e de entregar valor ao cliente, chegamos a uma ferramenta poderosa.
A Análise SWOT (também chamada de Matriz SWOT ou Análise FOFA), é um famoso recurso empregado na gestão de empresas, que permite identificar elementos que a aproximam ou a afastam de seus objetivos.
Proposta na década de 60 por Albert Humphrey, pesquisador da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, a ferramenta tem sem nome em inglês relacionado às palavras Strenghts, Weakness, Opportunities e Threats.
Traduzindo para o português, então, ficou conhecida como FOFA, acrônimo originado em Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças.
Trata-se de um estudo dos cenários interno e externo, a partir do qual é possível identificar as virtudes a explorar, as vulnerabilidades a corrigir, as possibilidades de mercado a aproveitar e os perigos a conter.
Com isso, o gestor alimenta seu planejamento estratégico com informações valiosas tanto para a definição de objetivos, quanto das ações que levarão até ele.
Veja como fazer a análise SWOT da sua empresa:
- Forças: dentro da organização, o que existe de potencial em comparação aos concorrentes? No que a empresa se destaca?
- Fraquezas: quais os pontos fracos do negócio, que o colocam em desvantagem no mercado? O que precisa ser corrigido ou aprimorado?
- Oportunidades: em uma análise externa, quais tendências e eventos podem alavancar os negócios? O que favorece o alcance dos objetivos?
- Ameaças: também externamente, o que pode comprometer o planejamento estratégico e prejudicar o atendimento das metas? Quais fatores que independem do negócio se revelam um risco?
Após levantar as informações, é importante fazer conexões entre os elementos da Análise SWOT.
Por exemplo, no caso de uma ameaça, recorra às forças da organização para diminuir os seus possíveis impactos.
Já quando surgirem oportunidades, veja como as fraquezas podem interromper o fluxo do empreendimento e, em resposta, trabalhe para melhorar tais aspectos.
Exemplo de Planejamento Estratégico
Depois de todo o aprendizado até aqui, resta conferir um exemplo prático de planejamento estratégico para você se inspirar e criar o seu.
Para esse exercício, vamos considerar uma empresa varejista do setor de alimentos, que neste momento se encontra planejando os próximos 5 anos de operações.
Veja, então, quais são os pontos de destaque do plano:
Missão, Visão e Valores
- Missão: fornecer alimentação de qualidade, tanto em questão de nutrição humana, quanto na promoção de bons momentos entre as pessoas
- Visão: ser reconhecido como o fornecedor de alimentos com qualidade de ponta na região em que atua
- Valores: alimentação saudável, nutrição, trabalho digno e cooperação.
Objetivo do planejamento estratégico
Em 5 anos, o objetivo é se tornar referência regional no setor de alimentação nutritiva, alcançando a liderança do segmento em seu estado e obter a premiação do segmento.
Metas do planejamento estratégico
Algumas metas previstas para atingir o objetivo são:
- Em 1 ano: estruturar a empresa aos critérios exigidos pelo mercado
- Em 3 anos: competir pela primeira vez no segmento de alimentação nutritiva
- Em 5 anos: ser premiado como uma das 5 melhores empresas do setor em todo o estado.
Setores envolvidos
- Finanças: aperfeiçoar estrutura de custos
- Marketing: aprofundar a participação no mercado atual e comunicar a excelência dos produtos
- Produção: adequar-se às exigências da premiação e estruturar o setor produtivo.
Orçamento previsto
- R$ 80 mil para adaptações físicas e burocráticas
- R$ 50 mil para novas contratações.
Recursos humanos (contratações)
- 3 funcionários para a produção
- 2 funcionários para administrativo
- 1 consultoria em gestão de qualidade.
Análise SWOT
- Forças: experiência no setor, alta produtividade, extensa rede de fornecedores
- Fraquezas: mão de obra cara, pouco capital de giro
- Oportunidades: aumento da procura por alimentação de qualidade e novo fluxo de moradores na região em que atua
- Ameaças: alta nos preços dos alimentos, aumento das burocracias e ingresso de novos players no mercado.
Observe que esse é um exemplo bastante resumido, que serve apenas para reforçar o conhecimento até aqui.
Ao criar o seu planejamento estratégico, não deixe de se embasar em dados, cálculos e pesquisas.
Bônus 1: Diferença entre plano tático e operacional
Compreendido o conceito de planejamento estratégico, vamos falar agora sobre outras duas modalidades de definição de metas e objetivos corporativos.
No plano tático, costuma ocorrer uma limitação de escopo, agora mais voltado a um setor ou departamento específico.
Mas não apenas isso: ele serve para transformar a estratégia em atividades práticas para serem realizadas no médio prazo.
Um exemplo é o plano de marketing, que pode ser utilizado para estabelecer ações que competem ao setor para que a empresa alcance a liderança do mercado, por exemplo.
Já o plano operacional mira o curto prazo e pode ser definido como um desdobramento do plano tático.
Para seguir no exemplo que apresentamos, é um instrumento que vai prever a execução de cada atividade estabelecida no plano de marketing.
Imaginemos que, dentro dele, esteja prevista a publicação de anúncios em redes sociais.
O plano operacional, então, vai determinar o orçamento para essa tarefa, quem será o responsável por ela, quais plataformas vão receber a publicidade da empresa e em qual prazo, entre outras informações.
Bônus 2: Metas SMART, o que é?
A metodologia SMART é uma forma prática e inteligente de definir metas para alcançar o objetivo de um planejamento estratégico.
Seu nome faz referências as letras iniciais de Specific, Measurable, Attainable, Relevant e Time-based, em inglês.
Assim, pela proposta da SMART, uma meta deve ser:
- S (Específica): clara e detalhada
- M (Mensurável): facilmente medida e calculada
- A (Atingível): possível de ser realizada
- R (Relevante): que agregue valor para todos os envolvidos
- T (Temporal): com prazos claramente definidos.
Um exemplo de meta SMART seria aumentar o número de clientes em 10% dentro dos próximos 12 meses.
Conclusão
Para estar cada vez mais próxima ao resultado desejado, uma empresa precisa ter um roteiro.
No mundo dos negócios, esse “mapa” assume a forma de um planejamento estratégico.
É através dele que são definidos os objetivos mais importantes para o negócio, divididos em metas e pequenas ações que levam à sua concretização.
Enquanto ferramenta de gestão, é bastante indicado que toda empresa tenha esse tipo de plano, não importando o seu tamanho ou segmento de atuação.
A dica final é colocar em prática tudo o que aprendeu ao longo deste artigo.
E se restou alguma dúvida ou também tem uma recomendação sobre o tema, deixe seu comentário.
Pingback: Como fazer treinamento de funcionários: dicas e tipos